Sentia o frio da noite a penetrar no meu corpo, não tive tempo e nem sequer me passou pela cabeça trazer comigo um casaco e o telemóvel, de qualquer das maneiras o telemóvel não me vai fazer falta.
Os meus dedos massajam o meu pulso dorido e ainda consigo ver a marca vermelha dos dedos do Harry gravada na minha pele. Enxugo as lágrimas que me molham as bochechas e continuo a andar de cabeça baixa para que ninguém se atreva a perguntar-me qualquer coisa por eu estar a chorar.
Várias memórias do dia de hoje passam-me pela cabeça e dou por mim a desejar voltar a reviver esses momentos antes da discussão ter ocorrido. Nem sequer sei o que ei de pensar em relação ao Harry, nunca me passou pela cabeça que ele fosse mesmo capaz de me magoar e chamar cabra. Tento afastar todos meus pensamentos do Harry e limito-me a andar pelas ruas apinhadas de gente.
Sinto tão mal.
Não quero ter de votar para casa, não quero ter do encarar nem de ouvir a sua voz, apenas gostava de estar sozinha e não numa rua cheia de pessoas a fazerem barulho. Também não desejo estar no meu quarto, nem no sofá da minha sala, já nem me consigo sentir e segurança dentro da minha casa. Eu devia sentir-me lá em segurança, mas já não consigo. O Harry dava-me uma sensação e segurança, até há minutos atrás ter-me magoado.
Que triste que sou nem sequer tenho um sítio onde me sinta segura, onde me possa refugiar do mundo.
Os meus olhos começam ao fundo da rua a avistar um parque, faço figas mentalmente para que não esteja lá muita gente e dou passos apressados quando atravesso a estrada e quando dou por mim já estou a entrar pelo portão que parece ser preto por causa da falta de candeeiros naquele local.
Ando pela relva negra devido à escuridão e sento-me num banco de madeira, puxo os joelhos até ao peito sem sequer dar-me ao trabalho para ver se está mais alguém neste pequeno parque.
Deixo a minha cabeça cair sobre os meus joelhos enquanto tento ignorar o barulho dos carros e vozes de algumas pessoas, se não fosse esses sons estaria um silêncio perfeito.
Tento puxar mais os joelho contra o peito, neste momento quero sentir-me pequena, como quanto mais pequena for menor será a dor que perfura a minha mente e o coração. Mas isto não resulta de todo, a dor não desaparece.
Como é que o Harry pode ser tão estúpido ao ponto de me magoar fisicamente?
O quê que estará ele a fazer neste momento? Será que tentou ligar para o meu telemóvel e depois se deu conta de que eu o deixei lá em casa?
De qualquer das formas não irei para casa descobrir.
Lembro-me de quando fui às compras com a Claire e que nessa altura eu estava ainda zangada com o Harry, por ele ter-me mentido, eu gostava que a Claire estivesse aqui agora comigo. Mas prefira que a Zoe não estivesse morta mas sim a consolar-me enquanto chamava o Harry de otário.
Deus, ela chamava otário a toda a gente. Tento rir-me com a memória da Zoe mas não consigo, estou demasiado triste.
Sobressalto quando sinto uma mão a tocar-me no meu ombro, o meu olhar voa pelo senhor idoso que já deve ter os seus sessenta anos.
"A menina está bem?" Ele pergunta, com certeza que uma pessoa que está com os joelhos encolhidos e com a cabeça por cima destes a meio da noite num parque meio vazio não está bem.
"Estou bem" minto e assinto com a cabeça ao mesmo tempo que falo, o idoso franze a sobrancelha cinzenta e sentasse ao meu lado.
Sinto-me como se Deus tivesse enviado alguém para vir ter comigo, mesmo que esse alguém possa ser um velho de sessenta anos.
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Always | H.S |
Fanfiction"De todos os sentimentos, o amor é o que nos mais faz sofrer" -Harry Styles