12º Capitulo

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O carro parou à frente de um edifício grande, antigo e desabitado, parecia que o Harry tinha-me trazido para a parte velha da cidade, as ruas estavam praticamente desertas, o céu estava preenchido por nuvens cinzentas, esta imagem era perfeita para um filme de thriller.

Olhei para Harry com as sobrancelhas franzidas à espera de respostas. Sinto-me bastante perdida nesta parte da cidade, estou literalmente em território desconhecido, agora só quero que o Harry me explique o porque de eu estar aqui.

"O que eu quero que faças é simples" Esclareceu, continuei a olhar para ele com uma cara confusa, sem me conseguir livrar desta expressão. O seu corpo esticou-se até ao porta-luvas de onde tirou um envelope branco. "Apenas tens de entregar isto a um homem, andas até à entrada do edifício e lá, vais encontrar um homem alto, careca e com algumas tatuagens, dás-lhe isto e vens simplesmente embora"

Ele está a gozar comigo, certo?

"Estas a gozar certo? Acabaste-me de descrever um homem que parece um traficante e queres que eu entre neste edifício velho e desabitado que não faço ideia do que está lá dentro?"

"Ouve-me eu estou aqui, não vou deixar que ninguém te faça mal, okay?" Ele meteu a mão em cima do meu joelho enquanto olhava intensamente para mim, como se me tivesse a implorar que eu o fizesse. Era como se isto pudesse depender da sua própria vida.

"Não entendo, juro que não entendo" Desabafei, o meu coração parecia estar a bater de uma forma lenta, mordia o meu lábio inferior com força, estou nervosa, não entendo Harry, não entendo.

"O quê que não entendes?" Perguntou calmamente, sem tirar a sua mão de cima do meu joelho e ainda com o seu olhar verde-esmeralda a pairar sobre mim.

"Porquê que não podes ser tu a fazer isto. Porquê?" Digo baixo como se lhe tivesse a contar um segredo.

"É complicado, é uma história grande e confusa. Mas eu preciso de ajuda. Rosie ajuda-me. Por favor" Implorou.

Ele está a implorar-me com um olhar vulnerável. Engulo em seco e respiro fundo sem separar o contacto visual com o Harry. De repente parece que o mundo lá fora congelou completamente, o oxigénio que estava dentro do carro parecia ir desaparecendo aos poucos até que nós ficássemos completamente sem ar.

"Apenas diz-me, porquê eu, porquê que queres a minha ajuda?"

Ele olhou para baixo como se estivesse a ponderar em contar-me mas ao mesmo tempo não o quisesse fazer.

"Porque todos os outros estão demasiado envolvidos" Explicou. Outros?

"Outros?"

"Fodasse Rose, nada te vai acontecer, eu juro que aquele homem não te vai fazer mal, apenas entrega-lhe o envelope, por favor" Voltou a olhar-me de uma forma suplica. Estou a enterra-me cada vez mais nesta confusão, eu sei disso.

"Okay" Pude ver um sorriso a formar-se nos lábios carnudos do Harry e por consequência uma pequena cova que aparecia em cada uma das suas bochechas. Um suspiro foi solto por ele, como se estivesse aliviado por eu ir fazer isto por ele.

"Toma, faz como eu te disse, dás-lhe isto e vens te embora" Assenti com a cabeça agarrando no envelope.

Saí do carro e logo senti uma aragem fria a embater contra a minha pele. Andei sem pressa até onde era a entrada do edifício, o Harry estacionou o carro um pouco longe, de certeza que ele não quer dar de caras com este homem, seja lá ele quem for. Quando me encontro há frente de uma enorme porta de madeira antiga, vejo que está entreaberta, pouso a minha mão na porta e conto até cinco antes de a empurrar, quando abro os olhos apenas vejo um interior completamente destruído, vidros pelo chão, tijolos por todo o lado, areia e terra espalhada pelo pavimento, paredes com musgo e rachadas, e um horrível cheiro a humidade. Porém não está aqui nenhum homem como o Harry disse que iria estar.

Dou uns passos mais para dentro do edifício, olhando sempre em volta com cautela, como se tivesse medo que algum ser mítico me pudesse atacar a qualquer momento. O som de passos ecoa por todo o lado e então vejo um homem tal como Harry me descreveu, alto, careca, e preenchido por tatuagens.

Sinto que o meu coração me vai saltar pela boca a qualquer momento, só de ver a figura bastante intimidante há minha frente.

"Ora, ora" A voz grave do homem ecoa tal como o som dos seus passos. "Não deverias estar aqui. Quem és tu?" Pergunta enquanto leva a sua mão ao queixo, coçando a sua pequena barba.

Sem pensar duas vezes estico a mão que está a agarrar no envelope. Os olhos escuros do homem fixam-se no envelope e depois em mim.

"Isso é para mim?" Assenti com a cabeça, sinto que a minha voz desapareceu como se o receio que sentia a tivesse engolido.

As mãos tatuadas do homem abrem o envelope tirando de lá uma folha que não consegui ver o que lá estava escrito, devido a estar de costas para mim, os olhos do homem pareciam estar a ler a folha.

'Depois de lhe entregares o envelope, vens embora' As palavras do Harry apareceram na minha mente, virei-me e comecei a andar de volta para a saída tentado ignorar o barulho dos meus passos ao máximo. Parei assim que senti uma mão a agarra-me o pulso. Congelei.

Ele vai-me magoar, o homem tatuado com cara de pedófilo e de traficante, vai -me magoar.

"Não te vais embora, tenho uma coisa para ti" A sua mão larga o meu pulso, e suspiro de alívio.

Ele não me vai magoar, está tudo bem...

Virei-me para o homem sem dizer nada enquanto a sua mão remexia no bolso as suas calças até tirar de lá uma Pen USB. Franzi a sobrancelha. O Harry não me falou de nenhuma que o homem me iria dar uma Pen.

O homem esticou a sua mão para mim, tal como eu fiz para lhe dar o envelope, aguarei na Pen e vi o homem a assentir com a cabeça. Virei costas e dei passos rápidos até fora do velho edifício, quando senti o ar limpo, que não continha cheiro a humidade respirei fundo.

A afinal não foi assim tão mau.

Dirigi-me até ao carro do Harry entrado para o lugar do pendura. Assim eu entrei a sua cabeça virou-se automaticamente para mim, os seus olhos pareciam que conseguiam ver a minha alma e todos os meus pensamentos como se neste momento eu fosse um espelho que reflecte o que sinto e o que penso.

"O homem deu-me uma pen" Digo, e vejo a sua boca a abrir e a fechar-se novamente. Estiquei-lhe a mão que tinha a pen e ele agarrou-a olhando para ela, como se a estivesse a tentar reconhece-la.

Quem me dera saber o que está pen tinha, devia ter ficado com ela e ver o que lá estava. Provavelmente isso seria uma má ideia, se o Harry descobrir certamente iria se chatear, bem eu também pensei que ele se iria chatear por saber que o tinha perseguido no outro dia, mas ele não disse nada, limitou-se a mandar uma mensagem. Mas sim, tenho a certeza que 'roubar' a pen não seria definitivamente uma boa ideia.

"Ele disse alguma coisa?" O olhar de Harry subiu desde a pen até aos meus olhos.

"Não, eu também não lhe disse nada" Encolhi os ombros.

"Rosie. Obrigado" Harry disse sinceramente com um pequeno sorriso no seu rosto, não sei porque mas não me arrependo de o ter ajuda-lo, mesmo sem saber o motivo desta tal ajuda. Mas seja o que o for, parece ser importante para ele.

"De nada"


Um envelope para um homem desconhecido e uma pen? O quê que acham disto? O Harry está a ficar cada vez mais estranho não acham..

Supostamente eu ia meter este capitulo amanha, mas como não vou ter tempo amanha decidi mete-lo antes hoje :)

Votem e comentem.

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