Tem um sangue ruim.~ 34

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                       CAPÍTULO 34

Cada rua que se passava meu corpo todo tremia, a ansiedade de saber tudo logo me dominava. O aperto de mão do Caio me fazia relaxar, mas também deixava meu coração batendo igual um batuque de bateria, ele prestava atenção na estrada e me olhava em tempos em tempos.

A mansão não era tão longe da delegacia, assim que saímos de lá, entramos no carro do Caio e estamos até agora indo até lá, precisamos por um fim nessa história de irmãos.

Entramos na rua luxuosa, onde fica várias casas com a estatura igual a da mansão da Augusta.

   Quando foi a última vez que estive aqui? Lembro perfeitamente. O dia em que fui acusada injustamente.

Eu posso contar quantos anos passaram, mas a casa continua a mesma. O telhado marrom, a frente da casa branca e o jardim devidamente arrumado, acho que posso comparar com o jardim da rainha do filme Alice no país das maravilhas. Posso até dizer que a nova empregada manda bem com o jardim, mesmo não sendo parte do seu serviço, quando se pensa em Augusta está suposto a fazer tudo, mesmo não sabendo.
Ando tão distraida que nem percebi que o carro parou e o Caio que a pouco tempo apertava minha mão, está neste momento me encarando, claro, ele sabe que estou incegura e, confesso, isso é uma das qualidades que gosto nele. Logo permito sorri em sua direção lembrando de mais uma pessoa que a poucos anos atrás fazia parte desse história, e até agora não escuto falar nela.

- O que aconteceu com a Clara? - pergunto.

- Pelo que eu sei, ela decidiu viajar por aí, conhecer o mundo, a última vez que tive uma conversa com minha mãe, ela me contou que a Clara está agora em Cancún.

- Que ótimo. Você chamou a Augusta de mãe.

- Então eu retiro o que disse. - ele sorri. - Vai ficar tudo bem.

- Então vamos visitar a mamãe.

- Quem sabe a gente não almoça com ela?! Vai ser legal.

A tensão deu uma pausa após a piada, rimos de tudo antes de descer do carro e ir direto falar com ela.

Quem abre a porta é a empregada, que logo reconhece o Caio. Entramos e a empregada nos diz para aguardar que logo a Augusta virá.

Os segundos que passo são como uma passada no tempo, lembro do dia que fui ameaçada, o dia que eu e o Caio ficavamos sentados na beira da piscina conversando. Logo escuto o barulho do sapato de salto alto vir da escada, o sorriso cínico estampado no seu rosto me faz ficar ainda mais nervosa.

- Que honra, o que trouxe vocês aqui? - ela diz direcionada ao Caio.

- Viemos apenas esclarecer algumas coisas.

- Suponho que seja sobre o meu depoimento, não se preocupe eu não vou ser presa.

- É o que você acha, logo estará sim presa pagando pelo que fez e faz até hoje. - Caio diz.

- Se o assunto é esse, eu já disse tudo o que tinha pra dizer, não era preciso virem aqui.

- Não viemos aqui pra falar sobre isso.

- Vocês vieram esclarecer...ainda não entendi, mas antes de começarmos, estão com sede? - ela pergunta indo direto para a taça de vinho.

- Não precisa nos tratar bem.. não viemos tomar um café com você, pare de fingir que se importa, porque você nunca se importou. - disse ele.

- Você vai mesmo jogar todo amor que te dei fora?

- Não foram muitos, posso muito bem jogar no lixo, foi tudo uma mentira mesmo.

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