Nossa primeira vez.~33

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CAPÍTULO 33

Lembro como se fosse hoje o dia em que recebi meu boletim escolar, não era nada em especial, mas me deixava tão ansiosa e ao mesmo tempo com medo de ter recebido uma nota vermelha e ter que ficar de castigo sem a tevê, mesmo minha mãe nunca ter feito isso. No final eu sempre me dava bem, minhas mãos suadas que tremiam sem necessidade cessavam de uma forma muito rápida ao ver que eu não tinha nenhuma nota vermelha. Minha ansiedade de agora é diferente, a forma que estou sentido é diferente de todas. Se alguém me dissese que meu coração está batendo com certeza eu discordaria.
O barulho do papel do envelope é o sinal que o mesmo está sendo aberto. E é exatamente o barulho que marcará o desfecho dessa história, que dirá o que faz tempo quero saber. Se dé positivo será a resposta que não quero ouvir, a resposta que fará minha vida enfim ter um desfecho, mas se der negativo, além de ser a resposta que quero, vai ser o começo de um novo segredo.

- Você está preparada? - ele pergunta se pondo a minha frente, tão próximo que minha vontade é de abraçá-lo e lhe dizer que não precisa abrir esse maldito envelope, até porque esse processo está me deixando enjoada.

- Não estou, mas se for esperar eu ficar a vontade com essa descoberta, vamos esperar a vida toda.

- Então vamos.

E então ele abre. E é aí que meu coração da um pulo me deixando ainda mais nervosa. Ele pega minha mão, assim como a minha, suas mãos estão geladas, ele aperta quando olha pro papel, acho eu que ele já sabe o resultado.

- E então, Caio?

- Deu negativo.

E então ele sorri, um sorriso amplo, aquele que me apaixonei. Suspiro deixando o nervosismo ir embora, e faço o que eu queria fazer desde que o vi na minha porta. Abraço ele como nunca o abracei, ele me aperta juntando nossos corpos e sorrindo igual uma criança quando ganha um doce. Estou na ponta dos pés pra ficar a sua altura, me sinto esvaziada.

- Nós não somos irmãos.. - ele diz baixinho no meu ouvido.

Entrelaço meus braços em seu pescoço e ele aperta minha cintura, posso ver que ele sorri a todo tempo, uma hora, por impulso, tiro minha cabeça do seu ombro e percebo que nossos rostos estão próximos, fazendo assim nossos olhos se encararem e em um segundo olhar sua boca rosada, foi quase como uma autorização para ele avançar e começar o beijo desesperado e calmo ao mesmo tempo. O beijo que eu espero, sonho e lembro o tempo todo, o beijo que é marcado e que nunca esqueci. Comecei a esquecer tudo que estava acontecendo na minha vida, eu não queria pensar em nada, até porque se pensar tudo que está acontecendo irá acabar, e isso eu não quero.
A primeira vez sempre é um momento em que ficamos ansiosos e que guardamos em uma caixa a sete chaves as lembranças. Por mais que ambos já tiveram essa experiência, a ansiedade é a mesma, é a nossa primeira vez, e é importante confiarmos um no outro, não importa os problemas que temos e que tivemos, não importa os amores, as brigas, ou se chove lá fora. O que importa é que estamos nos amando aqui dentro, o que importa é o amor que sentimos um do outro.

Os beijos, os carinhos, as mãos entrelaçadas após a união em um só corpo, e a frase dita milhões de vezes : eu te amo, não só dita por ele mais também por mim, enfim consigui dizer. Essas e outras vão ficar guardadas dentro do meu coração fechadas a sete chaves.

******

Quando abri meus olhos percebi que ainda estava viva, não que eu desmaiei por um momento, mas é que minha mente estava tão fechada para qualquer pensamento que só consigui me consentrar em um só momento, esse momento. Foi aí que lembrei que existe o Gustavo, a Augusta e a confusão de como assim não sou irmã do Caio? Meu pai mentiu? Ou a Augusta mentiu?

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