Foi de repente..~01

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CAPÍTULO 01

       Quando eu era pequena minha mãe me contava que eu poderia ser tudo que eu quisesse, Médica, Bombeira, escritora, até mesmo astronalta. Então eu cresci sabendo que seria alguma coisa um dia. Talvez esse dia ainda não tenha chegado. Quando abro os olhos, todos os dias, tenho medo que ao levantar e ir até minha mãe ela não esteja mais viva. Isso me corroi por dentro, eu choro em silencio e tento sorrir na sua frente. Isso nos torna forte, estamos juntas, eu a apoio e ela me apoia.

         Ainda na minha cama olho em volta e percebo que preciso levantar, sera mais um dia. Esculto algo sendo puxado bem ao longe, o ar da minha mãe.

- Mãe?! - digo depois de chegar ao seu quarto e vê-la sufocada - Por que não me chamou?

       Estendo a bomba de ar que estava em cima da comoda e ajudo ela a se sentar.

- Não é nada, querida. Volte a dormir.

- Dormir? Ficou louca, lógico que não. Por favor, não faça mais isso quando precisar é só gritar.

- Eu me sinto uma árvore que não pode fazer nada.

- Eu também. Preciso arrumar um emprego.

- Desculpa por ser um fardo na sua vida, eu realmente não queria que isso tivesse acontecido, eu devia está indo trabalhar, não você.

- Mãe, enquanto você não puder, eu vou no seu lugar, não tem problema nenhum. Vou fazer seu café, hoje vou passar o dia procurando emprego, e você - me aproximo beijando sua bochecha - Vai ficar com a Estela.

- Não precisa, eu sei me cuidar sozinha.

- Não, não sabe. A Estela vai te ajudar com tudo que você precisar. - ela entroncha a cara e eu riu da sua cara.

         Minha mãe tem asma forte por isso precisa de acompanhamente médico mensalmente, medicamentos e alguns utensilios essenciais para o dia a dia. Em um acidente ela quebrou a perna e hoje não consegue andar normalmente, o que dificulta tudo, ela não sai da cama muito menos de casa, a poluição da rua não é boa para sua doença. Então enquanto eu saiu para procurar emprego, Estela, minha melhor amiga fica com ela.

******

Ter dezoito anos não ajuda a achar emprego, as pessoas acham que eu não quero realmente trabalhar. Isso é pésimo. Volto triste para casa tentando por o maior sorriso que eu posso para que minha mãe não perceba.

- Olá dona Dolores! tudo bem com a senhora? - dou um chauzinho para uma senhora super simpática da rua.

- Está tudo bem comigo, filha. E você, sua mãe está melhor?

- Eu estou bem, minha mãe está melhorando sim.

- Soube que você está procurando emprego, minha sobrinha me contou que a casa onde ela trabalha está precisando de mais uma cozinheira, que ajude a outra empregada na fachina. Lembrei de você que ja teve experiência no restaurante da sua mãe.

- Que ótimo! Como consigo falar com sua sobrinha?

- Vou te dar o número dela.

Liguei para sobrinha da Dona Dolores e ela falou com à patroa, ela me mandou ir no dia seguinte ver se consigo a vaga de cozinheira e fachineira, eu aprendi a cozinhar desde pequena, minha mãe teve um restaurante pequeno aqui no bairro, mais ai a gente perdeu.

       É tão bom chegar em casa feliz e essa felicidade ser verdadeira, parece que minha mãe fica melhor quando estou feliz. Seu semblante, seu sorriso até suas dores melhoram.

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