Visita desagradável.~21

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        Tento entender o que esta acontecendo, mas meu corpo não responde, ainda com a porta aberta escuto a Augusta dizer:

- Você esta bem?

      Por que ela me perguntou isso? Ela esta sentada no meu sofá como se viesse aqui sempre, como se nunca tivesse me ameaçado e ajudado a me bater enquanto meus braços estavam presos. Fecho a porta e cruzo os braços.

- O que você esta fazendo aqui?

    Pergunto. Ela levanta do sofá e me olha dos pés a cabeça.

- Se passaram quatro anos desde que te vi pela última vez e pelo visto você mudou muito, a casa mudou. Como você esta? - ela diz sorrindo.

- Você mesma me disse pra ficar longe de tudo, eu obedeci, não tem porquê você esta aqui. Me diz logo o que quer.

- Como vai a investigação da morte do seu pai?

- Vai embora, Augusta! Você veio me menosprezar com resultados de seus planos idiotas?!

       Ela sorri sem os dentes. Logo após a morte do meu pai, eu fui na delegacia saber sobre as investigações e aproveitei para fazer uma ocorrência contando da minha suspeita sobre a Augusta. O delegado me chamou de "menina infantil" e disse que se eu continuasse com essas acusações, ele me prenderia. Tenho certeza que tem dedo dela nisso.

- Herval foi longe demais falando coisas que não devia, e ainda depois daquele acidente, ele conseguiu te contar a pior noticia do mundo. Como pode? Ele mereceu sim ter morrido!

- Você é uma mulher horrível, e um dia vai pagar por tudo que fez, quando o Caio souber..

- O Caio não vai saber! - ela grita - Foi por isso que vim aqui, preciso que você não conte nada do que o Herval te disse sobre.. Eu ser..

- Minha mãe. É tão difícil dizer isso.

- Eu não podia cuidar de você, foi uma gravidez não planejada, esperava nunca te conhecer, mas o Herval fez questão de me passar na cara quando percebeu que você estava trabalhando para mim. - ela diz com uma voz tão calma que quase começo a pensar em seu arrependimento.

  - Não se preocupe, fico feliz em saber que fui bem criada.  

     Ela concorda e volta a me olhar da forma antiga, com o nariz empinado.

- Não conte nada ao Caio, nem chegue perto dele. - ela diz, mas eu fico confusa.

- Como você acha que vou contar se nem tenho contato com ele? Ele esta viajando, não é?

      Ela levanta uma sobrancelha como se estivesse confusa, pega a bolsa no sofá e passa por mim indo em direção da porta, e de repente para.

- Foi bom te rever, Mellanie.

Quando termina a frase, a porta se abre novamente, saindo dela a Estela acompanhada do Luis.

- Luis, o que faz aqui? Não vai me dizer que você tascou o amigo do meu filho também? - ela me pergunta.

- Tia, como vai? - ele pergunta sarcástico. Estela segura o riso.

- "Tia", eu não sou sua tia. - ela fala com desdem.

- Eu sei, e respondendo sua pergunta: eu estou acompanhando a minha namorada. - ele fala e aponta na direção da Estela. Estela faz uma reverência e agora sou eu que seguro o riso.

- Não sabia que namorava com esse tipo de gente. - ela fala e na mesma hora me dá uma vontade de esbofetea-la.

- "Esse tipo de gente"
Tia, eu amo essa loira, não vai ser sua opinião idiota que vai me fazer mudar de ideia.

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