Ele me compreendeu.~ 35

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                 CAPÍTULO 35

- Por que você fez isso comigo?

Ele pergunta mas eu não consigo raciocinar, é como se tivesse ficado paralisada. A infeliz fez o que prometeu! Só pode ter sido ela.

Seus olhos vermelhos, enchados, mostrava o quão sofrendo estava. E eu mais uma vez senti pena dele, sei que ele odiaria saber que estou sentindo pena dele, mas na verdade a raiva que estou sentindo de mim mesma é grande, só de saber que fui eu quem o fez chorar, meu coração aperta. Raiva pelo que fiz, e o que estou fazendo com ele.

Ele soube da pior maneira. Contada pela pior pessoa. A pior notícia para uma pessoa no lugar dele ouvir.

- Gustavo..

- Não! Me deixa falar, me dá um pouco de respeito pelo menos, se é que ainda tenho.

Ele passa as mãos no cabelo, fazendo assim o mesmo ficar bagunçado. O tempo que ele pediu, eu dei, não falarei nada até ele falar o que queria. Mas o tempo é inimigo do nervosismo, os poucos segundos que passaram foi como um remédio para minhas lágrimas que, a tempos insistem em cair, sairem com facilidade.

- Eu não consigo acreditar na sua atitude, nos seus conceitos, porque, por mais que as consequências dessa história foi uma surpresa pra mim, nós conversamos, tiramos a conclusão que tudo na relação seria verdadeira, iríamos contar um com o outro. Você me decepcionou, você iria me dizer que ia ficar com ele?

- Claro...

- Você sabia desde o começo que se por um acaso vocês não fossem irmãos, iriam ficar juntos.

Não foi uma pergunta.

- Não, Gustavo! Quem te contou isso?

- Isso não importa mais.

- Importa sim, foi a Augusta, não foi?

- NÃO IMPORTA! - Ele grita.

Abaixo a cabeça, sua voz é ainda mais grossa. Ele respira e logo percebo que se arrependeu de ter gritado, ele odeia gritaria!

- Ela desde o começo deixou claro que não compactuo com a sua decisão de não me contar, todo mundo sabia, Mell, até a sua mãe que você não é próxima sabia, menos eu.

- Que merda é essa? Essa mulher é maluca! Seja lá o que ela disse, mas tudo é mentira. E ela não é minha mãe.

- Mentira? É mentira que você decidiu ficar com ele? É mentira que você não iria me contar? Mellanie, você nem me contou sobre o exame, parece distante, isso é mentira?

- Então me deixa contar, Gustavo, me deixa explicar antes de você tirar suas próprias conclusões.

- Então fala. - ele cruza os braços e me encara.

- O resultado do teste de DNA deu negativo, o que significa que não somos irmãos.

- Isso eu já sei, mas quando foi que você decidiu ficar com ele e não me contar nada?

- Eu não decidi isso! Para de responder por mim.

- Você ao menos pensou em mim? Nos meus sentimentos por você, no que eu sentiria?

- Claro, Gustavo, a todo momento.

Me aproximo dele, toco seu rosto com as mãos e é aí que eu vejo uma lágrima solitária cair, ele não resita limpá-la, faz questão de mostrar sua mágoa. E então é por isso que decido falar:

- Eu te amo. Um amor diferente dos outros, um amor que veio para me ensinar, para me acolher. O amor que eu sinto pelo Caio é bem diferente, é aquele amor que nos faz tremer de nervosismo e ficar feliz ao mesmo tempo, é aquele amor que nos faz sorrir só de o ver. Gustavo, eu sinto um carinho especial por você, não fique pensando que porque eu o amo que não me importo com você, entendeu? Você fez parte de uma parte da minha vida.
A Estela sempre me disse que eu fiquei com você pra esquecer o Caio, na verdade eu fiquei com você porque me apaixonei por você, pelo seu jeito, você me fez seguir em frente, me ensinou lutar pelos meus sonhos, me entendeu quando nem eu mesma me entendia. Eu também estou sofrendo, porque eu sei que você está sofrendo, e eu sei que você mais que ninguém irá entender essa situação confusa que me meti, mas minha vida é confusa. Sua existência foi importante na minha vida, porque você é importante.

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