Somos irmãos! ~ 17

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       Me sinto de volta para meu corpo e a primeira coisa que meu sistema periférico manifesta, é um choque com a reação de um choro. Tento abrir meus olhos assim que sinto as lágrimas descerem. Eu estou viva e sou filha da Augusta. Vivi durante nove meses dentro do seu útero, ligadas pelo cordão umbilical, respirava o ar que ela respirava e fui escondida durante todo tempo que estive com ela porque ela, a minha mãe, não me queria. Será que ela sabe quem sou eu? Sua filha e irmã do seu filho. Irmã do Caio. Meu Deus, eu beijei, amei e amo o meu próprio irmão.

   Começo a chorar e abro os olhos.

- Mell, já acordou! - Estela sussurra ao meu lado - Não chora, meu amo.

     Ela me abraça e enchuga meus olhos.

- Eu sou filha da Augusta. - digo e ela sorri e nega com a cabeça.

- Meu Deus! Nem acordou direito e já está delirando. OH DOUTOR A PACIENTE TÁ DELIRANDO! - ela grita chamando o médico.

- Estela, eu não estou delirando!

    O médico chega no quarto e eu me sento.

- Olá, moça.. Mellanie - ele diz após olhar o prontuário. - Você teve uma queda de pressão que resultou em um desmaio, após medicamento, sua pressão normalizou e se você se sentir bem, já pode se levantar, fique a vontade.

- Obrigada. - diz Estela toda melosa. Repreendo ela com o olhar. - Eu preciso te contar uma coisa. - ela diz.

- Eu que tenho que te contar uma coisa.

- Mel, depois que você desmaiou, teu pai teve três convulsões com intervalo de um minuto, depois teve uma parada cardíaca, os médicos tentaram reverter o problema, mas não conseguiram e ele faleceu.

- O que? Mas ele não pode ir, ele tem que me contar tudo.

- Como assim, Mel, ele morreu, tenha piedade.

- Ele me disse que sou filha da Augusta. - ela revira os olhos - Eu estou falando sério. Ele morreu mesmo?

   Ela confirma. - Fica calma.

      Choro e levanto da cama, ela me abraça forte.

- Me conta essa historia de ser filha da Augusta, porque parece ridículo.

    Conto tudo a ela, tudo que meu pai contou e ela fica horrorizada e eu ainda mais indecisa do que fazer.

****

       Eu consegui sair do quarto sem sentir nada, a Estela me levou até o local onde a Flávia esta. Isto parece um filme de terror, a Augusta matou o meu pai e não podemos fazer nada porque não temos prova. A Augusta é minha mãe de sangue e o Caio é meu irmão. E não tem nada que eu possa fazer.

- Oi.. - pigarreio assim que encontro Flávia abraçada chorando com outra mulher. Ela olha melancolicamente como se visse o Herval através de mim.

- Oi, Mellanie. - me abraça. Um abraço forte e confortante que me fez chorar junto com ela.

- Então Flávia, como esta as coisas por aqui?

- Estamos ajeitando a papelada. Eu preciso conversar com você.

Concordo. - Eu também.

***

    Sentamos em um sofá em uma sala silenciosa onde nada pode nos atrapalhar. Eu preciso saber se tudo foi real ou um pesadelo.

- Seu pai conversou com você antes de tudo acontecer? - ela pergunta.

- Sim, ele me contou sobre minha verdadeira historia, sobre desconfiar que foi a Augusta que forjou o acidente.

- Eu não sei se isso é real.. - ela põe as mãos na cabeça e uma lágrima cai - Espero o perito investigar o acidente e mostrar provas se caso for alguém.

- Mas e sobre a Augusta e ele ser meus pais de sangue, você tem certeza?

Ela me olha convicta.

- Sim. Ele me contou tudo, você é sim filha da Augusta e se essa mulher fez mesmo mal ao meu marido, ela deve odiar muito ele.

- Ela odeia até ela mesma.

- Se for verdade, ela vai pagar por tudo o que fez.

- Me diz mais coisa, você acha que ela desconfia sobre a maternidade?

- Sim, seu pai contou para ela, diz ele que ela ficou furiosa e quase mandou te matar, ela é perversa, Mellanie.

- Eu sei, eu conheço.

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