CAPÍTULO 02
Três meses depois...
Vou atualizar vocês dentre esses três meses. Nada foi fácil, pra começar ainda não me acostumei viver sozinha, ainda acordo de madrugada correndo e indo ao quarto da minha mãe. Em relação ao trabalho, a Augusta continua a mesma, mas o Caio virou um amigo. Sempre que pode exerce sua modestia - só que não.
Neste momento estou sentada na beira da piscina da mansão. A Augusta não está, normalmente no fim de tarde eu e a Cintia tiramos meia hora de folga. E eu venho pra beira da piscina, daqui da pra ver o por do sol, obviamente não coloco meus pés dentro da água, porque, imagina se Augusta chega e eu tenha que enchugar meus pés desesperadamente.
- Eai, como vai a paisagem? - pergunta Caio assim que se senta ao meu lado.
- Vai indo embora.
- Você é muito piadista. - ele rir - Como você está?
- Vou indo bem melhor. E você, como foi a viagem?
Caio viajou durante duas semanas para outro estado a trabalho, junto com a Clara.
- Um pouco cansado da viagem, mas com saudade das suas piadas.
- Sei.. Como foi o pedido de casamento?
Ele fez uma cara de dor. Antes de ele viajar, ouvi Augusta lhe entregando uma caixa com um anel de noivado, ele me contou antes de ir que iria pedir a mão da Clara em casamento, e ela voltou da viagem sem nada nos dedos.
- Eu não pedi. - ele responde sério.
- Não pediu ou ela não aceitou?!
Ele me olha nos olhos ainda sério.
- Cansei de fazer o que minha mãe decide pra mim. Cansei de ser fantoche.
- Mas você gosta da Clara?
- Ela é legal.
- Espera um pouco, você só namora ela porque sua mãe te pediu, é isso?
- Ela não pede, ela manda. Eu sei que não é certo, Augusta me pediu que eu ficasse com ela, não só por ela ser mais velha e ser herdeira da fortuna dos seus avós, mas porque ela iria me ensinar a ser homem e administrar a herança que tenho do meu pai.
- Caio, ela é tão legal, simpática e parece ser apaixonada por você.
- Não fale assim, eu me sinto pior, foi por isso que não pedi ela em casamento, não parece ser certo. Eu gosto dela, mas não mais que ela é apaixonada por mim.
- Sinto muito - aperto minha mão na sua - Sua mãe é..
- Horrível, eu sei.
Ele me encara, tão profundo que meu instinto é desviar, mas não consigo. Suas pupilas dilatam e quase posso ver sua íris mudar de cor. Sua mão aperta a minha e se não fosse a busina do outro lado da casa, quase tive a impressão de que iria me beijar.
=♡=♡=
Fecho a porta atrás de mim e suspiro ao ver as persianas fechadas, a casa escura e silenciosa. Ligo a TV, não que eu queira assistir, é só para acabar com o silencio perturbador. Vou jogando o casaco de um lado e os sapatos de outro, de tanto trabalhar na casa dos outros, não tenho ânimo para arrumar a minha.
Uma musica toca e logo percebo que é meu celular,deve ser a Estela. Tenho que andar um pouco pra poder pegar o celular que esta carregando na mesinha da sala e logo sinto uma ânsea de vômito, uma tontura, tudo fica escuro e eu tropeço em uma mesinha com um telefone fixo,caío e de repente não vejo mais nada..
Sinto um cheiro de consultório, abro os olhos e vejo uma TV pequena na minha frente, meu braço perfurado e ligado a uma mangueira que vai direto ao soro. Olho para o lado e lá está a Estela cerrando as unhas. Do outro lado, além de mais paredes brancas tem um jarro com girassois lindos.
-Mell! Você acordou. Ainda bem, pensei que você nunca iria acordar mais. Vou chamar o médico. - ela diz ja saindo do quarto.
Dois minutos depois o médico aparece, sorrir e se aproxima de mim. Me sento na cama.
- Como vai, Mellanie? Se sente melhor? - ele pergunta.
- Acho que sim.
- Você teve uma queda de pressão causada por desnutrição de vitaminas e minerais. Quando foi a ultima vez que comeu ou bebeu água?
- Ah.. Eu não sei. Não me lembro de muita coisa.
- Mel, por favor, é importante que você diga. - suplica Estela.
- Talvez de manhã, eu realmente não lembro.
- Certo. Você está com uma forte anemia, precisa se consultar com um nutricionista, seu estado não pode piorar. - o médico diz nos dando lincença.
-Como fui parar aqui?
- Parece que alguém muito lindo se importa com você.
- Da pra falar minha lingua?! Estela, deixa de enrrolação.
- O Caio, seu patrão, meu bem. - ela diz errolando o cabelo loiro comprido.
- O que? Como ele foi se meter nisso?
- Vou chamar ele. - ela sai correndo do quarto, nem me deixa responder. Minutos depois Caio entra no quarto sorrindo.
- Maria das Graças! Não acredito que nos deu um susto. - ele brinca assim que se aproxima da cama.
- Não importa. Como se envolveu nisso, foi a Estela?
- Não. Foi o zelador do prédio, acho. Ele passava em frente ao seu apartamento que inclusive estava aberto, te viu caída no chão enquanto o seu celular tocava sem parar, era eu que estava ligando, ele atendeu e me pediu ajuda.
- Seu Álvaro sempre solidário
- Parece que eu preciso ligar pra ele e avisar que você está bem. Ele parecia muito preocupado com você.
- Liga sim, conheço ele desde pequena, foi quase um avô pra mim, deve estar preocupado. A propósito, não precisava ter me colocado nesse hospital.
- Não se preocupe, presente meu.
- Se sua mãe souber..
- Ela não vai. Vou ligar. - vira as costas.
- Ah.. Obrigado. - digo. Ele vira com um sorriso no rosto - Obrigado pelos girassois também. - sorri ainda mais, ele da um passo a frente se aproximando e deposita um beijo na minha testa indo embora logo em seguida.
No carro devolta para casa Estela não parou de me olhar com aquele sorriso malicioso que só ela tem.
- Ele é muito fofo Mell, que cara é aquele? Nossa ele parece um principe encantado, é lindo! - ela diz depois de cinco longos minutos me encarando.
-Não é pra tanto, Estela.
-Não é pra tanto..Mell, porque não me contou sobre ele?
- Porque não tinha motivo nenhum pra contar sobre ele.
- Ele te comprou girassois, pagou sua estadia no hospital. Como não tem o que contar. Vocês estão namorando?
- Claro que não, Estela. Ele é filho da minha patroa!
-Eu sei mais ele é lindo, gentil, romântico e.. eu já falei lindo?
Rimos juntas pela sua empolgação.
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Nossa Historia De Amor
Любовные романыA vida nem sempre foi fácil para Mellanie, desde pequena passou por diversas coisas, responsabilidade é seu sobrenome. Cuidar da mãe doente e trabalhar aos 18 anos, não restava tempo para se divertir. Foi quando tudo ocorreu de repente, conheceu Cai...