Dia cheio.~20

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- Você contou para o Caio sobre meu aniversário? - pergunto para o Luís e a Estela revira os olhos.

- Não, por quê? - ele pergunta enrugando a testa.

- É Mell, por quê isso agora? - diz Estela me fuzilando com os olhos.

Ela não gosta que eu fale nele, porque pra ela, falar dele é como falar da Augusta e de tudo que ela me fez.

- É que ontem eu recebi uma mensagem de um número confidêncial, pelo que eu li, me parece ser dele. Não tenho dúvidas.

- Bom, eu realmente não sei. - diz Luís- Você sabe, Mell, ele não fala no seu nome, então eu acabo não falando.

- Melhor assim, né Mellanie? - ironiza Estela.

- Eu sei que você não gosta que eu fale, mas se ele me mandou a mensagem é porque talvez tenha me perdoado. - falo diretamente pra Estela, ela levanta do banquinho da bancada da pia e se aproxima de mim.

- Ele não te perdoô, não lembro de ter lido isso.

- Estela, pensa um pouco, seria ótimo que ele me perdoasse, eu poderia dormir sem peso na consciência.

- Então põe isso também na sua cabeça: você não fez nada, não tem porquê ter peso na consciência.

- Mas ele acha que eu fiz.

- Você vai mesmo ficar pensando nisso? Porque vai acabar tudo vindo a tona de novo, o Caio, e a Augusta com seus planos malignos.

- Ei meninas vamos parar né? - diz Luís, agradeço a ele silenciosamente.

- Vou me trocar. - digo e vou para o quarto, logo escuto passos atrás de mim.

- Mell, me desculpa, ta?! As vezes sou muito protetora e eu sei que você não gosta, mas me escuta só um pouco.

Concordo e ela me abraça.

- Se tudo for real mesmo, eu e ele somos irmãos, e eu só queria que ele soubesse e sofresse junto comigo, eu entendo a realidade, não precisa ficar preocupada.

E tudo volta ao normal, o assunto Caio aqui em casa é como um assunto muito delicado entre famílias e que sempre que é tocado, tudo vira um reboliço. Caio deixou minha vida em um reboliço, ter quase me atropelado foi o ápice para chaqualar minha cabeça e me transformar em outra pessoa.

Esse chacoalho me deixou cicatrizes.

***

Hoje é sábado e sempre saiu com as minhas amigas da faculdade, dessa vez fomos ao shopping, um outra amiga chega de viagem semana que vem e queríamos comprar alguns presentes para ela. Logo que anoitece chego em casa e antes de colocar a roupa por inteiro a campanhia toca e tomo um susto ao abrir a porta.

As lembraças são como balas na verdade. Elas atingiram meu celébro em cheio, medo percorre meu sistema nervoso. Ela adentra a casa e se acomoda de forma conhecida: O dia que veio me ameçar!

Augusta.

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