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GL

Não era desse jeito que eu queria ter voltado pro rio, passei anos da minha vida longe da galera do morro, eu pensei que quando eu voltasse, seria um dia de festa, muita bebida e principalmente muita mulher, mas bagulho foi diferente.

Eu voltei pro velório do lobo, me lembro que uma vez a gente tava conversando e eu já tava doido pra voltar e ele me disse que eu só voltaria no dia que ele morresse, caralho.... o maluco acertou em cheio.

O lobo era a única família que eu tinha, eu perdi meus pais muito cedo, eram tudo viciados, só viviam pras drogas, o pai do lobo que matou eles, se fosse outra pessoa no meu lugar ficaria possesso de raiva, juraria vingança, mas eu não, eu agradeci.

Logo depois o pai do lobo morreu e ele teve que tomar a frente do morro. No começo, eu não pensava em mim envolver no crime, mas os trocados que eu ganhava no semáforo não dava pra mim sobreviver. Aí tive procurar o lobo, ele me botou como olheiro, eu era novinho na época, ninguém ia desconfiar.

Foi difícil pra mim subir de cargo, fui difícil pra mim conseguir a minha primeira arma e quando peguei em uma, já tinha a confiança do lobo. Ninguém entendia o motivo dele ter pegado tanto afeto por mim tá ligado?.... mas aí, eu fiz a minha primeira merda, que me deixou marcado pra sempre.

Uma vez deve uma invasão, pegou geral de surpresa, era os bota, seria a minha primeira vez numa invasão, primeira e última. Matei um policial e não era um policial qualquer não, comandante pow.

Me lasquei feio, eles ia me caça até no inferno se eles descobrisse que tinha sido eu que matei. Lobo me mandou pra bem longe, mas o negócio tava ruim pro lado deles, tinha invasão quse tudo dia. Mas depois foi melhorando, ele me mandava um bom dinheiro todo mês e tava tranquilo.

Eu só fui descobrir que ela morando um mina na nossa última conversa, a um ano atrás, a gente sempre conversa uma vez ao ano pra não dá mole pra polícia. Até pensei que ele tava zoando, ele nunca foi de namorar ninguém, a última que ele teve deu maior b.o e disse que não ia arrumar mas nenhuma.

Mas quando eu cheguei no velório dele e geral começou a comentar que a mulher dele tinha chegado, que eu vi a mina deitada com a cabeça sobre o copo dele, ali eu tive certeza que ele não tinha mentido.

De começo ja pensei que a mina tava ali só pelo patrocínio, a mina é nova, boto fé que é uns dois ou três anos mais nova do que eu. Mas mudei minha opinião assim que vir o sofrimento da garota, é de dá pena tá maluco, namoral, eu nunca vir ninguém sofrer por outra pessoa como eu tô vendo não.

Meu parceiro, passou várias coisa pela minha cabeça quando o luizinho confirmou que o comando do morro ficaria pra ela. Eu não fui muito com essa ideia aí não, a mina tem mó cara de quem não sabe nem manusear uma arma, quem tirar comanda um morro. Por que que o morro não ficou nas mãos do fumaça que era o braço direito do lobo e tá à mais tempo aqui.... essa parada bem ai não me desceu nao.

Agora eu vou ter conviver com uma mina que nem conheço. Esse lobo me arrumar cada b.o pra resolver.

Luizinho: analu, como assim morar aqui?

Analu: é isso que tá aqui ôh – entregou a tal carta pra ele. — o Lucas só pode que tava muito chapado no dia que escreveu isso aqui, luizinho, isso aqui não tem sentido.

Luizinho: ta escrito aqui. – me olhou.

Analu: como é que é que vou morar com uma pessoa que eu nunca vi na vida.

GL: se te serve de consolo, eu também não tô afim de ficar servido de babá pra garota mimada.

Analu: ainda mais com uma pessoa que não vai com a minha cara.

Luizinho: da parar os dois. Olha aqui, o lobo disse que vocês iam se dá bem, ele viajou legal.

Analu: olha, eu tô cagando pra que tu acha de mim, se tu quiser ficar aqui, de boa, só não se mete no meu caminho. – pegou o papel da mão do luizinho e saiu lá pra cima.

GL: mina maluca.

Luizinho: tu que começou cuzão, ofendedo a mina dentro da casa dela.

GL: nossa casa tu quiser dizer.

Luizinho: tu não ta pensando em vim morar aqui né? – concordei.

GL: tô sim, tenho certeza que tem gente morando na minha casa antiga. – dei ombros. — minhas coisas já tão aqui mesmo – apontei pras malas que tavam do lado do sofá.

Luizinho: cê que saber, só não procura confusa com ela, se não tu vai tá procurando comigo também – se levantou. — daqui a pouco eu passo aqui. – saiu.

É mole, ainda sou obrigado a ficar escutando ameaça desse arrombado.






É mole, ainda sou obrigado a ficar escutando ameaça desse arrombado

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Miguel, 24 anos.
Vulgo GL

Analu 2Onde histórias criam vida. Descubra agora