Era 4hrs da manhã e eu já tava com os com os olhos mais acesso que farol de carro. Me levantei tomei um banho, me arrumei e fui pra boca.
Teco: acordou com as galinha foi? – cruzou os braços quando me viu descer da moto.
Analu: não foi por vontade própria, isso eu te garanto.
Teco: o luizinho tá na sala – concordei e entrei.
Luizinho: oi vidinha – sorriu quando me viu.
Analu: oi sorriso – me joguei no sofá. — quais são os b.o pra hoje?
Luizinho: nem amanheceu e tu já tá procurando b.o? – assentir. — temo b.o de ontem ainda, b.o não, reclamação mesmo.
Analu: o que?
Luizinho: tão querendo pros baile voltar, cê sabe que tem muita gente que vive dos bailes né?
Analu: tô ligada, final de semana voltamos a rotina normal. – concordou. — coé do caderno?
Luizinho: o caderninho de cobrança.
Analu: falando nisso, quais são as cobranças pra hoje?
Luizinho: tem dois no beco da 2 e um lá na 7.
Analu: aluguel ou droga?
Luizinho: os dois. – concordei.
A gente ficou conversando até terminar de amanhecer, depois fomos tomar café na dona Maria. Fui com ele em todas cobranças, dei capo de dois, tavam me devendo à meses.
Tico: fiquei sabendo que cê deu mais um prazo pro cara lá da 7 – concordei. — com esse já é o terceiro prazo.
Analu: comigo foi só um, eu não se tu se lembra mais eu já tive no lugar dele, de escolher entre pagar o aluguel ou compra a comida, só que no meu caso eu era sozinha e o cara lá tem uma filha pequena pra criar.
Tico: eu tô ligado analu mas....
Analu: não tem mas, eu já dei o papo pra ele, ele vem conversar comigo daqui a pouco – assentiu.
Meu rádio acionou.
Analu: fala tu?
Xxx: patroa, tem uma tal de jasmine querendo falar com tu, diz ela que é morro da rocinha.
Analu: manda um dos meninos trazer ela aqui na boca.
Xxx: marca dez.
Botei o radio em cima da mesa e olhei pro tico que me encarava.
Tico: essa jasmine é a ex mulher do dg? - assentir. — como é ce trás uma ex caveira pra dentro do morro?
Analu: Ih alá, tu sabe também, só eu que não sei dessa história.
Tico: quem é que não sabe da x9.
Eu!
Analu: eita que o negócio só melhora.
Escutei bater na porta e mandei entrar. Era ela!
Analu: vaza tico
Tico: cuidado com essa daí – só faltou levar a menina na frente.
Analu: Ih, liga não, esse aí late mas não morde. – sorriu. — senta aí. – a mesma sentou. — pelo que eu entendi ser tá atrás de um trampo certo? – concordou. — olha, é o seguinte, eu tenho um bar aqui no morro, e não, não é boteco, quando o lobo me deu o estabelecimento, resolvi fazer bar rústico próprio para turistas – peguei o celular e fui pra galeria. — aqui, olha as fotos.
Jasmine: porra fia, mandou muito bem, é impressionante, a decoração, os desenhos. – sorrir contente.
Analu: valeu. Então, a gente tá precisando de uma pessoa ali pra tudo, anotar os pedidos, fazer os drinks, tudo. Eu não vou mentir, é cansativo, logo porquê vai até tarde, sempre tá lotado, mas em compensação o salário é ótimo
Jasmine: não tem problema, eu só preciso de um emprego.
Analu: ótimo, mas antes eu preciso saber dessa história aí, pow tudo mundo sabe menos eu, tô curiosa. – riu.
Jasmine: quer resumida ou quer com detalhes?
Analu: gosto da fofoca cim detalhes.
Jasmine: tá, com três meses aqui no rio eu fui escolhida pra uma missão no morro do rocinha, eu tinha o direito de escolher se eu queria ir ou não. A missão era me aproximar do dg até conseguir todas as provas que ele era o dono do morro, que ele era envolvido e essa coisa. Eu tive que pensar, claro, eu tava indo pro matadouro, eu poderia morrer a qualquer momento.... mas assim mesmo eu aceitei.
Analu: corajosa!
Jasmine: oh mermã, era só por fora porquê por dentro eu tava me cagando. Enfim, eu tinha uma amiga que morava lá, então facilitou as coisas, aluguel uma casa, na verdade ela, ela resolveu tudo pra mim.... foi eu e mais uma companheira de trabalho, eu fiquei encarregada do dg e essa minha colega, do braço direito e esquerdo. Olha, no começo foi difícil.
Analu: difícil em questão de quer?
Jasmine: ele me odiava – abri mó bocão. — nem depois que a gente ficou pela primeira vez, ele não largou do meu pé, depois de alguns meses ele já tinha mudado de conceito, aí a gente começou a se entender, só que a minha coleguinha de trabalho se apaixonou por um dos mlk e por um dos mlk que ela não deveria e ela sabia disso.
Analu: ta, mas por que ela nao podia ser apaixonar por esse tal mlk?
Jasmine: porque a rayane, a menina que tu conheceu ontem gostava dele.
Analu: caralho, que vagabunda! – riu.
Jasmine: acabou que um dia, nós duas caímos na porrada, só que por um momento de distração, ela fraturou uma costela minha.
Analu: ta porra, mina maluca.
Jasmine: nisso, eu e o dg já estavamos bem envolvidos e aí fui morar com ele, por conta dessa briga. Aí depois começaram chegar uma mensagem anônimas pra ele, avisou que tinha uma x9 no morro.
Analu: achava que era você? – assentiu.
Jasmine: eu conseguir enrolar ele até conseguir todas as provas, mas aí já era tarde.... eu já amava ele.
Analu: que babado!
Jasmine: no certo dia, eu tive que voltar pro maranhão, era coisa rápida, fiquei um dia e no outro já tava voltando, quando eu voltei, recebi uma ligação da rayane avisando que ele tinha sido preso e tudo mundo já sabia quem era eu. A minha sorte é que não deu tempo de chegar no morro, se não eu tava morta.
Analu: mas e ae?
Jasmine: eu tentei pedi desculpa, tentei pedi perdão, mas já era tarde, no dia do julgamento dele, eu descobrir que tava grávida, eu tentei contar, mas na deixaram eu me aproximar dele, ele foi condenado e eu tive que largar meu emprego e voltar pro maranhão. Quando foi uns mês agora, ele me procurou pra mim da fim, só que ele descobriu que era pai e me obrigou voltar pro rio.
Analu: nossa, isso tá pior que novela mexicana – concordou. — mas cê ainda ama ele?
Jasmine: se eu dissesse que não, eu estaria mentindo, mas acho que não dá mais certo.
Analu: por que tu acha isso?
Jasmine: é uma coisa que eu não vou saber te explicar, eu só sinto tá ligada e também ele já tá se envolvendo com outras pessoas, coisa que eu não conseguir fazer desde do dia a gente terminou.
Depois da nossa conversa, levei ela pra conhecer o bar e conhecer o pessoal com quem ela trabalharia.