GL
Eu já tava cheio dessa parada, oito meses que a mina não olha na minha cara direito, a gente mal abre a boca pra falar um com o outro.
Além de ficar aquele climão do caralho na nossa rodinha.
Tinha decidido que ia resolver esse bagulho hoje e de hoje não passava.
Mandei o Luizinho vazar e subir pro quarto dela. Esperei ela sair do banho, foi um tempo pra mim pensar como começaria a porra dessa conversa.
Já tinha organizado as parada tudo que eu ia falar, mas quando escutei ela me chamar, deu um branco.
Namoral, pensei que quando eu dissesse que queria trocar uma ideia com ela, ela me mandaria um foda-se e mandaria eu vazar.
Mas ela concordou de boa, pro meu espanto.
Tinha ido esperar ela no meu quarto. Não demorou pra porta do meu quarto abrir e a analu passar por ela.
Analu: tô aqui, pode falar.
Gl: senta aí. – apontei pra cama.
Analu: não, tô bem em pé – cruzou os braços.
Gl: pra quê essa marra toda siow?!.... senta aí, namoral mermo.
Ela puxou a cadeira que tava na mesinha e se sentou.
Analu: pronto, sentei. Agora o que cê quer?
Respirei fundo.
O que eu ia dizer agora era uma coisa que ia contra o que eu pregava.
Gl: desculpa.... desculpa por ter reagindo daquela maneira, tô ligado que te machuquei, não só fisicamente, mas também psicologicamente. – ela me olhava serinha. — te machuquei mais ainda por saber que a parada que tinha feito tinha sido errado e mesmo assim não fui te procurar pra mim me desculpar ou pelo menos tentar me explicar.
Caralho maluco, tava nervoso.
Gl: tô ligando que essa parada não tem explicação, fiz na hora da raiva. Eu não devia ter falado aquelas coisa pra te e nem ter de machucado.
Analu: colfoi, depois de oito meses que tua consciência foi pesar?
Gl: não dificulta as coisa, analu.
Analu: tu me chamar pra conversar e eu não tenho direito de argumentar?
Gl: essa parada de não ser falar já tá ficando chato pra caralho.
Analu: quem começou isso foi tu, com essa porra de ciúme maluco.
Gl: que ciúme o que mina?
Analu: a não?.... tu quer me dizer que aquele surto que tu deve, não era ciúmes? Tu passou uma semana toda me ignorando, só porquê eu disse te dei um fora.
Gl: perai Ana luiza, as coisa não é bem assim não.
Analu: e como é posso saber?
Gl: tu não queria por conta do lobo, que tu não se sentia bem e os caralhos e mais lá na frente fez ao contrário, foi la e ficou com luizinho.
Ela ficou calada.
Gl: colfoi, perdeu a língua?
Analu: gl não foi assim que aconteceu, tu tava lá, tu viu.
Gl: foi por eu tá lá que eu tô dizendo.
Analu: gl....
Fiz sinal pra ela parar.
Gl: olha analu, tu não precisa ficar se explicando, logo porquê tu não me deve isso. Eu só queria me desculpar e que nossa briga acabasse por aqui, porquê não tá pra gente morar na mesma casa e não se falar, certo? – concordou. — beleza pra te então?
Analu: pode ser.
Ela tava tão entediada dessa conversa quanto eu e eu nem sabia mais o que dizer.
Analu: já acabou?
Tá pra perceber que ela não tá no de seus melhores dias.... ela nunca tá!
Gl: já.
A mesma murmurou "hum" e se levantou, botou a cadeira no lugar que ela tinha encontrado, me deu uma última olhada e se virou pra ir embora.
Gl: e a droga, como vai ficar? – ele parou de andar, mas não se virou pra mim olhar.
Analu: não fica, vou querer o meu dinheiro de volta.
Gl: tu quer que eu fale com o formiga? – ela se virou.
Analu: não, pode deixar, o paulista vai resolver esse problema.
Gl: eu conheço o formiga, ele vai ta cagando pro paulista e ele não vai devolver esse dinheiro assim, o que tu fez com a droga?
Analu: lixo.
A mina só pode tá de brincadeira.
Gl: tu não fez isso, fez? – concordou. — como é que tu vai provar que a droga tava mofada mesmo?
Analu: larga de ser otario gl, ele sabia que a porra da droga tava mofada, aquele fdp sabia e quis me enrolou isso sim. – bufou. — ele vai ter que me devolver se não, adeus formiga.
Gl: Ana Luiza, ele é problema! – avisei.
Analu: não seja por isso, é só tirar ele de circulação. – cruzou os braços.
Gl: cê que manda – ela forçou um sorriso e muito mal forçado por sinal e saiu fora.