Analu 🌸
Ninguém tava botando fé que o cara lá ia conseguir fazer o que eu tinha pedido. Eu vou te contar se esse cara não conseguir fazer uma coisa tão simples, ele pode se declarar um homem morto.
Eu já tava pensando no prejuízo que eu ia tomar se o banana perdesse minhas drogas.
Gl: tá pensando em que? – me cutucou. — se arrependeu né? – neguei.
Analu: eu nunca me arrependo. De. Nada. – sorriu. — qual é a graça, eu posso saber?
Gl: tu não sabe mentir, fingi muito bem, mas não sabe – jogou a bituca de cigarro fora. — vou te da umas aulinhas. – se levantou e saiu andando.
Poderia xingar ele de tudo quanto é nome, mas não ia perder saliva a toa, tinha mas com que preocupar.
Me levantei do banquinho e fui pra minha moto, subir nela e fui pro meu bar.
Cheguei lá, as duas princesas tava sentadas conversando.
Analu: posso saber por quê as donzelas não estão trabalhando? – as duas riram.
Júlia: ué, a gente tá conversando, senta aí. – puxou a cadeira.
Jasmine: quer beber alguma coisa? – levantou.
Analu: fica de boa aí, deixa que eu pego – fui pra de trás do balcão, peguei um copo e uma garrafa de uísque, voltei pra mesa e me juntei a elas.
Júlia: na muito cedo pra beber bebida quente? – neguei.
Analu: nunca é cedo demais pra beber um uísque. – botei o líquido do copo.
Jasmine: o certo não é tarde demais? – dei ombros.
Júlia: qual é o problema? – me olhou por cima do copo.
Respirei fundo.
Analu: mandei um cara aqui do morro fazer uma entregar pra mim e não sei se ele vai conseguir. – as duas mandaram eu prosseguir. — não é envolvido, ele me devia muitos meses de aluguel e ele não tinha como pagar e eu não podia simplesmente mandar um dos vapor matar, porquê ele tem uma filhinha pequena pra criar.
Jasmine: tu escolheu ele só por conta da dívida? – neguei.
Analu: o maluco tem mó cara de ser aqueles todo certinho, nerdão, ia passar batido pela polícia.
Jasmine: se for desse jeitinh que cê tá falando aí, vai mesmo, se ele não for daqueles cagão, tá de boassa, vai por mim.
Eu não sei se eu me sentia mais aliviada ou só tinha piorado minhas paranoias.
[....]
Depois de ter esvaziado aquela garrafa, voltei pra boca e o gl me esperava na entrada.
Gl: ele voltou! – me deu as costas e entrou.
Um peso que eu nem sabia que tava sobre meu corpo sumiu, conseguir respirar aliviada.
Entrei pra boca e fui pra sala aonde os dois me esperavam. Antes de eu dizer qualquer coisa meu celular vibrou. Peguei o mesmo e abri a mensagem de um número desconhecido.
Tudo certo!
Ali eu soube que o carinha tinha entregado a minha encomenda na mão da pessoa certa. Botei o celular em cima da mesa e abri a gaveta tirando um pacote de dentro.
Analu: aqui tá o dinheiro que eu prometi – entreguei. O mesmo pegou. — pode ir. – concordou e saiu.
Gl: aliviou o coração? – podia jurar que tinha sentido uma pitada de deboche na pergunta dele.
Ignorei e acendi meu baseado.
Analu: tu não tem mais nada pra fazer? – soprei a fumaça.
Gl: não, meu turno já acabou. – deu ombros.
Analu: e tá fazendo o que ainda aqui? – olhei pra rua pelo lado da janela.
Vi pelo canto do olhou, o mesmo abriu a boca, mas logo fechou, virou as costas e saiu.
Queria ficar sozinha, eu o que eu mais quera, durante esses meses que se passou, mas eu nunca conseguia, sempre tava cheia de pessoas ao meu redor.
Fiquei ali sentada até a brisa bater.