Júlia 🌼
Engraçado que a gente nem imagina que aquela pessoa que tá ali, brincando, conversa, pode partir a qualquer momento. Quando o Luiz me falou da morte do Lucas, eu me desesperei, por ter pedido um amigo e por a analu.Eu nem consigo imaginar a dor que ela tá passando, eu e os meninos tínhamos que ser forte por ela, ela só tinha a nós pra apoiar e confortar. A gente não podia demonstrar fraqueza, foi difícil esconder o que a gente tava sentido na frente dela, tudo bem que cada pessoa reagi de uma forma.
O meu maior medo agora é de deixar ela sozinha, eu tinha medo dela fazer alguma coisa que ela pudesse se arrepender depois e também tinha a questão da ansiedade dela que de uns dias pra cá só piorou. Então quanto mais tempo eu passar com ela, melhor, pra nós duas.
O fumaça tinha me avisado que ela queria falar comigo, eu ja tava no caminho, só apressei os passos.
Júlia: analu? – chamei.
GL: oi – deu um pulo no susto. — foi mal, eu não queria te assustar. – sorriu
Murmurei "hum", olhei de lado pro outro.
Júlia: tu sabe me dizer a onde tá a analu?
GL: não faço a mínima ideia. – concordei e fui em direção as escadas. — tu é o quer do luizinho?
Parei sem olhar pra ele.
Júlia: mulher. – ele não falou nada, então subir as escadas.
GL: é uma pena – disse quando eu tava no topo da escada.
Era só o que me faltava!
Resolvi só ignorar e fui pro quarto da ana.
Cheguei lá a porta tava fechada. Bati, mas não me respondeu.
Júlia: analu, é a júlia – bati de novo. — abri aqui. – continuou em silêncio.
Desci as pressas pra sala e corrir na cozinha. Eles sempre guardavam as cópias das chaves na gaveta do armário.
Tia rosa: o que houve?
Júlia: analu, tá trancada no quarto e não responde – corrir no armário e fui procurando nas gavetas.
GL: namoral, vocês não deixam a mina respirar direito – falou do nada, parei e olhei pra ele. — deixa a mina ter o luto dela sossega
Júlia: tu não entende, não dá pra deixar ela sozinha – peguei a chave.
GL: explica aí namoral, porquê eu realmente não entendo.
Júlia: eu não vou te explicar nada garoto – sair dali e corrir pro quarto.
Mal conhece esse mlk e já não gostei dele.
Abrir a porta do quarto e ela não tava, olhei no banheiro e ela também não tava, fui pro closet e a porta do cofre tava aberta.
Entrei e ela tava lá de costas pra mim mexendo em algumas coisas.
Júlia: Lu? – deu um sobressalto por conta do susto. Ela virou me olhando, meu olhar caiu sobre a arma que ela tava segurando. — tá fazendo o que?
Analu: carregando....
Júlia: por que?
Analu: tava precisando ocupar minha cabeça com alguma coisa.
Júlia: e por que tu não foi lá pra baixo ficar com a tia rosa.
Analu: eu queria ficar sozinha – saiu do cofre. — vem, ou tu quer ficar presa aí?
Júlia: engraçadinha. – sair. — vem cá, o que o tal GL tá fazendo aqui?
Analu: luiz não te contou? – neguei. — eu li aquela carta depois que você saiu , e o lobo me pediu pra esse tal amigo dele morar aqui comigo. – bufou.
Júlia: Que? E tu vai concordar?
Assentiu.
Analu: querer eu não quero não, mas se era um desejo do lobo eu nao posso fazer nada.
Júlia: tu acredita que ele deu em cima de mim!
Analu: quando foi isso?
Júlia: ainda pouco. – ela riu.
Analu: deixa o luizinho saber de uma coisa dessa. – negou. — pelo que o lobo disse na carta, eles dois não se dão muito bem. — ele vai adorar saber que o tal GL tá dando em cima da mulher dele.
Júlia: ele não pode nem sonhar – levantou as mãos em rendição.
Analu: eu preciso te contar uma coisinha! – dei sinal pra ela continuar. — eu aceitei, eu vou ser a nova dona do morro do alemão!
Júlia: como é que é?
Analu: é isso mesmo que tu escutou, agora o morro do alemão é meu e o teu namorado é o meu braço esquerdo.
Júlia: o meu Luis?
Analu: ué, tem outro?
Júlia: mas o braço direito.... – me interrompeu.
Analu: nãos se preocupa boba, eu sou canhota – riu.