Os bandidos

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– Fique abaixada e não faça barulho - Meu guarda-costa exige em voz baixa e não hesito em obedecer.

Algo bate no chão fora da cabana. Assustada, pulo e coloco meus braços em volta da cintura de Sam.

– E se eles...- Paro o que estava prestes a dizer quando percebi que estava abraçada a ele. Rapidamente me afasto. - Sam, me desculpe. Foi sem querer.

– Shii, tá tudo bem - Ele sussurra e logo estende sua mão e segura a minha gentilmente, dando um aperto tranquilizador. - Fique aqui e não se mexa. Se eu não voltar em dez minutos, chame a polícia.

Ele solta a minha mão antes que eu possa contestar e sai em silêncio pela porta da frente. Eu sei que ele é capaz de enfrentar isso, mas e se ele não voltar? Peguei meu celular e disco o número e passo o polegar sobre o botão de chamada.

Quanto tempo devo esperar? Quanto tempo fez que ele saiu? Segundos, minutos, horas? Ainda cedo, decido. Ele sabe o que faz.

Quando estou prestes a guardar meu telefone, a porta se abre, me fazendo gritar. Uma mão rapidamente tapa a minha boca.

– Annie, sou eu! Calma!

Meu coração está saltando no peito, mas sinto meu corpo relaxar com o som da sua voz. Ele cuidadosamente tira a mão da minha boca.

– Sam, pegou eles? Eles estão amarrados?

Um sorriso brilha em seus lábios, e eu não consigo entender por quê. O que tinha de tão engraçado naquilo?

– Por que você mesma não vem conferir?

– É uma boa ideia? E se eles tentarem me atacar?

– Confia em mim, eu posso cuidar desses caras.

Levanto lentamente, ainda com as pernas bambas e vou até a janela. Coloco a cabeça para fora e olho em volta.

– Não entendo...Onde eles estão?

Ele aponta para as duas lixeiras viradas ao lado da cabana. Um guaxinim levanta a cabeça de dentro de um dos latões enquanto outros dois nos olham por trás do outro. Minha boca se abre em espanto.

– Guaxinins? Eram só guaxinins? - Minha pergunta saiu junto a um suspiro de alívio. Ele ri.

– Não baixe a guarda demais. Esses bichinhos podem ser traiçoeiros.

– Agora voce tá só tirando sarro de mim.

– Eu não sou esse tipo de pessoa. - Olho pra ele desconfiada e fecho a janela com mais força do que deveria.

– Para alguém tão pequena, você é bem nervosa.

– Não sou não

– Desculpa, mas foi o vento que bateu a janela?

– Você estava tão assustado quanto eu!

– Eu não fico assustado, Annie!

– Todo mundo fica assustado.

Ele caminha em direção ao sofá, e eu o vejo enfiando uma arma na cintura.

– Você tem uma arma?

– Sou seu guarda-costas. Como você espera que eu a proteja?

– Mas por que você precisaria de uma aqui? Ninguém sabe sobre esse lugar, certo?

– Bom, é melhor prevenir do que remediar. - Quando ele vê que eu ainda não estou convencida, levanta meu queixo com os dedos. - Eu sei o que estou fazendo, Annie. Tenho cara de quem não sabe como usar a própria arma?

Meu guarda-costasOnde histórias criam vida. Descubra agora