Surpresa

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Alguns dias depois, o aquecedor quebrou. A cabana fica mergulhada em um frio congelante e amargo que me deixa quase sem fôlego. O Sam sai na hora para checar, e ele está longe de ficar feliz quando volta.

-- Isso é ridículo.

– O que? Você consertou?

– Não...Não consigo. Parece que uma das válvulas quebrou.

– Mas por que?

– O aquecedor ficou parado por meses antes de a gente começar a usar...Eu deveria ter conferido antes.

Ele parece tão infeliz que me apresso para tranquilizá-lo, mas os meus dentes batendo não ajudam.

– Es-está tudo bem, S-Sam. Eu esto-tou bem.

– Não, você não está bem, Annie. Você está tremendo! - Ele diz nervoso

– Co-como voce nã-não está com frio?

– Estou acostumado a climas adversos. E por que está preocupada comigo? É a droga do meu trabalho me preocupar com você, Annie. Não posso te proteger se você morrer de frio.

– Por que est-tá fazendo escândalo sobre isso? Eu esto-tou com frio, não...- Ele me interrompe me segurando pelos ombros e me forçando olha-lo nos olhos.

– Seus lábios estão ficando azuis, pelo amor de Deus?

– D-digo, se você está realmente preocupado, por que não ve-vem me aquecer? - Minhas palavras o deixam tenso.

– Eu...- Sam hesita. Seu olhar se aquece quando os olhos percorrem o meu corpo trêmulo, e eu posso sentir minhas bochechas ficarem vermelhas.

– Como você mesmo di-disse, você foi contratado p-pra cuidar de mim, não é? - Sam dá um passo em minha direção, seus olhos presos aos meus. - Sam?

Seus braços me envolvem, e ele gentilmente me puxa para mais perto para me prender em um abraço. Não posso deixar de tremer de desejo quando sinto sua pele contra a minha.

– Tem razão, é o meu trabalho. - Ele cobre uma mão na minha cintura, enquanto a outra segue pela minha bochecha até que descanse suavemente contra o meu pescoço. - Sua pele parece gelo.

– Não por muito tempo...se você continuar me tocando assim. - Eu o provoco fechando meus olhos. Ele inclina a cabeça até o nariz deslizar ao longo do meu pescoço. Seu hálito quente na minha pele exposta deixa meu corpo ardendo em chamas, e consigo ver a sede em seus olhos.

– Acho que posso dar um jeito nisso. - Sua boca fica beijando o meu ombro, e o gemido ofegante que me escapa sai com um tom de desespero e desejo. - Assim ajuda?

– Por favor...- Eu suplico em um suspiro e ele para.

– Por favor, o que? - Suas palavras são provocadoras, mas ele obedece ao meu pedido. Seus lábios se tornam mais persistentes enquanto ele segue dando beijos de boca aberta pelo meu corpo. Uma mão aperta a minha cintura enquanto a outra explora as minhas curvas. Seus dentes roçam em minha orelha, e eu agarro em seus ombros quando sinto minhas pernas enfraquecerem - Tá se sentindo mais quente agora?

– Eu...- Tento fazer meu cérebro funcionar e dar uma resposta coerente mas sem sucesso.

– Não? E agora? - Sua boca começa a se mover mais para baixo, e cada centímetro envia outra onda de prazer pelas minhas veias. Jogo minha cabeça para trás e suspiro de prazer, tremendo, já imaginando...mas ai ele para. - Me diz o que você quer.

Quando eu não respondo, ele se afasta para olhar nos meus olhos. Nós dois estamos ofegantes, a movimentação de nossos peitos perfeitamente em sincronia.

– Eu-eu quero...- Ele se inclina até nossos lábios se roçarem de leve, dando arrepios na minha espinha.

– O que você quer, gata?

Olho bem no fundo dos seus olhos e respiro. Cada toque, cada beijo, cada abraço que compartilhamos nos últimos dias tem sido eletrizante. Mordo meu lábio e passo gentilmente uma mão contra a sua bochecha. Enrosco meus dedos em seus cabelos e puxo seu rosto para mais perto até que seus lábios estejam parados diretamente sobre os meus.

– Eu quero você, Sam. - Ele dá uma pausa, mas antes que eu possa implorar para ele continuar, outra voz me arrepia até os ossos.

– Que merda é essa? - Aquela voz inconfundível diz e não posso acreditar no que meus olhos vêem, meu marido parado na porta da frente, olhando para nós.

Meu guarda-costasOnde histórias criam vida. Descubra agora