– Irmão...do Sam?! - Minha boca simplesmente se abre. Entro em choque ao lado de um Sam igualmente atordoado. - Você cometeu um erro. Sam não tem irmão.
Eu estudo Daniel, procurando por semelhança entre eles, e ele abre um sorriso divertido.
– Olha, posso ver que não é um bom momento. Parece que vocês tem convidados.
– Você tem razão.. Não estamos em um bom momento agora. - Eu começo mas Daniel levanta a mão.
– Não diga mais nada. Eu odiaria me intrometer. - O tom dele é simpático, mas há uma intensidade na maneira como ele olha para Sam que me deixa desconfortável. Sam ainda está silencioso, parecendo estar congelado no lugar. - É muito para absorver assim. Que tal tomarmos um café da manhã e conversarmos sobre isso?
Hesito, de alguma forma quero proteger Sam. Este cara deve ser algum tipo de vigarista...certo? Sinto Sam se mexer ao meu lado quando estou prestes a recusar.
– Um café seria bom. - Ele finalmente se pronuncia.
– Incrível. Estarei aqui amanhã às nove.
– Ok. Vejo você, então. - Depois que ele sai, fecho a porta e me viro para Sam. Enquanto procuro as palavras certas para expressar minha preocupação, Sam encontra meus olhos. - Sua família está esperando por nós.
Ele pega minha mão e me leva para longe da porta...Mesmo sabendo que ele pretende retomar esse assunto mais tarde, não posso deixar de me sentir desconfortável.
Na manhã seguinte...
O "mais tarde" não vem até de manhã, quando estamos na mesa tomando café. Eu continuo olhando para Sam, que está comendo calmamente um pedaço de torrada. Mesmo sabendo que ele está ciente da minha ansiedade, ele não diz nada.
– Pronto para hoje?
Sam encontra meus olhos e abre um sorriso leve.
– Como sempre estarei.
– Sam, tenho que ser sincera...estou preocupada. Você realmente acha que esse cara é seu irmão?
Sam me observa com atenção.
– Você está preocupada. - Ele repete o que disse como se tentasse entender.
– Claro que estou preocupada! Eu sei que você sabe se cuidar, mas, Sam, isso parece...complicado. Tem certeza de que é uma boa ideia encontrar com ele?
– Estou me perguntando a mesma coisa. Mas se eu não for...sempre me perguntarei sobre isso. Isso parece pior ainda.
– E se ele for uma fraude tentando enganar você?
– Eu pensei nisso. - Sam suspirou e se recosta na cadeira. - Mas também é possível que ele esteja falando a verdade.
– Mas como? Como ele te encontraria?
Sam hesita, como se não tivesse certeza de que vou gostar do que ele tem a dizer.
– Lembra de algumas semanas atrás? O quinto aniversário desde que minha mãe faleceu?
– Claro.
– O que acontece é que eu...precisava fazer algo. Para marcar a ocasião.
– O que você fez?
– Enviei uma amostra de DNA para um desses sites de ancestralidade.
– Ah, Sam...queria que você tivesse me contado. Eu não tinha ideia de que você se sentia assim. Você sabe que pode compartilhar coisas assim comigo, né?
– Eu sei. Claro. - Eu vou até ele e coloco meus braços em volta dos ombros dele antes de me sentar. - Mas eu estava um pouco envergonhado...achei que você pensaria que era uma perca de tempo e dinheiro.
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Meu guarda-costas
RomansaSair de uma graduação em Harvard para uma esposa troféu, é de se envergonhar. Isso é o que Annie Laurent Mazza acha de si mesma, porém, não tem como se divorciar do marido, pois deve se preocupar com uma coisa mais importante, sua vida, que está cor...