O final de semana chega e preciso pensar com qual fantasia ir. Procuro no fundo das gavetas da minha mãe até finalmente achar um macacão preto que tinha potencial. Eu visto a peça, coloco um par de botas de salto pretas e passo uma maquiagem bem pesada. No fim, era possível definir aquele conjunto como o da fantasia da mulher-gato.
– Annie? Quase pronta para ir? - Sam diz anunciando sua presença antes de abrir só um pouco a porta do quarto. Ele estava vestido de Sherlock Holmes, com um sobretudo preto e um cachimbo na mão. Não consegui conter um sorriso ao ve-lo.
– Sim, estou indo.
Vamos todos no carro dos meus pais e logo meus olhos brilham quando observam as cores vibrantes das atrações.
– Eu esqueci o tanto de brinquedos que esse lugar tinha! O que a gente devia fazer primeiro? - Olho animada para Sam, só para vê-lo já sorrindo para mim. - O que?
– Não é nada.
– Não, me fala!
– É bom te ver tão feliz.
Minhas bochechas ficam vermelhas e desvio o olhar para o chão.
– Obrigada. Então, aonde vamos primeiro?
– Aonde você quiser. A noite é toda sua.
– Vamos na casa assombrada!
– Sério? Não achei que tivessem uma dessas aqui.
– Você não está com medo, né?
Sam revira os olhos
– Pra onde fica mesmo?
– Por aqui, eu te mostro. - Agarro seu braço e o puxo para trás de mim. - Olha! É logo ali!
– Aquele lugar alto e aterrorizador? Que clichê.
– Ei, não age assim. Essa é uma das casas assombradas mais assustadoras que eu já fui. Eu adoraria te ver tentando não gritar.
– Eu não grito.
Eu dou a ele um olhar convencido.
– Isso nós veremos.
Ao chegarmos perto da casa assombrada, um palhaço segurando um balão vermelho fica parado na frente dela. Eu passo pelo palhaço, mas Sam para. Me viro para vê-lo.
– Sam? - Eu o chamo e ele lentamente muda o olhar de direção, do palhaço para mim.
– O que?
– Parou por que?
– Eu não parei.
Eu o vejo encarando o palhaço com um olhar ameaçador.
– Tem...algum problema?
– Não.
– Tá, então podemos entrar?
– Não confio nele.
– Oi? Em quem?
– Naquele troço ali. Não confio nele. - Ele aponta para o homem fantasiado.
– No palhaço? - Olho de volta para o palhaço que está acenando para nós. Seu rosto está pintado de branco, com enormes lábios vermelhos e dentes pontudos. O balão que ele está segurando tem um rosto triste desenhado. - É um palhaço, Sam. Vem, eu quero entrar.
Eu puxo o seu braço e ele relutantemente segue atrás de mim.
– Você tem medo de palhaço? - Eu pergunto
– Eu não tenho medo de nada.
– Se é o que você diz.
Quando entramos na casa, está tudo escuro. As luzes piscando e as pequenas tochas acesas coladas no chão são as únicas coisas que iluminam o lugar. Eu agarro o braço do Sam. Há morcegos falsos no teto, que voam de vez em quando e me fazem pular. Em cada canto, algo assustador salta na nossa direção e eu não posso evitar de gritar de medo.
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Meu guarda-costas
RomanceSair de uma graduação em Harvard para uma esposa troféu, é de se envergonhar. Isso é o que Annie Laurent Mazza acha de si mesma, porém, não tem como se divorciar do marido, pois deve se preocupar com uma coisa mais importante, sua vida, que está cor...