Diante do Morro

CAPÍTULO 30

Segunda
18:05hrs

Tina

Tava geral na praça e eu nem sabia o porque, eu só tava junto porque não tinha nada pra fazer em casa.

Dk: minha gata -falou vindo até mim- tá lindona hoje

Tina: quer o que? -falei revirando os olhos- sai de perto, gosto de muito grude não

Dk: chatinha que só viu -falou e eu ri- não posso ficar na paz contigo, que eu quero alguma coisa, é impressionante

Tina: é que você não pode ver um rabo de saía -falei simples e ele riu- tá vendo, tô te dizendo, te conheço desde criança

Dk: e veio me aceitar agora -falou encostando no banco- dá essa moral aí Valentina.

Tina: dou uma mão na sua cara -falei olhando pra cara dele- para de ser assim, fica falando esses bagulhos, sendo que na primeira oportunidade tu tá transando com qualquer menina do morro, tu acha mesmo que faz os outros de besta davi

Dk: em que momento tu viu boato meu com alguém, Valentina -falou e eu fechei a cara- tá vendo, teu mal é esse, ficar com um cara que é filha da puta contigo e acha que os outros é assim, tu mesmo disse que me conhece , se conhecesse mesmo, saberia que eu não sou assim.

Ele ficou me olhando, enquanto eu fiquei olhando pro outro lado, ouvi um suspiro dele.

Ck: que caras de cu são essas -falou chegando perto- parecem dois velhos que não tem nada pra fazer

Tina: eu só tô cansada -falei me levantando- vou pra casa

Caio ficou me olhando e depois me abraçou de lado, ele sentou no meu lugar e eu subi pra minha casa.

Abri a porta e tranquei a mesma, as vezes eu sentia uma saudade imensa de morar com a dona Jade, mas cresci e tive que sair de casa né, ganhar o meu.

Fui pro meu quarto e cuidei em tomar um banho logo, fiquei uns minutos, sentindo a água cair sobre meu corpo e tirar todos os pensamentos que tava na minha cabeça.

Quando sai, coloquei uma camisa larga e uma calcinha, me deitei ligando o ar, fiquei olhando pro nada, até eu parar de pensar demais e cair no sono.

[...]

Medusa: já te falei o que eu acho -falou voltando da cozinha- ele sempre foi protetor com você, desde a adolescência, não deixou nenhum moleque te encostar sem tua permissão, e você duvidando dele Valentina

Tina: a sei lá, mãe -falei vendo ela sentar do meu lado, com o brigadeiro- ele é estranho as vezes, fala coisas que nem entendo

Medusa: vocês sempre foram colados, não entendo essa discussão de vocês hoje em dia -falou comendo o brigadeiro- sabe o que o davi disse quando era pequeno?

Tina: coisas que ele faz como ilusões na cabeça dele? -falei me levantando-

Medusa: ele disse que iria casar com você -falou e eu parei de andar- e ele falou bem firme, parecia até que sabia do que tava falando, e eu gostei do que ele falou, ele sempre protegeu você também.

Tina: você sabe que eu não quero casar, muito menos ter filhos -falei indo no banheiro-

Medusa: eu sei muito bem disso, mas você não sabe o que o destino te trás minha filha -falou meio alto- você pode falar isso hoje em dia, mas no futuro você vai encontrar alguém que vai mudar seu pensamento do dia pra noite, se não já encontrou.

Fechei a porta e fiquei me olhando no espelho.

O futuro realmente iria me fazer pensar de outra forma, ou alguém iria me fazer mudar de opinião?