CAPÍTULO 35

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Domingo
02:35hrs

Ingrid

Eu tava tentando ir pra rocinha, só tentando, mas quem dizia que eu sabia o caminho?

Ouvi um carro buzinando atrás de mim e quando ele passou por mim, mandei dedo pra ele, filhos da puta.

Parei quando vi uns cara na frente de uma ladeira e sorri, tava em algum morro e provavelmente era a rocinha.

Vi que não conhecia ninguém e provavelmente não iriam me deixar entrar, passei os olhos e vi que tinha uma ladeira do lado.

Passei pelos caras e acenei pra eles, vendo eles me olharem e rirem.

Subi a mini ladeira e vi que tinha uma entrada, entrei ali e sai direto em uma praça, era toda bonitinha.

Tinha umas pessoas bebendo, até dançando, me sentei ali, olhando as pessoas até sentir alguém me olhando.

Ingrid: isso é feio ficar olhando pra os outros viu -falei olhando pro cara que tava no banco do outro lado.

Ele tava com um grupinho de homens, todos bebendo, o cara levantou e parou na minha frente.

- quem é tu? -falou e eu ri- tem ninguém rindo aqui não caralho

Ingrid: o que importa quem sou eu? -falei e ele segurou meu rosto- posso te denunciar, idiota

Senti ele passar a mão no meu nariz e limpar a parte, sorri olhando pra ele que revirou os olhos.

Senti ele me pegar no colo e eu fiquei tentando raciocinar, enquanto sentia ele andando e vi que ele tava subindo a ladeira.

Ingrid: meu salto -falei batendo nas costas dele- o caralho

Bati forte sentindo ele me soltar e cai no chão, vi meu salto na mão dele e sorri, me levantando.

Ingrid: pode me levar denovo -falei levantando os braços e ele ficou olhando pra minha cara- você é bastante bonito

Ele me colocou no ombro dele e eu fiquei olhando pra entrada, enquanto sentia ele se movimentar, mas depois não senti nada, apenas fechei meus olhos e senti a onda bater mais e mais

[...]

Acordei com a cabeça estourando e tava coberta, fiquei olhando pro teto até me levantar e ver que não conhecia o quarto.

Tirei a coberta de cima de mim e vi que tava com uma blusa e de calcinha, me levantei rápido e vi a porta abrir.

Olhei pra ela e vi um homem moreno, ele tava de cara fechada e ficou me olhando.

Ingrid: olha, eu não sei que porra eu tô fazendo aqui -falei procurando minha roupa- mas se eu dei pra você, eu também não lembro e não sei o porque eu fiz isso

- em nenhum momento você deu pra mim -falou de cara fechada.

Ingrid: enfim, eu não te conheço e eu não sei onde eu to -falei rápido- cadê minha roupa?

- tá secando, e você tá no complexo da maré -falou simples-

Ingrid: como eu vim parar aqui? -falei sem entender-

- tu entrou aqui não sei como -falou olhando pro lado- ficou me olhando e falou merda, tava doida de pó, foi isso aí

Quando ele terminou de falar, parece que passou tudo pela minha cabeça e eu lembrei do que aconteceu.

- tu me bateu por nada também -falou e eu olhei pra ele, de baixo pra cima- tem café quente

Ele saiu do quarto e eu fiquei ali, mas logo fui atrás dele, vi ele na cozinha e fiquei na bancada olhando pra ele.

- tu é de onde? -falou colocando o café na xícara

Ingrid: rocinha -falei e ele parou pra me olhar- qual foi?

- os moleque daqui odeia as pessoas de lá -falou e eu fiz careta- qual teu nome?

Ingrid: eu nem te conheço -falei vendo ele me dar o café- mas me chamo Ingrid

- Ruan -falou e eu fiz careta- tem que fazer careta não parceira

Ingrid: muito engraçado -murmurei tomando o café.

Ouvi a porta abrir e virei, vendo um homem passar por ela, ele ia falar alguma coisa mas parou, quando me viu.

- quem é ela? -falou olhando pro cara.

Ruan: Ingrid, da rocinha -falou comendo uma bolacha- ela tava doidona lá na praça, aí eu ajudei

- como você veio parar aqui? -falou alto- puta que pariu, morro rival e tu coloca ela dentro da tua casa, se ela for envolvida caralho

Ingrid: eu não sou envolvida e não falem como se eu não tivesse aqui -falei revirando os olhos- conheço pessoas que são envolvidas mas não tô nem um pouco afim de vir aqui só pra saber de informações.

- tu conhece quem que é envolvido? -falou parando do meu lado-

Ingrid: meu pai -falei simples e ele mudou o semblante-

- tu é filha do cobra? -falou e eu fiz careta

Ingrid: quem caralho é cobra? -falei e vi o ruan rir.

- tu é filha de quem garota ? -falou meio alto-

Ingrid: eu sou filha do LK porra -falei me levantando- que pressão do caralho, eu não sou envolvida com porra nenhuma, meu pai foi nenhum momento fala desse morro e eu nem conhecia ele

- eu sou amigo do teu pai -falou rindo- sou o joaozin, pai do Ruan

Fiquei olhando pra cara dele, nem conhecia o cara, mas fui procurar meu celular, eu seriamente queria sair daqui.

Diante do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora