As duas amigas voltam para o conjugado com um sorriso no rosto. Berenice não se aguentava de felicidade, a cada segundo falava que não acreditava nessa oportunidade ainda. Angélica apenas dizia que a amiga merecia muito. Elas entraram no prédio aos risos, e no corredor do conjugado, deram de cara com Duplex e Caio. O gigante riu da felicidade das duas.
— Ganharam na loteria foi? — ele perguntou.
— Quase isso. — Angélica olhou para amiga com orgulho. — Berenice conseguiu um emprego.
O brilho no olhar de Duplex fez Angélica ganhar o dia. A admiração que ele tinha por sua amiga era impagável. A próxima coisa que sabia era que Duplex abraçava a amiga com força, a girando no ar. Angélica sorriu e puxou Caio para perto dela, que também tinha um sorriso no rosto. A sua amiga merecia tudo de bom que a vida tinha para oferecer, não tinha dúvidas disso.
— Parabéns! — ele falou contente quando a soltou.
— Muito obrigada, Duplex. — Berenice respondeu sem jeito. — Por tudo mesmo, pelo apoio e por me ajudar com o Caio.
O homem não conseguia tirar o sorriso bobo do rosto.
— Vamos comemorar, então? — ele pergunta. — Eu pago a pizza.
— Ai, eu topo! — Berenice falou. — Só deixa eu dar um jeito na casa e eu já te chamo.
Angélica e Berenice entraram com Caio no conjugado. A mãe logo mandou o menino para o banho enquanto Angélica se sentava largada no sofá. Berenice separou uns pratos e copos enquanto olhava para a ruiva.
— Você vai para a batalha hoje? — ela pergunta já com medo da resposta.
Angélica, que tinha os olhos fechados, abre para olhar a amiga.
— Vou, tem outro jeito? — ela respondeu
— Tem, ficando em casa e procurando emprego amanhã. — Berenice retruca, se sentando ao lado dela. — Agora que eu vou começar a trabalhar com o Miguel não tem problema, consigo segurar as contas.
Angélica balança a cabeça em negação.
— Não, Berenice, você já tem o Caio, tem que se preocupar com ele apenas. Eu não quero ser gasto para você.
— Não entende que eu me preocupo com você, amiga? Acha que eu esqueci aquela história de se entregar por completo a um qualquer? — Angélica nada respondeu. — Amiga eu me sinto como uma mãe para você, então segue meu conselho de mãe e não vai hoje não.
— Eu tenho que ir, Berenice. — Angélica responde com uma angustia no olhar e Berenice decide não estender a conversa.
Ela levanta do sofá para organizar algo na cômoda da TV que estava fora do lugar. Sorriu para si mesma, e sem se virar, falou com Angélica.
— Tem certeza que não aconteceu nada entre você e o Miguel ontem?
— Claro que tenho, né, Berenice. — Angélica respondeu sem entender.
— Não sei... o jeito que ele te olhava no mercadão... parecia que já te conhecia.
— Conhece, não é? Pagou pelo programa ontem.
Berenice se voltou para Angélica com a mão na cintura e um sorriso de quem sabia mais no rosto.
— Não foi isso que eu quis dizer não.
Angélica se levantou no sofá já ficando irritada com essa conversa. Era uma sexta-feira, dia que ela sabia ser um dos mais movimentos na beira da estrada. Ela tinha que estar impecável para atrair um bom cliente. Foi para o armário da amiga pegar um dos melhores vestidos que ganhou de uma vizinha que trabalhava em uma boate chique de São Paulo. Ele era preto, curto, mas de manga comprida e cheio de brilho. Manteria seus braços aquecidos em uma noite que prometia ser mais fria que a de ontem.
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Chão de Giz
ЧиклитMiguel é um homem de fé e coragem, que não se abala ao sentir que sua missão era salvar uma mulher que estava à beira de arruinar sua vida. Contra seu melhor julgamento, a expectativa da família e apoio dos amigos, Miguel busca mostrar para essa mul...