Capítulo 19

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Na manhã seguinte, eles saíram bem cedo de casa. Nenhum dos dois falou sobre a noite anterior, mas não precisava. Os olhares falavam, a desculpa para encostarem um no outro durante o caminho. Seja ela mudando a estação de rádio e esbarrando na mão dele no câmbio, seja ele verificando se o documento estava no portal luvas e passando suavemente pelo joelho dela. A troca de sorrisos. Eles não precisavam colocar em palavras a união entre eles.

Depois de algumas horas, os dois estavam na balsa atravessando até o paraíso do litoral norte de São Paulo. Angélica nunca tinha estado aqui, mas Miguel lhe garantiu que Ilhabela era o melhor lugar para descansar. Ele a convidou para sair do carro e juntos caminharam até a ponta da balsa, os cabelos ruivos ao vento, o cheiro de mar os envolvendo. Miguel olhou para ela e sorriu.

— Você vai amar esse lugar. — ele falou.

Angélica olhou para ele, sorrindo de volta.

— Já estou amando. — ela voltou a visão para a ilha que ficava cada vez mais próxima. — Você costuma vir sempre aqui?

— Vinha mais com a minha mãe, mas faz tempo...nunca trouxe ninguém aqui.

Angélica sorriu para ele e logo Miguel a chamou para voltar para o carro já que estavam chegando no porto. Ele abaixou os videos e Angélica observou bem o lado de fora. O lugar era lindo, mas Miguel pareceu pegar o lugar oposto ao centro, entrando em uma espécie de estrada onde a vista era o oceano e só o oceano. Em alguns pontos ela viu as praias, as pessoas aproveitando o meio da manhã, já chegando para aproveitarem o dia.

— Vamos deixar nossas coisas no hotel, nós trocamos e vamos para a praia também. — ele falou com um sorriso.

Angélica começou a ver que quanto mais dirigiam, mais afastados da civilização ficavam. O último restaurante ela tinha visto há um tempo. Logo eles chegaram em um portal de madeira bem decorado. Era o hotel que eles ficariam. Quando Miguel passou pelo portal, ela se viu em uma decida. A recepção da pousada logo na frente, via a piscina e as portas dos quartos. Todos aparentemente tinham vista para o mar, que era a única coisa que viam na frente deles.

Era o lugar mais lindo que ela já tinha ido, disso tinha certeza.

Miguel pegou a mala deles no banco de trás e foi até ela.

— Vamos até a recepção para eu pegar a chave.

O problema começou aí. Ou seria o universo dando um empurrãozinho? Jamais saberia, a questão é que o quarto que Miguel tinha reservado tinha tido um problema de vazamento. Como a pousada estava lotada devido o feriado, a gerente os colocou em um quarto de luxo.

— Poxa, podiam ter avisado. — Angélica comentou.

— Isso não vai gerar nenhum gasto extra para vocês, Sr. Aguiar e sua mãe já são nossos hóspedes faz tempo, é uma maneira d é-nos redimirmos pelo ocorrido.

O quarto de luxo não era só o quarto de luxo, mas um quarto para casais recém casados. Ficava na parte mais distante do hotel. Era uma espécie de cabana privativa. Angélica entrou e a primeira coisa que reparou era o quarto todo decorado com flores brancas, uma cama enorme com um coração desenhado de pétalas. E claro, a vista. Era água para todos os lados. Angélica caminhou devagar até a porta que dava para a sacada. Lá ela viu uma banheira com velas prontas para serem usadas ao seu redor.

Miguel deixou as malas no chão e foi até ela.

— Gostou do quarto? — ele perguntou.

— Só tem uma cama. — foi a primeira coisa que ela falou.

Miguel a olhou surpreso, mas a fim de tranquiliza-la, se apressou em dizer.

— Não se preocupa, tem um sofá também. Eu me ajeito ali.

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