Capítulo 11

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Angélica acordou cedo e logo tratou de sair da cama. Pegou uma roupa na mala e foi direto para o banho. Queria começar o dia cedo e nada melhor que uma ducha para acordar, ainda mais ela que não era muito fã das manhãs. Mas a última coisa que precisava era passar a imagem de preguiçosa para a mãe de Miguel. Por isso terminou de se arrumar e viu que Miguel estava acordando ainda.

O homem a olhou como se ela fosse uma estranha.

— Caiu da cama? — ele perguntou com uma voz rouca do sono.

— Vou fazer o café de vocês. — Angélica respondeu simplesmente.

Miguel ainda estava mole do sono e foi direto para o banheiro. Depois de levar o rosto e escovar os dentes, voltou para a cozinha. Angélica cortava uns pães, separava o suco. Muto atenta em sua tarefa, ela parecia sempre ter feito isso.

— Você já fez isso antes? — ele perguntou curioso.

— Trabalhei em uma pousada antes de virar secretária. Cuidava do café da manhã dos hospedes.

Cada diz que passava ele aprendia algo novo sobre ela. Isso o fez pensar que ele sabia muito pouco ainda.

— Por que não me conta mais sobre você?

Ele sentiu ela ia falar, mas quando ouviram passos descendo as escadas, ela desistiu. Miguel suspirou, sua mãe tinha um ótimo senso de tempo. A mulher apareceu na cozinha já pronta para o dia também e com um sorriso no rosto.

— Bom dia, queridos. — Cecília falou.

— Bom dia, mãe.

— Bom dia, dona Cecília.

Cecília olhou para Poderosa com um riso.

— Só Ceci está bem, dona é muito formal.

Miguel olhou para mãe feliz, depois para Poderosa, que parecia surpresa, mas sorriu de volta.

— Bom, eu vou tomar um banho se não me atraso para o mercadão. — ele se virou para o sofá para pegar o travesseiro e o cobertor que tinha usado. — Você vem comigo, mãe?

— Não, vou ficar aqui com Poderosa. — Cecília respondeu.

Angélica sentiu o estômago embrulhar de nervosismo. A mulher ficaria aqui com ela, como ela poderia entreter a mãe do Miguel? O agrônomo foi para o banho deixando a duas sozinhas na cozinha.

Angélica olhou para o fogão a lenha e suspirou, aquele seria seu primeiro desafio. Ela conhecia as peculiaridades de um fogão desses justamente porque na pousada os almoços eram feitos desse jeito, mas a cozinheira de lá nunca deixou a ruiva encostar na sua área de trabalho, tamanho era o ciúme que a mulher tinha com o fogão.

Cecília olhou para a ruiva curiosa, sabia exatamente o que se passava pela cabeça dela. Ela se aproximou e encostou no ombro da jovem.

— Parece um bicho de sete cabeças, mas não é. — sorriu. — Eu te ensino.

Angélica sorriu em alívio para a mulher.

— Obrigada. — a ruiva disse.

Cecília a explicou sobre como ligava e como ela deveria ficar atenta no tempo de preparo das coisas, que era diferente de quando você cozinhava em um fogão normal. Angélica anotada tudo em sua mente, não queria esquecer de nada. Se moraria com Miguel, queria ter certeza que seria capaz de fazer o básico das coisas.

Miguel saiu do banho pronto para o dia. Chegou na sala e observou de longe a interação das duas em sua cozinha, sorriu. Angélica parecia se acostumar com sua mãe aos poucos, e dona Cecília ele conhecia bem, cheia de fazer amizades.

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