Capítulo 26

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Miguel estacionou a caminhonete na frente da Brás com pressa. Viu Angélica caminhar até o carro com a cabeça baixa, seu coração estava saindo pela boca com a visão. Ele não sabia o que tinha acontecido, mas veio correndo quando Fernanda o ligou dizendo que Angélica provavelmente precisaria dele.

A ruiva entrou no carro e respirou fundo, escondendo o rosto nas mãos.

Miguel colocou a mão em seu ombro, atento.

— Meu amor... o que aconteceu? Vim o mais rápido que pude...

Angélica olhou para ele, ela tinha um expressão agitada, os olhos buscavam alguma resposta nos verdes tão expressivos dele.

— Meu pai, Miguel... Ramiro Viana é meu pai...

De todas coisas às quais ele tinha se preparado para ouvir, essa declaração não era uma delas.

— Como é? — perguntou ele surpreso.

Angélica segurou a mão dele com força.

— Me leva para o sítio... minha cabeça vai explodir...

Miguel começou a dirigir para casa, segurava a mão dela na dele. Angélica tinha os olhos fechados, ele suspeitava que ela tivesse dormido. Se ele estava chocado com a revelação, imaginava ela. Angélica era irmã de Fernanda... agora fazia sentido elas se darem tão bem em tão pouco tempo como Pedro mesmo disse. O sangue mão mentia.

Parecia brincadeira... logo que há dias ele havia tocado nesse assunto com ela. Como se a vida tivesse dado uma dica.

Deus falava com ele de modo a falar com ela. Agora ele entendia melhor.
Eles chegaram no sítio tempo depois, entraram em silencio, ela se sentou no sofá, realmente largando seu corpo ali. Miguel foi até ela com um copo d'água é um remédio para dor de cabeça. Acariciou seu cabelo com carinho, chamando sua atenção.

— Toma... — ele estendeu o remédio e sorriu quando ela tomou.

Miguel tomou sua mão na dele.

— Me fala. — ele pediu.

Angélica então começou a contar toda sua manhã agitada e sua desconverta. Falou como Ramiro contou sua versão e como sua mãe tinha sido baixar em dizer que ela estava morta para o pai.

— Morta, Miguel... entende isso? — ela perguntou com a voz apertada.

"Você está morto para mim, Miguel" ouvia a voz de seu pai no fundo de sua mente. Ele só balançou a cabeça.

— Preferiu dizer que eu estava morta do que me entregar a ele! Preferiu me deixar com pessoas aleatórias da vizinhança... a raiva dela era tonta que se ela não pudesse ter Ramiro então eu também não teria... que tipo de mãe faz isso, Miguel? — a voz na estava tomada pelo choro e Miguel puxou logo ela para ele.

Miguel a puxou para um abraço forte, seu coração partia um pouco a ouvir a voz dela tão dolorida. Queria tirar essa dor de dentro dela.

— Eu estou aqui, meu amor... — ele dizia em seu ouvido ao ouvir o corpo dela tremer no choro.

Miguel a pegou nos braços e a levou até a cama. Ele a colocou na cama e se deitou com ela, a prendendo contra ele. Ele acariciava seu braço com carinho, beijava seu festa. Aos poucos ela foi se acalmando, até dormir.

Ramiro e Fernanda estavam na cafeteria da Brás esperando Tobias sair da reunião para se encontrarem com o advogado. Os irmãos estavam de acordo em recusar a herança e Ramiro queria fazer isso o mais rápido possível, antes mesmo do exame sair. Ele tinha ligado no laboratório de confiança para agendar para sábado.

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