Capítulo 13

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Miguel saiu do quarto com um sorriso radiante no rosto e Cecília não pôde evitar questionar o porquê.

— O que aconteceu, querido? — ela perguntou, fechando o livro e olhando para ele.

— Nada não... — ele desconversou e se sentou ao lado da mãe. — Estou feliz que a senhora está aqui, só isso.

— Me engada que eu gosto, Miguel. — Cecília sorri. — Acha que eu não notei seu deslize na mesa hoje?

Miguel desviou o olhar, mas o sorriso não saia de seus lábios. O que podia fazer? Queria gritar aos sete mares que Poderosa tinha lhe dado um simples beijo. Estava feliz, seu peito parecia que ia explodir, em seu estômago a festa das borboletas acontecia a todo vapor. Era um sentimento esquisito, mas muito bom.

— Você está se apaixonando pela Poderosa? — Cecília perguntou direta, segurando a mão do filho.

Ele a olha surpresa, mas não tem coragem de negar nada que dizia respeito a ruiva.

— O que eu sinto por ela é algo inexplicável. — ele responde simplesmente.

— E Fabiana? — Cecília questiona em dúvida.

Miguel balançou a cabeça.

— Nunca me sentia assim por nenhuma mulher.

No dia seguinte, Angélica agiu como se nada tivesse acontecido e Miguel decidiu comprar a ideia para não aborrecer a ruiva. Chegou a conclusão que talvez aquele beijo tenha sido por pura emoção, já que ela estava agindo como sempre naquela manhã. Sua mãe nem ao menos foi capaz de perceber que algo tinha acontecido.

A quinta-feira passou assim sem emoções.

E logo a sexta-feira chegou trazendo ansiedade para o sítio. A entrevista era hoje e Poderosa passou o dia inteiro treinando o que falar, revisou seu currículo várias vezes no quarto, conferiu seus documentos. Miguel decidiu deixa-la sozinha com isso, era o processo dela, deixaria ela se preparar da maneira que achasse melhor.

Ele tinha escolhido não trabalhar naquele dia, aproveitaria para ficar com a sua mãe um pouco e também para levar Poderosa para a Brás Talentos Esportivos. A empresa era da família de Fernanda, mas ela era chefe de algum setor que ele não conseguia se lembrar agora. O irmão dela, Thobias, também cuidava de outra área, enquanto pai deles estava envolvido em outros negócios, deixando a Brás nas mãos dos filhos.

Pelo o que Pedro Antônia tinha lhe contado, o clima na empresa era bem tranquilo, as pessoas gostavam de trabalhar. Fernanda e o irmão eram unidos e se ajudavam. Thobias inclusive era casado com uma enfermeira chamada Donatella e juntos já tinha um filho pequeno, João.

No final da tarde, Miguel entrou no quarto para chamar Poderosa para poderem ir par São Paulo. Cecília iria com eles para aproveitar e dar uma passadinha no shopping enquanto Poderosa estava na entrevista.

— Pronta? — ele a chamou.

Angélica se olhava um espelho uma última vez, Maria Antônia tinha lhe emprestado um vestido preto formal para que ela pudesse fazer essa entrevista. Ela tinha seu cabeço preso em um rabo de cavalo, algo mais formal, que lhe desse um ar de séria. Miguel a olhava admirado. Ela estava maravilhosa.

— Pronta, como estou? — ela se virou para ele com um sorriso nervoso.

— Incrível.

Cecília também choveu elogios para Angélica, dizendo que a ruiva estava pronta para qualquer entrevista. Depois de uma hora, Miguel parou a caminhonete na frente do complexo da Brás. Ele desceu do carro para levar Angélica até o portão.

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