Desceram as escadas enquanto o céu, de forma poética, já mudava de alaranjado para azul.
— Não vai segurar minha mão? — Perguntou Marília, quando voltaram a andar tranquilamente a caminho do hotel.
— Depende. O que você me dá em troca?
— Eu não estou pedindo, estou fazendo uma observação magoada.
— Você pode ficar magoada duzentas vezes por dia.
A loira pensou por alguns minutos.
— Devo supor que você não vai me consolar?
Maraisa mais uma vez rolou os olhos.
— Por incrível que possa parecer, você não é o assunto mais interessante do mundo.
Marília arqueou as sobrancelhas.
— Qual vai ser nossa próxima tragédia, mesmo? — Perguntou a morena, fazendo a loira sorrir.
— Roteiro — e pegou o papelzinho. A mulher mais alta franziu o cenho ao lê-lo.
— O quê? O que foi? — Perguntou Maraisa, se aproximando dela para ler.
"9º Voltar ao hotel e ter um jantar romântico na sacada do quarto"
— Argh — fez a morena, pondo em uma palavra tudo o que a loira estava pensando. — Outra porcaria dessa? Eu havia me esquecido.
— Eu também — respondeu, guardando o papel dentro do bolso.
As luzes da cidade começaram a se acender.
— Quando será que iremos embora amanhã? — Perguntou Maraisa, desviando de uma garota com uma bicicleta.
— Isso é pressa?
— Não — pensou por alguns minutos. — Pressa para esse Roteiro acabar logo, claro, mas eu estava falando daqui.
— Gosta de Paris, então?
— Essa cidade é linda — respondeu olhando em volta. Grandes casarões altos e imponentes, sacadas, ferro torcido formando arabescos e grandes janelas.
— O que mais gostaria de fazer aqui, então?
— Gostaria de ver o rio Sena.
— Sério? — Perguntou Marília, surpresa. — Poderíamos ter ido lá hoje, se você houvesse falado.
— Não, gostaria de vê-lo pela manhã, mais vazio. De tardezinha fica cheio de gente.
— Ah. Vamos amanhã pela manhã, então — diz com firmeza. — Duvido que viajemos de madrugada, mesmo.
— Certo.
Passaram em frente a uma padaria, e o cheiro das mui famosas baguetes francesas as distraiu por alguns minutos, enquanto elas continuavam andando.
— É o hotel? — Perguntou a loira, ao se aproximarem do imponente prédio.
— Onde está seu senso de direção? Peça uma informação — e Maraisa fez um gesto para um homem que ia passando.
— Acabei de pedir, para você.
A mulher deu de ombros.
— Sim, é o hotel.
— Só sabe porque deve ter lido em algum lugar.
— Neon rosa não é exatamente discreto, sabe.
Marília suspirou, derrotada.
— Eu odeio...
— ... Discutir comigo, eu sei — completou Maraisa.
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The Experiment | Malila
Chick-LitUm milhão de dólares, esse era o valor do prêmio que a maior rede de cientistas do mundo estava oferecendo para duas pessoas que fossem escolhidas para fazer parte de um experimento social. Esse experimento se baseava em colocar duas pessoas de pers...