Capítulo 8

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Marília saiu do banho, tomando o cuidado de não deixar a calcinha para trás. Arrumou displicentemente o cabelo com as mãos, descendo as escadas. Podia ouvir o barulho seco de páginas sendo reviradas, e não se surpreendeu ao ver Maraisa folheando o livro de receitas na cozinha, ainda com as roupas de praia.

— Escolheu alguma coisa? — Perguntou.

— Humm... Na verdade, não. Eu vou tomar meu banho e você pode ir olhando enquanto isso.

— Temos mesmo que fazer o almoço juntas?

— Se você quiser ganhar 1 milhão de...

— Ok, ok, entendi — Marília pegou o livro, enquanto Maraisa saía dali.

Páginas e páginas de nada. Muito salgado, difícil, doce demais, Eca, [pânico] frutos do mar! [/pânico], enjoativo.

— Hummm... — Fez Marília ao ler o título de uma receita. Torta de Frango. — Não pode ser tão difícil — murmurou para si mesma, decidindo fazer o frango e, quando Maraisa chegasse, ela só precisaria fazer a massa. Aí misturava tudo e assava.

Era um trabalho em equipe, certo? Perguntou a si mesma, procurando os ingredientes na geladeira. Cada uma faz uma parte e tudo mais.

A questão era... Maraisa era bonita. É, admitiu, cortando o frango. E ela tinha pernas compridas, silhueta delicada, e os seios não eram nada maus, também, e suas coxas eram durinhas.

Droga! Pensou ela, e isso não tinha nada a ver com o fato de ela ter quase se cortado com a faca em um deslize momentâneo. A palavra não é bonita. Ela é... Ok, admita, você é uma tarada da pior espécie. Você está achando a sua "acompanhante de tortura" odiável... Marília suspirou fundo, decidida a ignorar a sua mente. Ela nunca, nunca terminaria aquela frase mental com a palavra que começa com "g" e termina com "a". Nunca!

Grelhou o frango, ainda tentando bloquear o curso dos próprios pensamentos. Sem o menor sucesso.

Maraisa ficava bonita quando brava, Marília só queria entender porque ela era tão esquiva. Tudo bem, elas se odiavam, mas não é preciso se amar para passar quinze minutinhos abraçadas na água, certo? Talvez Maraisa pense que sim, refletiu, procurando sal no armário.

— O que pensa que está fazendo? — Perguntou Maraisa aparecendo de repente na cozinha, os cabelos molhados caindo sobre os ombros.

— Bom, nesse exato momento eu estou terminando o frango.

Para quê um frango? — Perguntou, batendo o pé, como se estivesse em um interrogatório, começando a se irritar.

— Para enfeitar nossa lareira.

A morena ficou vermelha, a loira era a única pessoa que a tirava do sério daquele jeito.

— Marília, sua grande idiota, nós tínhamos que fazer o almoço JUNTAS! — Gritou Maraisa.

— Eu sei.

— Marília... — começou, querendo mais do que tudo prensar aquele rosto na frigideira quente.

— Maraisa, eu e você estamos fazendo o almoço juntas — disse, se aproximando (percebeu que ela fazia isso mais do que o necessário) e colocando as mãos em seus ombros. — Eu faço o frango, você a massa, juntamos tudo e assamos... Chama-se Torta de Frango. Devo soletrar?

Maraisa piscou, deveria ficar brava com a última frase, mas aqueles olhos a olhando de forma tão penetrante a acalmaram completamente.

— Tá. Tudo bem — se afastou e foi ler no livro as instruções abaixo de "Massa".

The Experiment | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora