Capítulo 30

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Maraisa escorou-­se no balcão da cozinha, desanimada, a última coisa que ela estava com vontade de fazer era cozinhar, ainda mais para Marília.

Com um suspiro, abriu a geladeira e, procurando distraidamente, encontrou sua salvação, também conhecida como massa pronta para pizza. Colocou-a sobre uma forma redonda de alumínio e começou a procurar candidatos a recheio nos armários e na geladeira.

— O que vai fazer para mim? — Perguntou Marília, aparecendo na cozinha.

— Não estou inspirada para cozinhar hoje.

A loira espiou o balcão e sorriu, satisfeita.

— Adoro pizza. Mas sem azeitonas, por favor, vou deixar você se divertindo na cozinha.

E saiu, enquanto Maraisa suspirava.

*

Quatro tipos de queijo, incluindo catupiry, peito de peru, azeite, orégano. Maraisa guardou-­a no forno, resolvendo assá-la mais tarde e aproveitar sua hora livre, parou na porta da biblioteca, Marília não estava na sala nem saíra para praia. "Não me interessa", assegurou para si mesma, decidida, entrando na biblioteca, foi quando agradeceu por não ter saído para procurá-la, ela estava bem ali, sentada em uma poltrona, lendo um livro como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Hum... Marília?

— Sim? — Respondeu erguendo a cabeça do livro, parecendo tê-la notado pela primeira vez.

— O que está fazendo?

— Tricô — respondeu, a expressão sarcástica. — Lendo, é claro.

— E por quê?

— Para ampliar meus conhecimentos e expandir minha visão de mundo.

Maraisa franziu o cenho.

— Tudo bem, então.

Maraisa pegou um livro na prateleira e se sentou na poltrona ao lado de Marília, não chegou a ler vinte páginas quando a loira pigarreou.

— Na verdade...

— Aha! — Exclamou, erguendo o olhar para a loira. — Eu sabia.

Marília riu.

— É, eu não costumo visitar bibliotecas. Eu vim aqui porque eu sabia que você viria para cá.

— Aham — respondeu, mas como quem diz "e daí? ".

— E eu não quero passar uma hora fazendo qualquer coisa em silêncio e sozinha. Vamos conversar.

— Eu sou obrigada a passar 23 horas desse dia com você, Marília. Não estrague minha uma hora de felicidade.

A loira arqueou as sobrancelhas.

— Você poderia ser mais educada, se quisesse. Deixar sua companheira de casa entediada não é muito diplomático.

— Companheira de prisão é um termo mais adequado – corrigiu Maraisa.

Marília deu de ombros, mas se surpreendeu quando a mulher voltou para o livro.

— Vamos conversar — pediu, após alguns minutos.

— Não, não vamos — respondeu a morena, sem olhá-la.

Marília puxou o livro de Maraisa e o colocou sobre o braço da própria poltrona.

— Você desmarcou a página.

— Você já leu esse livro.

Maraisa suspirou.

The Experiment | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora