Capítulo 22

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Desculpa a demora

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— Deve ser tão bom poder realizar um sonho, Maraisa — disse Marília suspirando.

— Depois você me conta como é. Vamos fazer isso agora ou trocar de roupa primeiro?

— Vamos acabar logo com isso. Depois você pode dar pulos de alegria no banheiro.

— Claro, enquanto você abraça o travesseiro.

— Não estamos indo a lugar nenhum assim.

Marília se levantou um pouco. Maraisa se encolheu.

–Só... Relaxe. Você parece tão tensa – pediu a loira.

— Estou prestes a fazer a coisa mais constrangedora de toda a minha vida.

— É bom estar aqui para partilhar esse momento importante com você.

Ela se ajoelhou, ficando de frente para a morena, que ainda estava um tanto escorada nos travesseiros.

O único som que Maraisa ouvia era das batidas do próprio coração. Marília se aproximou, segurando-a pelos ombros e a trazendo para mais perto, a mão dela era quente e persuasiva.

Seus narizes se encontraram primeiro, e o de Maraisa se franziu graciosa e automaticamente. Marília se controlou para não o morder, uma vontade inesperada e idiota. A morena a olhava, as bochechas um tanto vermelhas. A loira retribuiu o olhar, sentindo-a tensa.

Começou beijando seus lábios quase que sem querer, mas eles se entreabriram exatamente como Marília havia imaginado que iriam. E então a loira jogou pela janela aquela ideia bonitinha de fazer tudo devagar, e a beijou de verdade.

Maraisa não poderia nem de longe ter se preparado para aquilo, então fechou os olhos e mal se concentrou em beijá-la de volta. A morena era doce de uma forma que Marília desconhecia, antes que desse por si a tinha em seu colo.

Maraisa tinha as mãos em seus ombros, Marília sequer sentiu quando as unhas da mulher se cravaram em sua pele; o que poderia esperar depois de deslizar a mão de sua cintura até a lateral dos seus seios?

Era óbvio que Maraisa não estava usando sutiã, e aquilo nunca antes havia seduzido tanto Marília. Apenas tecido branco e macio a separava da pele da morena, e foi absurdamente fácil encontrar o pequeno zíper em suas costas.

Interrompeu o beijo, parando no lugar ao ver aquele rosto lindo todo vermelho, os olhos castanhos se abrindo devagar. Aqueles segundos de contemplação, contudo, tiveram seu preço - Maraisa recompôs-se fácil demais, sentindo onde a mão de Marília estava e se afastando.

Maraisa parecia quase assustada, e Marília percebeu que não chegaria a lugar algum naquela noite. Sem paciência para ouvi-la dizer que havia ultrapassado os limites, quando a morena não havia feito esforço algum para impedi-la, balançou a cabeça e se levantou da cama.

— Marília...

E não ajudava em nada o fato da mulher estar linda naquela cama, a saia do vestido branco espalhada pelo colchão aos seus pés. A loira sentiu a própria respiração difícil, e perguntou-se como nunca a havia desejado antes.

— Eu vou tomar um banho — decidiu, lhe dando as costas. Precisava mais ficar sozinha do que qualquer outra coisa, ou então lhe daria um motivo de verdade para reclamar sobre limites.

*

Maraisa afundou-se nos travesseiros ao ouvir a porta do banheiro bater. Seu corpo ainda estava quente, e isso a assustava. Nunca havia sentido isso antes. De repente, todo aquele clichê de que o sangue pega fogo, sua mente fica vazia e você perde o ar se torna realidade. Ela ainda podia sentir as pernas bambas.

The Experiment | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora