— Há muito tempo eu não faço um piquenique — disse Maraisa, parecendo pensativa.
— Hum. Onde estão as rosquinhas? — Perguntou Marília.
— Naquela sacola, acho — apontou para a única sacola fechada.
— Ah, Certo. Obrigada. — Murmurou, mordendo um pedaço de uma rosquinha macia, a cobertura doce e melada escorreu por entre seus lábios.
Maraisa se flagrou querendo beijá-la repentinamente.
— O que foi?
— Hum?
— Você está me olhando de um jeito estranho.
— Ah nada. Roteiro? – Disse Maraisa, pegando o roteiro. Deu uma olhada rápida para o papelzinho repugnante. — Hum, essa é nossa última parada em Paris — comentou, mordiscando de forma distraída um pãozinho.
As duas continuaram comendo em silêncio.
— Entediante — comentou Maraisa, se espreguiçando e se aninhando na árvore.
— Não durma — pediu Marília. — Você vai perder o sono depois e vai ficar acordada na viagem
— E?
— E é meio tenso conversar com você em viagens.
— Ah. Certo.
Marília escorou ao lado de Maraisa, encostando seus ombros. Quando ia se permitir passar um braço por trás da morena, ela se afastou, como se a loira tivesse uma doença contagiosa.
— Vamos sair daqui. — Disse Marília, se levantando, um tanto mal-humorada.
— Eu... Ah... Tudo bem — concordou Maraisa, um tanto surpresa com a brusquidão da loira.
Marília pegou as coisas rapidamente enquanto Maraisa se levantava.
— Qual é o problema?
— Problema? Por que haveria um problema? — Perguntou a loira, indo até o poste de luz no meio do bosque.
— Por que você se levantou tão rápido? — Perguntou seguindo-a. — E está tão... Sei lá, distante de repente?
— É, sobre querer distância dos outros você parece entender.
— O que você quer dizer com isso?
— Deve ser humilhante fazer uma pergunta idiota como essa! — Retrucou Marília, andando pelas ruas que as levariam ao hotel. Por sorte, não estavam longe.
Maraisa franziu o cenho, seguindo-a. O orgulho a impedia de fazer mais perguntas, mas ao mesmo tempo algo arranhava sua garganta, o que ela fizera para a mulher ter o direito de tratá-la assim?
Marília andou o tempo todo à frente de Maraisa, que não se esforçou para acompanhá-la. Ela parecia decididamente furiosa e a morena não pretendia provocá-la.
Por outro lado, a falta de reação de Maraisa a irritava ainda mais, Marília queria descarregar sua raiva, gritar com a morena e sabe-se lá mais o quê. Mas a mesma se mantinha quieta, andando em passos rápidos atrás da loira
Quando chegaram ao hotel, Marília foi até a recepção pegar a chave enquanto Maraisa a esperava na porta do elevador.
— Você é uma jovem muito bonita — disse Marília à recepcionista, certa de que Maraisa a ouviria.
— Enchanté — respondeu a moça, surpresa.
Não fora a mesma que a recepcionara no dia anterior, então se permitiu uns segundos de contemplação.
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The Experiment | Malila
Chick-LitUm milhão de dólares, esse era o valor do prêmio que a maior rede de cientistas do mundo estava oferecendo para duas pessoas que fossem escolhidas para fazer parte de um experimento social. Esse experimento se baseava em colocar duas pessoas de pers...