Capítulo 24

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— Agora é hora de irmos ao mercado, não é? — Perguntou Maraisa.

— Aham. Comprar as coisas pro nosso aguardado piquenique.

— Eu gosto de piquenique — comentou distraidamente.

— E vai ser às margens do rio Sena.

— Ah, eu estou ansiosa.

— Mas você acabou de tomar café da manhã, sua morta de fome.

Maraisa poderia ter rosnado.

— Estou ansiosa para conhecer o rio.

— Ah. Certo. Onde tem um mercado por aqui? — Perguntou Marília, depois que cruzaram a rua.

— Passamos por um ontem. É por ali — disse virando à esquerda

— Você gosta de andar — observou a loira.

— Você prefere chamar um táxi?

— Não. Costumo caminhar na praia. É só que... Achei que você fosse o tipo que passasse o dia no quarto ou na biblioteca, lendo ou bolando uma invenção para mudar o mundo.

— Mudar o mundo. Gostei disso — comentou Maraisa, sorrindo. — Chegamos — disse ela, quando entraram no estacionamento do mercado.

— Eu poderia ter descoberto isso sozinha.

A morena deu de ombros, pegando um carrinho.

*

— O que pegamos até agora? — Perguntou Marília, olhando para o carrinho.

— Rosquinhas, pão, iogurte, geleia, suco, bolo, biscoitos e mais algumas coisinhas. Ainda bem que você não está de dieta de verdade.

— Agora, precisamos de uma toalha de xadrez vermelho — constatou Maraisa.

— Para quê?

— Porque piquenique que se preze têm toalhas de xadrez vermelho.

— Quem disse?

— Eu — retrucou a mulher morena. — Acho que encontrei — diz andando até uma estante onde haviam várias toalhas de mesa dobradas e empilhadas.

— Vamos logo — pediu Marília, após Maraisa pagar as contas, de uma forma um tanto brusca.

— Hum — fez pensativamente, a seguindo para fora da loja.

*

Maraisa havia ido olhar qualquer coisa em uma livraria, deixando Marília ir na frente que depois ela a alcançava.

Marília estava absorta em pensamentos quando ouviu uma voz masculina ao seu lado:

— Posso ajudá-la? — Era um jovem de não mais que vinte e cinco anos, cabelos loiros ondulados e olhos espertos para cima de mulheres. Era um vendedor da loja da qual ela olhava a vitrine no momento.

— Não, obrigada.

— Você está olhando os tênis? São muito bonitos. Como você.

— Me chame de senhorita — pediu Marília, tentando não soar ríspida.

— Como queira — e deu uma risadinha estranha, voltando a olhá-la.

— Acho que tem alguém te chamando lá dentro — disse em uma última tentativa de ser educada, o olhar insistente dele a incomodando.

— Prefere que eu volte para a loja?

— Sim, por favor.

— Também gosto de ser discreto em um ambiente profissional, senhorita. Pode me encontrar às doze, para o almoço — e deu um sorriso insinuante.

The Experiment | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora