(...)
Maraisa ruborizou.
— Não no sentido figurado, claro — acrescentou Marília.
A morena rolou os olhos.
— Só não entorne nada, por favor.
Mas a loira já havia ido e voltado com copos e travessas na mão; quando a outra mulher se sentou na cama, a mesa estava posta diante dela – só que sobre o colchão.
— É. Porque se cair um farelinho no colchão, milhões de vermes subirão nessa cama e te comerão viva — disse Marília, tenebrosamente, se sentando ao lado de Maraisa.
— Engraçadinha. Eu nunca como na minha cama — acrescentou, pensativa.
— Eu gosto de fazer isso. Prato?
Maraisa passou o prato para ela, que a serviu.
— Hum! Está quente — exclamou a morena, pegando o prato por baixo.
Marília soltou a colher com que se servia e pegou rapidamente uma almofada, a colocando no colo da morena que colocou o prato sobre a almofada.
— Obrigada.
— Salvei sua vida. Se fossemos romanas, você me deveria servidão eterna.
— Bem vinda à França, então.
Marília deu de ombros como quem lamenta, terminando de se servir.
Maraisa serviu um pouco da torta no próprio garfo e levava até a boca da loira.
.— Espera — disse a morena, parando no meio do caminho.
— Hum?
E Maraisa assoprou delicadamente, para esfriar. Qualquer coisa se aqueceu dentro de Marília. E isso não tinha nada a ver com o prato quente sobre a almofada em seu colo. Não totalmente, pelo menos.
— Está quente? — Perguntou, depois de servi-la.
— Não — respondeu a loira, sorrindo. — Mas sabe qual é a melhor parte?
— Não faço idéia.
— Você esfriou minha comida. Você está cuidando de mim.
E Marília parecia genuinamente satisfeita com isso. A outra mulher arqueou as sobrancelhas, um pouquinho ruborizada.
— E daí?
— E daí que você não quer minha língua queimada, no fim das contas.
— Lembra do item mais constrangedor do roteiro de hoje?
— Humm... o coração na areia? — Mas Maraisa semicerrou os olhos para Marília, que deu de ombros. — Certo, o beijo.
— Exatamente. Eu não quero uma língua queimada na minha boca — e voltou a servi-la.
— Isso não mudaria nada. Eu consigo te dar o melhor beijo da sua vida com a língua queimada ou não — acrescentou, sorrindo de forma convencida, se encostando folgadamente sobre os travesseiros.
— Seu ego... Me comove.
— Só fale quando eu lhe permitir, serva — a loira afundou nas almofadas tal qual uma poderosa rainha faria. — Sirva meu vinho e me dê comida.
— E o que mais, te chamo de "majestade"? — Perguntou cética.
— Sem dúvida — respondeu Marília, suntuosamente. — Onde está minha comida, serva?
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The Experiment | Malila
ChickLitUm milhão de dólares, esse era o valor do prêmio que a maior rede de cientistas do mundo estava oferecendo para duas pessoas que fossem escolhidas para fazer parte de um experimento social. Esse experimento se baseava em colocar duas pessoas de pers...