Quando Maraisa saiu do banho, Marília não estava mais no quarto, prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e desceu as escadas, um pouco incerta. Decidira o que iria fazer, mas quando contaria a ela?
Segundo o roteiro, ainda tinham que jantar, Marília tinha que fazer massagem nela, darem um beijo de boa noite e dormirem abraçadas. Quando contar, afinal? "Não no jantar", decidiu Maraisa, escorando-se no corrimão da escada para a sala.
"Não sei como Marília vai reagir, então é melhor esperar. Na hora da massagem? Não... Tenho que olhar para ela quando falar, ou não vou conseguir. Na hora do beijo, ou de dormir? Oh, não posso enrolá-la todo esse tempo!"
— Você fica mais bonita de cabelo solto — disse Marília, fazendo Maraisa se sobressaltar.
Marília estava em um sofá da sala, mudando os canais distraidamente. Vestia uma camisa branca de algodão e short, o mesmo de sempre, então por que o coração de Maraisa falhara uma batida?
— Aah. Isso foi um pedido? — Perguntou incerta se a loira estava tentando fazer as coisas voltarem ao normal ou simplesmente a pressionando.
— Não. Não exatamente.
Mas ela soltou o cabelo.
— O que está assistindo? — Perguntou Maraisa, depois de alguns minutos de silêncio.
— Nada — respondeu Marília, ainda mudando de canais. — Não consigo encontrar nada interessante.
— Ah.
E não teve coragem de dizer mais nada, gostaria de ceder ao impulso de chorar como uma criança e contar tudo para Marília agora, tirar aquela expressão de naturalidade do rosto da loira. Ela não poderia ficar impassível depois de dizer que a amava, poderia? "Mas eu não respondi" fungou.
Marília se virou para ela instantaneamente, se amaldiçoando por isso.
— Eu... Eu vou arrumar a mesa — murmurou Maraisa, se levantando.
— Não precisa. Não estou com fome agora.
— Nem eu — respondeu saindo.
Marília franziu o cenho para si mesma, Maraisa estava querendo adiantar as coisas. "Mas para quê? O que ela queria fazer depois do jantar? Ou talvez'' sugeriu uma vozinha maligna na sua mente, ''Ela só queira ficar sozinha para poder pensar ainda mais, ou chorar um pouquinho".
A loira sentiu um aperto no coração, largando o controle sobre o sofá, elas estavam agindo como idiotas completas, pensou, fazendo uma retrospectiva:
Ela percebeu ontem à noite que a amava; Hoje, lançou duas ou três indiretas a Maraisa, que se irritou com isso; Tentou relaxar um pouco. Descobriu que as duas não se odiavam mutuamente como sempre disseram; Teve um momento romântico perfeito; A beijou enquanto a lua surgia; Disse que a amava; a morena não respondera; As duas sofreram com isso e estavam aqui, quase sem se falar, como duas crianças birrentas.
O pior era que Marília não tinha forças para levantar e conversar com Maraisa. A conhecia por tempo suficiente para saber que a mulher tinha tudo planejado e que, se estava agindo assim e adiantando o jantar, era porque tinha algo em mente, a loira só esperava que isso envolvesse um ''eu também''.
*
— Pode vir. Não sei quem a cozinhou, mas a torta está com um cheiro bom.
Marília assentiu, se levantando e desligando a televisão, as duas se sentaram uma à frente da outra, e a loira a serviu como se esse fosse um hábito antigo.
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The Experiment | Malila
ChickLitUm milhão de dólares, esse era o valor do prêmio que a maior rede de cientistas do mundo estava oferecendo para duas pessoas que fossem escolhidas para fazer parte de um experimento social. Esse experimento se baseava em colocar duas pessoas de pers...