Capítulo 34

1K 157 43
                                    


Att dupla 16/02, 15:30, cuidado pra não ler esse antes de ter lido o anterior!

*


Marília a conhecia o suficiente para saber que Maraisa estava pensando muito, os olhos fixos no nada, o nariz franzido e o lábio inferior entre os dentes. Elas subiram a escada, mas a morena se viu sozinha no corredor quando a mulher entrou no quarto da piscina.

Seguiu em frente e entrou no quarto, que agora lhe parecia tão diferente, ao se jogar na cama, Maraisa fechou os olhos. Não queria pensar sobre estar molhando a cama, sobre os milhões de problemas que tinha, queria esquecer todo o resto do mundo e focar em Marília

"Eu sou a pior pessoa da face da terra. Eu merecia morrer. Marília disse que me amava e eu não respondi". As lágrimas escorriam abundantemente e Maraisa estava fraca demais para enxugá-­las.

"Mas eu a amo! Mais do que tudo, aqui, chorando por Marília tenho certeza disso! Essas lágrimas não doeriam tanto se eu estivesse enganada.

Eu a amo. Ela me ama... Ou amava? Depois do que fiz...

Como pude deixar isso passar? Ela vai me odiar para sempre. Eu vou me odiar para sempre. Dayane, você é cruel! Você simplesmente não entende!...

Como eu posso ficar com Marília? Como eu posso fazê-­la feliz tendo aquela família? É tudo culpa sua, Dayane. Você não tinha esse direito..."

Maraisa se sentou na cama, tentando clarear os pensamentos, enxugando os olhos com as costas das mãos.

"Mas não posso deixá-­la sem uma resposta, Marília não merece sofrer por isso esse amor já nasceu errado, insistir nele seria completamente... irracional.

Nem sei mais o que é o certo e o que é o errado, o certo não deveria fazer as pessoas felizes? Se eu ficar longe dela, nunca mais sorrirei novamente... Mas...". Se jogou na cama, as lágrimas escorrendo novamente.

*

A água estava morna e com sais de banho, o quarto estava fechado e a temperatura regulada, Marília deveria recostar a cabeça no mármore e relaxar. Mas isso era impossível.

"Droga! Eu não deveria ter dito nada, provavelmente me esqueci com quem eu estava falando, Maraisa vai analisar de cabo a rabo toda a minha existência... Vai refletir longamente sobre tudo o que dissemos uma para a outra... Droga. Por que ela tem que ser tão racional? Tão certa?" Se sentou na escadinha, afundando o rosto nas mãos.

"Não pode ser tão errado, Maraisa, não há nada que nos impeça. Por que você não assume? Você... Você gosta de mim. Dá para sentir isso, então qual é o problema? Você me ama. Eu te amo. Droga!" Sentiu os olhos marejarem pela primeira vez em muito tempo. De raiva, tristeza, mágoa e incompreensão.

"Eu nunca mais vou conseguir ficar bem sozinha, Maraisa. Não seja egoísta. Se você consegue viver sem mim agora, ótimo – eu não. Eu aprendi a gostar do seu sorriso, do seu senso de humor e do seu ego. Bom, desse último nem tanto.'' Marília riu sozinha.

''Vai dar tudo certo... Maraisa vai pensar e ver que não tem nada de errado. Perceber que tudo pode dar certo. É só.... É só esperar. Até que ela possa dizer eu te amo."

*

Maraisa se levantou, seu cérebro estava começando a voltar a funcionar e ela decidira ir tomar banho.

Escolheu um vestido branco, na altura dos joelhos, abriu a porta do banheiro no minuto em que ouviu Marília subindo as escadas. Entrou no banheiro em tempo recorde, batendo a porta. Não estaria pronta para encará-­la agora.

*

Marília tirou o roupão branco e ainda nua, começou a procurar uma roupa no armário. Nos poucos dias em que ficara ali, conseguira bagunçar o seu lado do armário de uma forma inimaginável. Em um impulso, abriu as portas do lado de Maraisa. Roupas perfeitamente alinhadas e dobradas. Uma organização impecável, indo dos tons mais claros aos mais escuros.

As duas eram perfeitamente opostos, Maraisa era calma, racional, estrategista, planejadora, paciente, organizada. Já Marília era impulsiva, inconsequente, geniosa, tempestuosa, bagunceira, irascível. E as duas se encaixavam perfeitamente.

Marília tirava a ruga de preocupação da testa de Maraisa e a morena a acalmava. Se vestiu, ainda pensando nisso.

The Experiment | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora