Capitulo 31

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Maraisa se espreguiçou, se deitando no sofá, Marília estava no banheiro lá em cima, mas logo voltaria para a tão 'aguardada' discussão de relação. "Sinceramente, o que Dayane tinha na cabeça?" se imaginou discutindo a relação com Marília

"Eu te odeio, passei por situações odiosas com você, vou te odiar para sempre. Não era bem o que Dayane iria querer que Marília ouvisse, não era? Então por que essa ideia ridícula? A não ser que ela ache que eu vou dizer outra coisa", pensou. "Há. Sem chance".

Marília desceu as escadas e, ao chegar à sala, se sentou na poltrona ao lado de Maraisa. Em um dia que parecia ter sido há séculos atrás, a loira havia feito a outra mulher chorar bem ali. "Mas agora não", pensou, segura.

— Pode começar — disse Marília.

— Por quê?

— Porque eu falei primeiro.

— Não custa nada... Comece... — Maraisa a olhou profundamente. — Por favor...

— Tudo bem, desisto, por onde quer que eu comece?

— Depois de quatro dias e meio aprisionada comigo... Como se sente?

Marília a analisou por alguns segundos.

— Eu não sei.

Era tudo que Maraisa não queria ouvir.

— Aah... Não sabe.

— Não, não sei. Às vezes, eu quero matar você. Outras... Er...

— Ok, esquece.

Marília sorriu.

— É. Você pegou a ideia. Às vezes, eu te odeio. Às vezes, eu gosto de você.

— Gosta em qual sentido? — Perguntou sem se conter, se arrependendo meio segundo depois.

Marília a observou detalhadamente.

— Não sei. Quando eu descobrir, você será a primeira a saber.

Maraisa mordeu o lábio.

— Certo. Estou na mesma situação.

— Gosta de mim, então?

— Da mesma forma que você gosta de mim: não te desgosto.

A loira quase riu.

— Acho que você não entendeu. Não estou indiferente. Eu gosto de você, só não sei se é um gostar...

— Saudável — sugeriu.

— Gostar de forma apaixonada é saudável — retrucou Marília, franzindo o cenho.

— Não para nós.

— Por que não?

— Porque... er... — E, pela primeira vez, Maraisa não conseguiu pensar em nada.

Marília parecia ter lido a mente de Maraisa.

— Acabamos de confessar que não nos odiamos. Por que, afinal, não poderíamos estar apaixonadas?

A morena abaixou a cabeça, mordendo o lábio.

— Porque eu não me sinto atraída por mulheres, talvez?

— Podemos manter um relacionamento puro e inocente.

Maraisa riu, a tensão se dissipando.

— Você é inacreditável!

A loira sorriu, o ego amaciado.

— Vamos pular esse assunto agora, o próximo item é o futuro. Como você acha que vai se sentir em relação a mim quando essa semana acabar?

— Se eu mal sei como me sinto agora, como vou saber como vou me sentir?

— Você pode ter sonhos. De uma grande família feliz, por exemplo, com crianças e um cachorro — disse Marília, fazendo-­a rolar os olhos.

— Talvez o cachorro, mas não as crianças.

A loira abriu um sorriso enorme.

— Muito bem, então. Trocamos as crianças por outro cachorro.

— E você? Como vai se sentir?

Marília semicerrou os olhos em direção a Maraisa.

— Não sei. Sinceramente, não faço ideia. Vamos aceitar temporariamente a hipótese da grande família feliz.

— Nada de grande família feliz, eu só estava brincando. Eu não gosto de você assim.

— Você não sabe. Nem eu — mentiu a loira. — Você pode descobrir que me ama.

— De hoje para amanhã? — Perguntou Maraisa, cética.

— Claro. Em uma noite na mesma cama que eu, posso fazê-­la concordar em ser minha esposa facilmente.

A morena virou os olhos, as bochechas ficando vermelhas.

— Nos seus sonhos. E dá pra controlar o seu ego?

— Provavelmente não — sorriu.

— Acho que acabamos nossa discussão.

— Foi divertido.

— Adorável.

— Descobri que você me ama...

— Mentira.

— Verdade. Você só não sabe ainda...

— E eu descobri que você me ama! — Atacou Maraisa.

— Foi tão óbvio assim? — Brincou Marília.

Maraisa jogou uma almofada que deveria acertar a loira no rosto, mas ela a agarrou no ar.

— Você me irrita.

— Você já disse isso. Roteiro?

Enquanto ela lia, a morena rolou os olhos.

— Descobri meu sentimento do futuro com você. Você vai me irritar para sempre.

— Para sempre com você? É uma perspectiva animadora. 

The Experiment | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora