Capítulo 12

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A mesa estava diferente. Era mais comprida do que larga e as cadeiras haviam sido trocadas por um sofá vermelho logo à frente da janela.

— Não fui eu que arrumei a mesa — explicou Maraisa. — Assim que você saiu, eu fui tomar banho e quando voltei estava assim!

— Eles são espertos.

— E não nos deixam esquecer os detalhes. Esse vestido estava no meu armário com um bilhete de "use-me". Quase me senti como a Alice no País das Maravilhas. E isso apareceu na geladeira.

E lhe entregou um bilhete pequeno, tipo Post-it, preenchido com a letra floreada já conhecida:

Esse não é qualquer jantar, minhas queridas – é o jantar romântico! *-*

Vocês têm que dar comida na boca uma da outra, dividir o mesmo morango da sobremesa que está na geladeira e beber na mesma taça.

Att,

Dayane de Lima Nunes, (Presidenta da Worldwide Scientists Corporation).

— Isso vai ser constrangedor — disse Marília.

— Não tenho nem dúvida.

— Além de idiota.

— Claro — concordou Maraisa se sentando no sofá. — Principalmente por ter que fazer isso com você.

A loira se sentou do lado dela, que fez um pequeno gesto e abriu a tigela em cima da mesa. E o jantar era...

— Espaguete! — Exclamou sorrindo como uma criança, enfim reconhecendo o cheiro.

— É — assentiu. — Eles marcaram essa página do livro de receitas.

— Sério?

— Aham. Estava escrito "Marília gosta". Eu estava pensando em fazer camarão, mas...

— Não diga mais nada.

— Vamos acabar com isso logo? — Perguntou Maraisa.

— Quando você quiser.

Marília serviu Maraisa, apreciando o cheiro.

Os pratos já servidos, as duas se olharam.

— Humm... — Começou Marília. — Você me serve a comida e eu te sirvo o vinho da minha taça.

— Por que você escolhe?

— Porque eu quero.

— Tomara que esteja bem quente e queime sua língua.

— Claro que não. Você vai esfriar minha comida romântica e apaixonadamente.

— Como é?

— Maraisa, é um jantar romântico. Pessoas apaixonadas não querem exatamente queimar a língua uma da outra.

— Não estamos apaixonadas.

— Longe disso — disse Marília, parecendo enjoada com a ideia. —– Mas encare isso como se fosse um teatro. Então, por favor, esfrie a minha comida um pouquinho, para não queimar a minha preciosa língua.

— E inútil – sugeriu Maraisa, embora mexesse a comida no prato para esfriá-la.

— Como se você nunca quisesse ter me beijado.

— Acho que deixei isso bem claro ontem a noite.

— Puro teatro.

— Você acha?

The Experiment | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora