XIX - Olha A Língua Uzumaki!

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Senti a primeira lágrima descer pelo meu rosto e não me preocupei em limpá-la. Subi as escadas com pressa me dirigindo para o quarto abrindo a porta em silêncio colocando apenas parte da cabeça para dentro verificando se havia alguém, assim que me certifiquei que não teria ninguém para atrapalhar meu choro - e um pouco do meu drama - entrei.

As lágrimas agora escorriam com mais intensidade sobre a mala enquanto eu procurava uma muda de roupa, minha cabeça está totalmente confusa e uma pilha de nervos, Izumi não tinha garantido que ele não iria me magoar? Agora eu estou aqui chorando igual uma idiota, até porque ninguém é obrigado a corresponder os sentimentos de ninguém, mas dói... Mesmo assim.

— Mas que droga... Não encontro porcaria nem uma nessa merda — me exaltei fechando a mala com força e jogando a blusa que eu tinha acabado de pegar em qualquer canto, me sentei no chão recolhendo as pernas contra o peito e colocando a cabeça nos joelhos, eu deveria mesmo estar chorando?

Eu que ferrei com tudo, fui eu quem beijou ele e fui eu quem se declarou, ou seja é tudo culpa minha eu ter mandado nossa amizade - construída com muito empenho da minha parte - a merda. Para começo de conversa eu nem devia ao menos ter falado dos meus sentimentos confusos para Ino, Izumi ou qualquer outra pessoa.

Essa sequência de fatos é sempre a mesma: 1° você se sente estranha, 2° desabafa com alguém, 3° aceita seus sentimentos, 4° depois de suprimir o quanto podia você conta para alguém, 5° suas amigas colocam expectativa, E AÍ QUE MORA O PERIGO, porque você acredita no que as salafrárias dizem: "ai ele te olha assim", "eu tenho certeza que ele gosta de você", "ele te quer sim guria para de cu doce", coisas desse tipo... 6° você toma coragem e conta o que sente, 7° você se decepciona - OU NÃO, mas eu sou azarada e a sétima coisa sempre acontece -.

Eu não vou ser hipócrita e dizer algo como "ninguém me quer" porque eu sou gata - gostosa, inteligente e uma porção de adjetivos - quer dizer tem um garoto me perseguindo isso deve ser algo, não? Não. Porque ELE não me quer, o Sasuke não quer nada comigo e eu manchei nossa amizade com o sangue da minha paixãozinha platônica, que só existe no Mundo das Ideias. Por um segundo ou dois, eu realmente pensei que ele abriria aquele sorriso lindo que só ele tem e diria que sente o mesmo então me beijaria novamente do mesmo jeito que fizemos antes.

Levei minha mão até meus lábios que estavam levemente inchados, não sei se era por causa do beijo de antes ou por causa do choro de agora. Funguei e tentei em vão limpar minhas lágrimas, agora com mais paciência pegar minhas roupas me levantei para caçá-las em meio a mala, às encontrando mais rápido desta vez, por estar com a cabeça um pouco menos cheia de pensamentos.

Fui até o banheiro e tranquei a porta, não me importando se alguma das meninas precisaria usar. Deixei minhas roupas na pia e tirei minha roupa, parei em frente ao espelho apoiando minhas mãos no mármore frio, me encarei por alguns instantes através do espelho, meus olhos estavam vermelhos, assim como a boca, o nariz, minhas bochechas e as orelhas que estavam queimando - eu tenho um problema de pele chamado rosácea, deixa minha cara toda vermelha e as vezes faz minhas orelhas, bochechas e queixo queimarem como se eu tivesse pegado sol por vários dias seguidos -. Suspirei e então caminhei até um dos boxes ligando o registro sentindo a água cair, talvez eu consiga me acalmar agora.

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Destranquei a porta do banheiro fungando novamente, assim que ergui minha cabeça fechei os olhos com força a luz do quarto estava acesa e eu estava no escuro, assim que meus olhos se acostumaram com a claridade pude visualizar Karin e Hinata sentadas na minha cama, junto a Ino e Tenten que estavam no chão com as costas escoradas na cama da frente, todas me encaravam com um olhar preocupado.

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