XXV - Narumi Haruno

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— Não filho... Eu amo o Yuno, quando eu segurei aquela coisinha pequena pela primeira vez meu coração se abriu de uma forma imensa para receber ele como parte da minha família... Cuidei dele sozinho praticamente, fazia a mamadeira, limpava ele, educava ele. Mesmo sendo filho de uma prostituta não tive dúvidas que era meu depois de ver aqueles olhos azuis brilhando 'pra mim e a marca de nascença.

— Marca... De nascença? — o moreno finalmente se pronunciou, vendo que todos haviam entendido o que meu pai tinha dito menos ele.

— Todos os Haruno nascem com uma marca de nascença em formato de flor de cerejeira, a do papà é no braço, do Yahiko na costela, a minha... Um dia você descobre — pisquei para ele que ergueu uma das sobrancelhas tentando entender, meu pai tossiu falso atraindo a atenção para ele novamente.

— Que isso mana, que safada — meu irmão disse em tom de divertimento, me deixando levemente corada em seguida dando uma risadinha.

— BEM, a do Yuno fica na nuca, igual a da Narumi. Cuidei dele e graças ao meu pequeno super-heroi eu consegui me livrar de transar com a Joulline — fiz careta com aquela informação, então ele suspirou e continuou — Ele me salvou e me trouxe um problema ao mesmo tempo. A Mademoiselle começou a me cobrar, queria que eu tirasse a Joulline daquela vida junto ao meu filho, então ela me demitiu como segurança e a cobra, sem minha permissão, contatou a bruxa velha novamente... Me afundou em outra dívida, mas consegui reabrir minha antiga empresa. Em tempo recorde eu reavi minha fortuna em 2 anos, quando eu consegui pagar novamente a dívida entrei em conflito com a senhora Chiyo, implorando a minha filha de volta, mas recebi apenas um pacote de com provas de vida, minha pequena Narumi já não é mais tão pequena.

Ele mexeu no bolso do paletó e entregou uma foto para minha mãe que colocou a mão sobre a boca desabando em lágrimas, meu irmão tentou conter a emoção mas assim que viu a foto, chorou junto a minha mãe. Eu não sabia o que sentir, nem ao menos lembro de minha irmã, não criei um vínculo com ela, mas mesmo assim, escutei tanto dela que era como se a conhecesse.

— Eu não aguentei mais depois daquilo, peguei Yuno e a filha da Mademoiselle e juntos voltamos a Roma, eu 'tô aqui a quase 3 anos, investigando junto a um detetive particular o paradeiro da minha preciosa Narumi, não quis entrar em contato antes com medo de vocês se ferirem, acho que se não fosse aquele dia na lanchonete continuaria apenas observando de longe. Por um tempo a Jouline estava satisfeita só com o meu dinheiro e com a vida longe da prostituição... Mas agora.

— Eu escutei a conversa toda. Se vai trazer a Naru de volta eu faço — falei decidida, tirando minhas pernas de cima de Sasuke, sentando corretamente e endireitando minha postura.

— Não posso deixar que faça isso, florzinha.

— Fazer o que Kizashi? — minha mãe perguntou aflita.

— Eles vão devolver nossa filha, se eu der uma grande quantia em dinheiro e a Sakura...

— Não conseguiria trocar uma pela outra.

— Não é uma troca tia Buki! — o moreno levantou desesperado olhando para a sogra como se estivesse a ponto de chorar — A velha quer a virgindade dela 'pro neto nojento, não vou deixar isso acontecer!

— Sasuke, não é uma decisão sua! — me levantei agarrando o pulso dele o forçando a se virar e me olhar — Minha irmã vai voltar... Eu faço qualquer coisa.

— O senhor vai mesmo concordar com isso? — ele se virou para meu pai atônito e completamente desesperado, baixei minha cabeça, meu irmão e minha mãe não sabiam o que dizer, Yahiko sempre fica com dor de cabeça após uma intensa dose de choro, nem sei se está nos escutando.

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