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Não era amor.

Dakota permanece na cama, inconsolável e sem conseguir dormir, enquanto Luke dormia profundamente a seu lado sem uma única preocupação. Ela permanece imóvel, apesar de as horas passarem e serem agora 11h da manhã. Luke já estava acordado e via-se agora ao espelho, tentando parecer apresentável após meses descuidados, provavelmente tendo alguma rapariga à sua espera. O namorado sai sem sequer lhe dizer nada.

Não podia ser amor. Assim, Dakota atira as suas roupas para dentro de uma mala, sem pensar duas vezes pois receava arrepender-se se o fizesse. Foram 3 meses de dor e injustiça e Dakota sentia que não era capaz de mais até se perder a si mesmo por completo. Já não se reconhecia, e isso era triste.

Com as malas finalmente feitas, Dakota olha o apartamento uma última vez: tinha sido tão feliz e tão infeliz ali. A rapariga leva consigo o cão para que Luke não pudesse descarregar a sua raiva nele e entra num táxi, que a leva para bem longe dali. O grande cão, Tommy, parece finalmente relaxar: o animal ficava realmente stressado quando Luke batia em Dakota, pois queria protegê-la mas também não queria morder Luke.

 O grande cão, Tommy, parece finalmente relaxar: o animal ficava realmente stressado quando Luke batia em Dakota, pois queria protegê-la mas também não queria morder Luke

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-Desculpa tudo isto, Tommy.-Dakota sussurra.-Prometo que não deixo ninguém voltar a magoar-nos assim.

O cão lambe as suas mãos e Dakota sorri. Ela recebe uma mensagem:

Samantha: posso saber porque raio recebi a notícia de que "a minha prima" se despediu do banco nacional de Sydney quando estava no auge da sua carreira?

Dakota tinha-se esquecido completamente de que Samantha tinha largado tudo para lhe garantir um emprego bom e em que pudesse progredir. Parecia ingrato abandoná-lo, pelo que sentiu que tinha de lhe dar uma explicação.

Dakota: desculpa. Sei que parece péssimo mas estou a fazer precisamente o que me pediste: lutar pela minha felicidade. A última coisa que queria era sair do banco mas tive que o fazer. Por mim.

Samantha: Do que precisas?

Dakota sorri com o apoio da amiga. Nunca pensou que fosse tornar-se tão importante na sua vida.

Dakota: nada, obrigada. Tenho que fazer isto sozinha. Por favor não digas nada a Luke. Adoro-te

Samantha: combinado. Sabes onde me encontrar, miúda.

Dakota fecha os olhos e desfruta da viagem de táxi, sentindo alguma ansiedade. Era a segunda vez que fugia, que abandonava tudo, e era assustador. No entanto, era algo refrescante saber que podia recomeçar.

Após algum tempo, Dakota dá entrada num hotel e deixa-se cair na cama, exausta. O cão deita-se a seu lado com uma bola e Dakota atira-a para o entreter e distrair-se das mensagens de Luke.

Luke: onde raio estás?!
Luke: acredites ou não, o almoço não se vai cozinhar sozinho
Luke: tenho sítios para estar!
Luke: como queiras vou almoçar fora

Era difícil abandonar Luke, especialmente quando, dali a uns dias, faria birra e prometia estar num sofrimento agoniante sem ela.

A rapariga liga a Michael, que atende de imediato:

-Dakota?! Estás bem?

-Eu fi-lo.

-... o quê?-Michael está preocupado com o rumo desta conversa.

-Deixei Luke sem olhar para trás.

As lágrimas já molhavam o rosto de Dakota e Michael sorri ao ouvir a informação. Ele garante:

-Estou tão orgulhoso de ti.

-... Não soa correto. Sinto que estou a fazer um enorme erro.

-Não estás.-Michael promete.-Dakota, as pessoas mudam: Luke já não é o homem por quem te apaixonaste e não faz sentido continuares com ele só porque amas o que ele foi. O que vocês foram. Luke estava a parar-te, a destruir-te. Em anos no Bunker nunca te vi tão infeliz como nestes último dias porque nunca tinhas dado a ninguém o poder de te destruir a não ser a Luke, e ele usou-o com más intenções.

-... sinto-me ridícula ao pedir-te ajuda. És o mais novo e eu devia tomar conta de ti, não ao contrário...

Michael sorri e nega:

Michael sorri e nega:

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-Não. Nós protegemo-nos um ao outro. Funciona para ambos os lados.

-Não me lembro de ter assinado a concordar com isso.-Dakota sorri um pouco finalmente.

Michael ri e mente:

-Assinaste. Provavelmente o papel ficou esquecido no bunker... saimos com bastante presa e ainda tiveste de matar Ashton...

Michael cala-se de imediato. Não sabia se era apropriado brincar com o assunto já que nunca o tinham abordado. Ele era o único que sabia o que tinha acontecido com o instrutor. Assim, o amigo muda de assunto:

-... tens a porra de um cão?! Merda, quero um.

-Linguagem.-Dakota corrige e Michael bufa.

O rapaz volta a insistir:

-Dakota, quero que me ouças com atenção. Luke não vai parar ou olhar a meios para poder recuperar-te. Não podes acreditar em choros, promessas, mentiras e deixá-lo arrastar-te de novo para o buraco em que estavas. Não é por Luke estar miserável que mereces sentir e viver a dor dele. Por isso, sempre que sentires a necessidade de voltar para ele, perdoá-lo e deixá-lo fazer de ti o que ele bem quiser, liga-me. Eu lembrar-te-ei da mulher incrível que és, do quanto mereces, e vou apoiar-te neste processo doloroso porque não posso permitir que Luke volte a arruinar-te.

Dakota assente, limpando as lágrimas do rosto. Já não estava habituada àquele carinho e cumplicidade.

-Tu não tens que salvar toda a gente, Dakota.-Michael suspira.-Sempre quiseste, não sei bem porquê... trata de te salvar a ti mesma agora porque parece que terás bastante trabalho em voltar a ser quem és. Tens que te amar mais do que amas Luke porque aquilo que ele sente...

-... não é amor.-ela completa.

Breaking You (sequela)Onde histórias criam vida. Descubra agora