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Tinham-se passado alguns dias desde que Dakota contou a Calum a verdade. Nada tinha acontecido, e Ashton não notava diferenças no padrão de comportamento de Emily. Talvez Calum... tivesse mantido o silêncio.

Ashton estava a preparar-se para ir dormir. Era uma das primeiras vezes em que se deitava cedo ao invés de ir para o gabinete de Emily embebedar-se e falar sobre a vida. Assim, ele deita-se na cama e fecha os olhos.

Passados uns minutos, abre-os, ao sentir algum peso na cama, e depara-se com Dakota, que está demasiado perto.

-Raios, Dakota. Mas que raio? Porque não estás no sofá?

Ela não responde à pergunta e afirma:

-Não te tenho visto nos últimos dias: estás com Emily, eu estou a tentar conquistar os instruendos... E não temos falado. Só queria saber como estão as coisas.

Ashton corrige:

-Tenho andado a tentar corrigir as asneiras que fazes, Dakota. Não é fácil... Mas não sei, parece-me que está tudo sob controlo, nem sei bem como: os instruendos parecem gostar de ti, e Emily está normal nos últimos dias pelo que assumo que Calum não lhe tenha contado acerca do nosso plano. Apenas... Emily vai começar a castigar-te se continuares a opor-te à vontade dela. É isso que queres?

-Sim. Preciso que os instruendos confiem mais em mim e percebam que não estou do lado de Emily. Custe o que custar.

-Não consigo proteger-te disso, Dakota. Portanto por favor não esperes isso de mim e depois me venhas esfaquear por não ter conseguido.-Ashton afirma, esfregando os olhos cansados.-Emily vai ser dura contigo. Ela acredita que já tiveste oportunidade para te adaptar ao bunker e que ainda não estás domada como instruenda. Sugiro que te prepares bem para os castigos que te reservam.

Dakota brinca com as mãos nervosamente e admite:

-Está tudo bem. Não tens que me proteger disto, tu... já tens feito o suficiente por mim.

-Concordo contigo.-ele volta a fechar os olhos.-Boa noite.

Dakota sabe que Ashton já não a ama pois há uns meses o que ele mais queria era que Dakota falasse com ele e lhe desse atenção. Provavelmente toda a distância e arrogância que Dakota lhe demonstrou finalmente o afastou, porque agora Ashton parecia sinceramente farto dela.

-Tens um turno agora.-Ashton lembra, de olhos fechados.

-Merda. Esqueci-me.

Dakota apressa-se até à sala de interrogatório, onde já estava um grupo de 5 ou 6 instruendos, para umas horas de tortura. Nem sequer era a sua tarefa, mas Dakota afirma:

-Instrutor Gayle, estou no meu período e preferia não ter que entrar na piscina junto dos intruendos para o castigo. Podemos trocar?

Gayle assente, agradado: interrogar cada um daqueles intruendos demorava imenso e preferia mil vezes ir para a piscina. A verdade é que Dakota queria aquele grupo pois Calum estava nele. Ele afirma:

-Claro. Para a próxima não preciso de tanta informação, Dakota...

Ela revira os olhos e abre a sala de interrogatório, onde o grupo de instruendos entra. Dakota senta-se numa cadeira e lê um pequeno livro de orações que encontrou na biblioteca. O grupo entreolha-se, confuso, e Dakota questiona:

-O que foi?

-Não vai interrogar-nos, Instrutora Irwin?-um instruendo pergunta.

-Não estava nos meus planos mas se quiserem posso fazê-lo.-ela admite.

Os instruendos permanecem em silêncio e Dakota bufa:

-Façam alguns sons de dor ou assim, como se estivessem mesmo a ser interrogados. Deus!...

Breaking You (sequela)Onde histórias criam vida. Descubra agora