[Sequela de Victims of Authorithy]
"Observa atentamente. Quanto mais perto estiveres, mais confiante estarás, mais baixarás a guarda e mais fácil será enganar-te. Agora deste-me o mais precioso: a tua atenção. Usá-la-ei contra ti."
Dakota estava no bunker a treinar contra o saco de boxe a que Calum estava encostado. Tinha de ser melhor, mais forte, mais preparada.
-Eu tinha um plano.-Dakota finalmente fala e Calum deixa de pensar nos pais.-É inútil. Pensei que já que Emily ficará aqui no bunker mais 3 meses podíamos aguardar esse tempo e atacar o novo diretor sem que o esperasse... Mas Michael não aguentará tanto tempo. Nem eu.
-Nem eu.-Calum confessa.-Depois de conhecer Valentina e Oliver... não quero ficar preso neste buraco. Não posso.
-Mas podes chamar-lhes pais.
Calum encolhe os ombros, atrapalhado. A entrada dos pais na sua vida fora algo atribulada e precisava de levar as coisas com calma para que pudesse habituar-se ao invés de o rejeitar por medo.
-Sabia que havia um motivo para que Emily te invejar tanto: ela ama Marshall.-Calum está surpreso.-Nunca pensei que alguém pudesse amar um monstro como ele.
-Pessoas como Marshall e Emily só se amam a si mesmos, daí amar-se um ao outro: são feitos do mesmo.
-Vi-vos juntos. Como podes amá-lo se não tens a certeza se alguma vez voltará a magoar-te como magoou? Já viste do que é capaz e se o amares passarás a vida a olhar por cima do ombro, com insegurança.-Calum protesta.-Não sei merda nenhuma sobre amor mas isso não me parece amor. Mereces melhor.
-Pareces Fleur.
-Ela não fala muito mas sabe umas coisas.-Calum confessa.-Devias dar-lhe ouvidos mais frequentemente.
-Tão frequente quanto a tua presença no gabinete dela ou isso seria demasiado?
Calum revira os olhos e Dakota sorri:
-Então? Gostas dela?
-Não.
-Nem um bocadinho?-Dakota brinca.-Não queres dar-lhe um beijinho ou assim?
-Fode-te.
O irmão afasta-se e Dakota aborrece-se com a falta de companhia pelo que regressa ao quarto que partilha com Ashton.
-Hey.-ela afirma, não lhe prestando atenção.
-Olá.
Dakota finalmente olha-o e repara que está imóvel em frente à estante, apoiada na mesma, a olhar o chão.
-Ash? Estás bem?-ela preocupa-se.
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Ele não lhe responde e Dakota aproxima-se, colocando uma mão nas suas costas. A rapariga consegue ver que ele está triste e pergunta:
-O que aconteceu...?
-Tinhas razão. Emily estava a usar-me. Merda. Avisaste-me tantas vezes mas não quis acreditar...
Dakota suspira e Ashton aproxima-se, escondendo o rosto no pescoço dela. Parecia derrotado e ela sente as lágrimas dele. Ela abraça Ashton e ele soluça:
-Ela s-só me queria para garantir que ambos estávamos do lado dela quando os superiores cá viessem. Queria que os convencessemos que ela é a pessoa indicada para este bunker e... e eu caí que nem um idiota. Como quando me manipulaste. O que há errado comigo?
Dakota segura-o pelos ombros de modo a ver os seus olhos e afirma:
-Ashton, não há nada de errado contigo. Eu e Emily somos idiotas... Bem, ela mais do que eu, sabes que estava apenas a tentar sobreviver neste lugar quando te manipulei. Tu apenas queres tanto ser amado que aceitas menos do que mereces.
Ashton limpa as lágrimas do seu rosto e sussurra:
-Achas mesmo isso?...
-Sim. Eu sei que é difícil acreditar em mim depois do que te fiz...
-Não é.-Ashton afirma.-Ficas nervosa e assim consigo compreender que estás a ser honesta.
-Oh. Certo. Suponho que esteja a perder qualidades...
-Não, estás só a tornar-te humana.-Ashton afirma.
Dakota suspira e confessa:
-É doloroso. Começamos a recear os sentimentos e reações de quem amamos, fazemos tudo por eles, tornamo-nos sensíveis e... pouco inteligentes. Pensamos com o coração e as palavras e ações ganham outra proporção.
-Estás a dizer que preferias ser a 4?
-Merda, não.-Dakota afirma e Ashton ri quando pensou ser impossível.-Aquela cabra era completamente louca.
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Dakota abana suavemente os seus ombros e garante:
-Ashton, estou a falar a sério: um dia vais conhecer alguém que te amará tanto e nunca te fará sentir insuficiente mas sim amado, protegido, único. Sinto isso por Fleur e o que temos é inquebrável. Não há nada que não há nada que não faria por ela. É assustador como o raio mas... quando o encontrares não o deixes ir.
Ele assente e Dakota questiona:
-Precisas de espairecer e mostrar a Emily o que está a perder. Vem comigo.
Ashton segue-a e, em frente a Emily, Dakota dá-lhe a mão. A diretora observa-os durante uns segundos mas desvia o olhar.
-Ela só pode fazer-te sentir mal com o teu consentimento, Ashton.-Dakota lembra.-De qualquer das formas, tenho uma missão supervisionada amanhã. Queres vir?
-Sim. Desvendaste a pista? 'Foste o meu maior projeto: a arte nunca está terminada mas sim abandonada'?
-A resposta é o Museu de Sydney.-Dakota afirma.-Vou amanhã lá e... visitar algumas pessoas de quem Luke desconfia porque têm estado constantemente a visitar Marshall. Eu finalmente sinto que podemos encontrá-lo com vida e trazê-lo para casa, onde ele pertence.
-Já pensaste o que vamos fazer para escapar daqui? Tenho algumas ideias mas certamente já terás algo em mente...
-Adoraria ouvi-las, Ash.-ela afirma e Ashton sorri com a resposta.
-Bem, primeiro precisamos de mostrar aos instruendos que ainda pretendemos fugir depois de tudo o que aconteceu. Após isso, pensei que, tal como fizeram no bunker anterior, pudéssemos ativar gás para adormecer os instrutores mas agora o bunker tem respiradouros para prevenir essas situações... Para além disso, precisamos de fazer todo o Governo cair, não só os instrutores. Por isso... Vamos atraí-los até aqui.
-Como?-Dakota está interessada.-Nunca entrariam aqui...
-Bem, há algumas situações que os obrigam a cá vir dado o regulamento....
