Breaking You (sequela)

46.

[CONTINUAÇÃO]

Dakota sobressalta-se, tal como todos os que estão na biblioteca silenciosa, com os gritos de Luke:

-MICHAEL. MICHAEL CLIFFORD, ESTÁS AQUI? 100?

-Luke, Deus...-Dakota esfrega o rosto, nervosa, e Ashton aperta a sua mão para a acalmar.

O funcionário corre até Luke e afirma:

-Michael, o 100? Tenho um envelope para si. Aguarde.

Os olhos de Dakota brilham e olham Ashton, hesitante. Ela questiona:

-Luke, mas que merda é que está nesse envelope?

-Espera, estou a abri-lo. Merda. Que cabrão psicopata...-Luke rosna.

-Apenas diz-me! Tem um dedo dele ou assim?!-Dakota exalta-se.

Luke responde:

-Não, tem outra adivinha. "Parabéns, 4. Passaste o nível 1. Vamos elevar a fasquia: a voz da tua mãe era música para os meus ouvidos, mas aparentemente não para os de todos".

-Só isso?!-Dakota protesta.

-Espera. A parte de trás tem sangue e uma nota escrita por Michael. É a letra dele e... É para ti.

Dakota leva a mão ao coração, ansiosa, e Luke lê:

-"Dakota, if we fall, It's not your fault. How could it be? You don't know how lovable you are... I still remember i had to find you at the bunker, tell you I needed you. I wish we could just go back to the start... However, if our world was ending you would come over, right? [Dakota, se falharmos, a culpa não é tua. Como poderia ser? Nem sabes o quão fácil é amar-te. Ainda me lembro que tive que te encontrar no bunker, dizer-te que precisava de ti... Quem me dera voltar ao início. Mas se o nosso mundo estivesse no seu fim, tu virias por mim, certo?"

[Nota: vou colocar em inglês pois é mais 'dramático'.]

Ela engole em seco e cobre o rosto molhado de lágrimas. Dakota pede:

-Guarda isso. Por favor. E sai daí o mais rápido possível.

Dakota tira o auricular e levanta-se a muito custo, deixando Ashton preocupado.

-Quero estar sozinha uns minutos.-ela pede, frustrada.

-Não é culpa tua. Tudo o que sempre quiseste foi proteger Michael e ele nunca te deixou...

-Por favor, Ash.-Dakota suplica.

Ele obedece. Nos próximos dias, Ashton tinha tirado muito do seu tempo a fazer companhia a Dakota e a ajudá-la a recuperar. Emily apercebia-se disso, já que Ashton já não estava tanto consigo e isso preocupava-a... estariam a ter um enorme retrocesso nos avanços que ela e Ashton fizeram? Agora Emily sabe que tem que ser exigente com Dakota mas não demasiado, de modo a não comprometer o seu relacionamento com Ashton.

Calum senta-se na maca, ao lado de Fleur, e ambos permanecem em silêncio a ouvir música no gabinete médico. Fleur escreve:

'Já não tens desculpa para estares sempre aqui. A tua perna está curada'.

-Não podes escrever nos meus registos médicos que tenho asma, ou algo assim?-Calum questiona.-Aquilo lá fora é uma selva, quero estar aqui no silêncio. É rude não o quereres partilhar.

Fleur sorri e Calum rouba-lhe uma batata frita, fazendo-a revirar os olhos. Ele questiona:

-"A voz da tua mãe era música para os meus ouvidos mas aparentemente não para todos...". O que raio quer isso dizer? Esse Marshall é obcecado pela minha mãe, não é?

Fleur assente e escreve "e por Dakota também. Daí estar a fazê-la sofrer tanto. Ela magoou-o, traiu a confiança dela."

-Jesus, esse homem devia procurar ajuda.-Calum bufa.-Bem, pelo menos Dakota não está mais em contacto com ele...

Fleur rabisca rapidamente "mas está em contacto com Luke. Não sei qual o pior. Talvez Luke, já que ela o perdoou e ele continua no nosso círculo próximo. Não confio nele".

-Ele batia em Dakota, certo?-Calum questiona e Fleur assente, subitamente zangada.-Como isso te fez sentir?

-Quis matá-lo.-Fleur fala e Calum arregala os olhos.

-Mas se ele foi perdoado e incluído nesta missão é porque está melhor, certo?

-Dakota só se sentiu pressionada a fazê-lo porque precisava dele nesta missão.-Fleur conta.-Luke virou as costas a quem sempre largou tudo para o apoiar. Não o perdoo.

Calum assente e afirma:

-Eu também não. Não o conheço mas quando sair daqui vou garantir que nada do que aconteceu entre eles se repete. Obrigado por teres tomado conta de Dakota mas ... acho que após fugirmos poderei ser eu a começar a tratar disso. Quero recompensá-la por tudo o que está a fazer por mim.

Fleur sorri, acalmando-se um pouco. Estar com Calum em silêncio a ouvir música no gabinete tornara-se um dos seus momentos preferidos do dia.

-Merda.-Fleur afirma.-É a Ópera de Sydney. A resposta da adivinha. As pessoas reúnem-se lá para ouvir música.

-É isso!

Calum sai a correr do gabinete e procura Ashton, finalmente indo contra ele. Calum afirma:

-Ashton! Fleur descobriu. A próxima pista está na Ópera de Sydney. Vou dizer a Dakota e...

-Não. Por favor, não o faças. Dakota está frágil e não pode sair. Não quero criar-lhe ainda mais stress e ansiedade. Eu vou sair esta noite para uma missão e vou averiguar a Ópera de Sydney. Tomas conta de Dakota enquanto isso? Saio em 15 minutos.

Calum assente e caminha até ao gabinete do 'casal'. Enquanto isso, Ashton esfrega o rosto sem saber muito bem o que fazer para não magoar Dakota.

Às 11 da noite dá por si já na Ópera de Sydney, e dirige-se à receção. Ele pergunta:

-Desculpe, tem alguma coisa em nome de Michael Clifford? Receio que tenham deixado talvez um envelope?

-Sim, senhor. Chegou agora mesmo. Provavelmente cruzou-se com quem lho entregou.

Ashton agarra no envelope e corre lá para fora, mas várias pessoas caminham e nada lhe chama à atenção. Merda. Esteve tão perto...

No entanto, avista um vulto pequeno com o cabelo desbotado, pintado de rosa. Era... Michael?! Ashton corre atrás de si e repara que o rapaz está acompanhado, pois várias pessoas na rua dirigem-se a Michael e bloqueiam a passagem de Ashton. Todo aquele tempo estiveram a vigiá-lo.

Michael entra numa carrinha sem matrícula e consegue ver o seu rosto pisado, olhos tristes.

Marshall queria que Dakota assistisse a tudo isto e sentisse tudo aquilo; para ele, era entretenimento.