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Ashton estava lentamente a sarar, começando por manter uma distância grande a Emily. O grupo conseguia perceber que algo se tinha passado entre os dois, pois ele já nunca ia ao gabinete dela. No comboio, Dakota olha-o:

-Estás bem?

-Sim. Porquê? Continuo a parecer miserável?-Ashton comenta, brincando com a garrafa de água.

-Sim. No entanto, aprecio o silêncio.

Ashton ri um pouco, revirando os olhos, e deixa de olhar a janela em pé para se sentar ao lado dela. Ele quer saber:

-Então? Vamos apenas entrar no museu e procurar a pista? Por quanto tempo vamos fazer isto?

-Isto acaba agora.-Dakota afirma, com alguma irritação.-Estou farta de jogar este estúpido jogo com Marshall. Quero que sejas tu e o instruendo que viemos acompanhar em missão a ir procurar a carta.

Dakota coloca uns grandes óculos de sol e um chapéu que lhe ocupa todo o rosto.

-Hm... não estou a acompanhar o plano.-Ashton admite.

-A equipa de Marshall cá fora está a seguir-nos. Vi no histórico do computador de Michael uma pesquisa por spray localizante. Ele queria que encontrasse essa pesquisa. É material militar. O sinal anula-se quando entramos no bunker porque estamos no subterrâneo e por perto há vários bloqueadores de sinal instalados por Emily. Portanto, só sabem onde estamos quando saímos de perto do bunker. Como não sabemos quem é a equipa de Marshall, eles podem muito bem ter passado por mim e colocado o spray sem eu reparar. Eu lavei-me em antispray para perderem o meu sinal, não recomendo, dói como o raio. Assim, eles viram-me entrar no comboio contigo, mas não sabem que o instruendo está connosco. Ele está vestido igual a mim, e apesar de já não terem o sinal do spray, eles conhecem-te como o filho de Marshall. Provavelmente já nos viram juntos há meses atrás e seguir-te-ao, e a prova disso é que Taylor estava inserida no meu círculo de amigos há quase um ano.

Ashton está impressionado e questiona:

-Como concluiste isto tudo...?

-Porque no outro dia quando foste buscar a mensagem de Michael à Ópera tu viste-o. Qual a probabilidade de o apanhares no exato momento em que ele saía? Marshall queria que eu visse Michael e me destruísse. Mas tu não me contaste nada disto. Tive que descobrir por Fleur, hm?

Ashton olha o chão, embaracaso com o confronto. Ele confessa:

-Eu não queria que sofresses. Desculpa.

-Não voltes a esconder-me merdas, Ashton. Já o podíamos ter encontrado.

O homem assente e Dakota prossegue, aborrecida:

-Luke mostrou-me algumas fotos das pessoas que têm estado sempre junto dos envelopes, nas várias localizações, nas câmaras de vigilância. Agora já sabemos quem são e só tenho que os seguir.

-Não vais sozinha.-Ashton garante.-É perigoso.

-Vou só colocar-lhes algum spray localizante. Reconheço que não estamos organizados o suficiente para travar uma guerra aqui e agora.

Dakota tenta relaxar no resto da viagem e Ashton finalmente fala:

-Desculpa. Escondi essa informação com boa intenção mas atrapalhei o processo e meti-me entre ti e Michael. Sei o quão importante ele é para ti... estamos bem?

Ela encolhe os ombros e Ashton afasta o cabelo dela que cobre os olhos de Dakota. Ela volta a colocar o enorme chapéu que lhe cobre o rosto e afirma, antes de sair do comboio:

-Tem cuidado. Estarei por perto de ti.

Uma hora mais tarde, Dakota estava a seguir Ashton e o instruendo no museu discretamente. Fora do edifício, ela reconhece os vários homens que Luke lhe tinha mostrado a vigiar Ashton e aproxima-se dos mesmos sem que reparem. Dakota coloca-lhes algum spray e passados uns minutos vê Michael a sair apressadamente do Museu, provavelmente para deixar o envelope. Dakota arregala os olhos e é mais forte do que ela: dá por si a ir contra Michael de propósito, deixar cair a mala para ganhar tempo e dizer:

-Não te atrevas a desistir de mim.

Michael, abaixado a ajudar Dakota a apanhar os seus pertences, olha-a, surpreso. O coração dele bate muito depressa e jura estar a imaginar a rapariga. Dakota sussurra:

-Leva esse localizador. Essa bolinha, igual ao do bunker. Engole-a. Eles vão revistar-te.

Um dos homens agarra Michael e arrasta-o dali para fora. Dakota recompõe-se e vê o grupo afasta-se. Ela finalmente entra no museu e procura Ashton, que parece tenso.

-Dakota...-ele começa, inseguro.

Mas ela agarra o envelope e lê de imediato:

"4, pronta para elevar a fasquia? Menos um dos teus... Vou adicionar Luke à minha coleção. Desiste agora e talvez possa poupar Fleur. Ou não. Marshall."

Dakota atira o chapéu para o chão, enervada. Tinha lágrimas nos olhos e sentia-se derrotada. Havia agora duas mensagens: uma de Michael e outra de Luke.

Michael escrevera: "We are running out of time but i'll always have time for you. I'll wait for you even if i can't."

Por sua vez, Luke escrevera: "Don't come after me. I love you forever and thats the proof."

Dakota sai do museu em passo apressado, com Ashton a correr atrás de si, preocupado.

-Dakota, espera.-ele pede e é mais firme.-Pára!

Ela obedece e exalta-se:

-Páro? Ou continuo? Luke e Michael estão a dar-me sinais completamente diferentes e eu não sei o que fazer! O que raio é suposto fazer, Ashton?! Diz-me!

-... faz o que te fizer dormir melhor à noite. Sem arrependimento, medo ou angústia.-ele aconselha.

-Não consigo continuar a fazer isto sem ter a certeza que tu, Fleur e Calum estarão a salvo e a lutar a meu lado.

Ashton agarra o seu rosto e diz:

-Não vou a lado nenhum. Esta foi a última vez que agiste sozinha; daqui para a frente saímos sempre aos pares. Sei que parece que estamos sempre dois passos atrás de Marshall mas tu venceste-o uma vez e ele sabe que és capaz de fazê-lo de novo! Estás tão perto deles e não posso permitir que desistas, não agora. Não te perdoarias. Vá, vamos embora. Não estamos seguros cá fora.

Breaking You (sequela)Onde histórias criam vida. Descubra agora