[Sequela de Victims of Authorithy]
"Observa atentamente. Quanto mais perto estiveres, mais confiante estarás, mais baixarás a guarda e mais fácil será enganar-te. Agora deste-me o mais precioso: a tua atenção. Usá-la-ei contra ti."
Dakota suspira ao receber mais mensagens de Luke. Estas eram agora tristes e solitárias ao invés das primeiras que lhe enviou, incrivelmente autoritárias.
Luke: abandonaste me mesmo ou estás só a tentar assustar-me? Luke: Dakota por favor volta Luke: aprendi a lição, chega de álcool e desemprego
Ela sente alguma raiva: Luke sabia sequer porque motivo Dakota tinha saído de casa?! Porque não mencionava a violência, as traições? Foi aí que percebeu que Luke nunca seria o mesmo homem sensível, atento e carinhoso que fora; ele já não a compreendia, e perceber isso fez Dakota finalmente sentir... paz.
Assim, Dakota liga a Luke após 1 mês sem lhe responder. Ele atende de imediato e afirma, parecendo desorientado:
-Merda, onde estás?... ouve, podemos resolver isto e...
-Não vou voltar, Luke. Nunca.-ela é firme.
Ele permanece em silêncio uns segundos e Dakota consegue ouvir o choro dele pelas palavras:
-E-Estás a mentir.
-Não.-ela insiste severamente.- Não posso permitir que voltes a fazer comigo aquilo que fizeste, Luke. Sei que estás a sofrer e eu estava disposta a curar-te quando tudo o que querias era destruir-me, por algum motivo. Não vou perder quem sou ao tentar salvar-te. Lamento.
Luke está agora visivelmente agitado e nervoso, enquanto diz:
-Merda. Merda, Dakota, não podes d-deixar-me. Eu amo-te tanto. És tudo o que tenho.
-Eu era tudo o que tinhas.-ela lembra, firme.-Luke, tu batias-me. Traíste-me vezes sem conta. Se isso é o teu amor, não o quero. Não o mereço.
-M-Mas eu estou d-disposto a mudar. Por t-ti. Sei que f-fodi tudo mas a-agora sei que não p-posso tomar-te como garantida. Apenas v-vem para casa... nós estamos a ser civilizados agora, Dakota, depois de tudo o que aconteceu entre nós... significa que é possível resolver tudo, certo?
-Não. Isto é uma despedida.-Dakota esclarece.-Queria dizer-te que o nosso capítulo termina aqui, e que gostaria que deixasses de me ligar, incomodar e até aparecer no bar de Taylor podre de bêbedo à minha procura. Não queria bloquear o teu número de telemóvel porque poderás ter alguma complicação com o Governo ou com algum instruendo e é importante estarmos à distância de uma chamada para nos protegermos. Por isso, peço-te que não me obrigues a bloquear o teu número.
Luke limpa o rosto e afirma, entristecido:
-Alguma vez me darias uma outra oportunidade? Se me recompusesse, se voltasse a ser o Luke que... conheceste quando não tínhamos nada a não ser esperança?
Ela afirma:
-Tudo o que sei é que para me amar não te posso amar. Adeus. Para sempre. Estou a falar a sério, Luke: nunca te magoei mas se voltares a cruzar-te no meu caminho eu mato-te. Não me testes, foda-se.
Dakota pousa o telemóvel e abraça o próprio corpo, ainda agitada. Estava ansiosa mas orgulhosa de si. Lentamente voltava a afirmar-se e a lutar pelos seus interesses, pelo que está contente por ter saído daquela casa e relação antes que... fosse tarde demais.
Michael atende a chamada diária de Dakota, desde que fugiu de casa. As chamadas tinham sido imensas, durante os últimos dias, mas Michael não se importava pois significavam que Dakota estava segura.
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