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Eram 3 da manhã. Dakota não conseguia dormir pois estava inquieta. A rapariga caminha pelas ruas escuras e silenciosas, sentindo tantos sentimentos negativos.

Tinha tomado uma decisão e estava agora a tentar fazer a mente dispersar dela. No entanto, era doloroso ter mentalmente em repetição na sua cabeça os sentimentos de Ashton, a violência de Luke, a distância de Michael, a dor dos pais, a incerteza acerca de Calum, a possibilidade de Fleur estar em perigo. Assim, ela salta para o lago atrás de sua casa. Debaixo de água, as lágrimas misturavam-se.

Ao longe, Ashton observa-a. Não fazia ideia se Dakota se juntaria a ele mas a rapariga era mesmo assim e a espera estava a consumi-lo. Dakota regressa a casa e muda de roupa. Eram 4 da manhã quando sai de casa com Tommy o seu cão, uma fotografia de Calum e uma mochila. Ela olha para trás, para a casa pela qual tanto lutou para que pudesse entrar mas que agora... abandonava.

Ashton está agora a seu lado, na escuridão. Dakota sente que não pode abandonar assim pelo que deixa um papel na mesa "Desculpem. Não posso fingir que Calum não existe".

-Um pouco sem coração, hm?-Ashton comenta enquanto caminham em silêncio lado a lado, referindo-se ao facto de sair sem se despedir.-Nunca foste boa com sentimentos.

Ela ignora-o e questiona:

-Onde vamos?

-Não sei. Longe. Precisamos de um plano.-ele informa.-E de concentração sem que os teus pais estejam por perto a tentar convencer-te a voltar a casa.

Dakota e Ashton viajam no comboio em direção à casa dela que abandonara, frente a frente, como os velhos tempos em que saíam juntos para as missões. Ashton observa-a discretamente: havia tanto ódio em Dakota e nunca a viu assim. Ele mal a reconhecia.

-Pára.-ela ordena.

Ashton finalmente deixa de a olhar e corta o silêncio ao questionar:

-Vamos contar com a ajuda dos teus amiguinhos?

-Não. Não vou arrastá-los para isto.-Dakota nega.

-Então planeias que nós os dois sozinhos consigamos dar uma coça ao Governo, aos antigos instruendos que vos perseguem, aos intruendos da nova unidade que vamos atacar? Gosto da tua confiança.

Dakota bufa, sabendo que não era possível e incrivelmente estúpido.

-Não temos que falar, Ashton.-ela corta, olhando o vazio.

-ela corta, olhando o vazio

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-Eu sei mas gostaria.-ele afirma.

-Não somos amigos. Não somos amantes. Nada do que tivemos foi real. Não gosto de ti. Não confio em ti. Sei que tens algum plano para me lixar. Compreendido?

Ashton revira os olhos, fingindo indiferença apesar de as palavras doerem. Ele atira:

-Tenho de relembrar-te que eu é que devia odiar-te? Quase me mataste de maneira tão macabra.

-Deus, ultrapassa isso.-ela bufa e Ashton arregala os olhos com o atrevimento. Inacreditável.

Dakota ignora-o e olha o dispositivo que Michael construira para que o grupo possa comunicar que está comprometido. Não sabia bem a ameaça que Ashton constituía mas achou que devesse avisar o grupo. Merda, nunca pensou que fosse a primeira a tocar no botão.

-O que é isso?-Ashton questiona.

Dakota fecha os olhos e prime o botão sem pensar duas vezes. Em todos os dispositivos, o seu nome fica vermelho. De imediato tem chamadas de Luke e Michael, que ela ignora.

Ashton retira-lhe o dispositivo e observa-o atentamente enquanto Dakota olha pela janela. Ele demora alguns minutos a perceber o propósito do mesmo e finalmente sorri dizendo:

-Pensaram mesmo em tudo. Como é que 4 miúdos conseguiram enganar tanta gente, mesmo diante os seus olhos...? Quanto mais perto estivermos menos vemos, hm?

-Éramos 5 mas vocês mataram Devon.-Dakota atira, com desprezo.-Fui eu quem tive de encontrar os pais dele e dizer que Devon é um miúdo incrível e que nos salvou mas que estava agora morto. Sabes como conseguimos enganar-vos, Ashton? Vocês subestimaram-nos.

Ashton sente alguma irritação e comenta:

-Não me trates como se fosse um deles. Tu é que agiste como eles: decidiste que eu não merecia sair do bunker para ver a luz do dia e deixaste-me lá para morrer; mas aqui estou eu disposto a trair o Governo para salvar o idiota do teu irmão...

Dakota retira uma faca e aponta-a ao pescoço de Ashton, ordenando:

-Não fales assim dele.

-... porquê? Achas que não falará assim contigo? Que não dará luta? Achas que bastará olharem um para o outro, sentir algo subitamente, abraçarem-se e serão felizes para sempre?!

 porquê? Achas que não falará assim contigo? Que não dará luta? Achas que bastará olharem um para o outro, sentir algo subitamente, abraçarem-se e serão felizes para sempre?!

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-Sim. Aparentemente esperavas que isso acontecesse entre eu e tu.

Ashton olha pela janela, aborrecido com o comentário. O resto da viagem até casa de Dakota é silenciosa; sabia que estava a apostar demasiado em Ashton e que podia terminar morta mas ele tinha uma proposta irrecusável: ser o único capaz de recuperar o irmão de Dakota. Ela reconhecia a sua imprudência mas não conseguiu simplesmente ignorar a possibilidade de salvar Calum, custasse o que custasse.

Enquanto isso, o resto do grupo estava incrivelmente agitado por ver que Dakota acionara o botão.

Luke estava à procura da nova casa de Dakota desesperadamente, a verificar no banco, no bar de Taylor. Nada daquilo lhe parecia real.

Por sua vez, Michael tentava localizar o telemóvel de Dakota, com lágrimas no rosto e o coração nas mãos, apesar de ser impossível por ter o telemóvel desligado.

Fleur, a uns quilómetros de distância de Dakota, sente o coração falhar batidas. Na sua cabeça, a caçada aos Victims of Authority tinha sido iniciada e estava sozinha, assustada e vulnerável.

Todos precisavam uns dos outros, por motivos e necessidades diferentes, mas Dakota estava firme quanto a afastar os amigos do perigo. Submeter-se de novo à violência, medo e escuridão do bunker era uma decisão só sua.

Breaking You (sequela)Onde histórias criam vida. Descubra agora