sete.

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Maiara POV

Depois de vir com Gustavo para casa, percebi que tinha vários machucados no rosto que, no dia seguinte, lhe daria dores, certamente. Limpei e desinfetei os golpes abertos no canto da boca e na sobrancelha, e dei-lhe gelo para colocar sobre o olho que estava a inchar. Obriguei-o a tomar um medicamento para as dores, para conseguir dormir. Deixei-o no sofá, e fui tomar um banho. Ao olhar-me ao espelho, vi o meu braço negro, aquilo certamente ficaria ali por dias. Todos os dias me arrependia-a de me ter envolvido com o Fernando.

Um homem rude e grosso, que me tratava como um objeto, e várias vezes me traiu. Depois do meu banho, voltei à sala, onde Gustavo continuava, entretido com a tv.

Gustavo: estás melhor? - sorriu ao ver-me entrar

Maiara: acho que sou eu quem tem de perguntar isso - sorri de volta

Gustavo: eu estou bem, os machucados passam - olhou para a tv novamente - acho que vou indo, deves querer descansar

Maiara: nem penses que eu te vou deixar ir embora assim - olhou-me surpreso - estás machucado, e amanhã vais acordar com dores por me teres defendido, o mínimo que posso fazer é cuidar de ti. Dormes aqui, e não se fala mais nisso - levantei-me do sofá em direção ao quarto - tens aqui almofada e a coberta - sorri - o Henrique deixou aí alguma roupa, da última vez que dormiu cá, se quiseres, podes tomar um banho - sorri

Gustavo: não era abusar muito se o fizesse?

Maiara: claro que não. Usa a casa de banho do meu quarto, anda - peguei na sua mão e conduzi-o até ao meu quarto - fica à vontade - vou preparar algo para nós comermos

Depois de um tempo, Gustavo voltou só em roupa interior.

Gustavo: Mai, desculpa mas não me deste a roupa para vestir - não respondi, e fiquei pasmada a olhar para o seu corpo - Mai? Estás bem?

Maiara: s-sim... sim, estou - sorri de canto com um ligeiro rubor nas bochechas - desculpa, esqueci-me, vou já entregar-te

Depois de lhe entrar a roupa, que ele vestiu, voltou para o pé de mim, na cozinha. Comemos umas panquecas que tinha feito, com sumo de laranja.

Gustavo: boa noite, Mai - sorriu, beijando-me a testa e dando-me um abraço - dorme com Deus

Maiara: boa noite, Gustavo - abraçei-o de volta - dorme bem. Alguma coisa que precises, é só bateres lá no quarto

Segui em direção ao quarto e adormeci, senti-me segura com a presença dele por perto.

Maraisa POV

Entrei em casa, deixando os sapatos no canto da entrada e seguindo até à cozinha. Tinha fome e queria comer algo antes de dormir. Havia alguns restos de panquecas, com que me deliciei. Servi-me de um sumo de laranja, e quando me ia sentar no sofá, senti algo embaixo de mim.

Maraisa: porra, que susto! - falei alto

Gustavo: Mara, desculpa

Maraisa: Gustavo? - perguntei surpresa

Gustavo: desculpa, a Mai insistiu para que dormisse aqui, não te queria assustar - disse esfregando os olhos

Maraisa: desculpa acordar-te, não estava à espera que estivesses aqui. Estás bem? Como estão esses machucados? - perguntei-me preocupada

Gustavo: algumas dores, mas dá para suportar - respondeu

Maraisa: vou buscar-te um medicamento - voltei algum tempo depois, e voltei a sentar-me ao lado dele

Gustavo: obrigada, Mara - sorriu depois de tomar o medicamento - o importante é a Mai ficar bem. Ela estava muito assustada

Maraisa: aquele Fernando é um monstro - fechei os punhos - se eu pudesse... - respirei fundo - a Mai tem muita sorte em ter alguém que a proteja como tu proteges. Só espero que ela abra os olhos - ele olhou-me assustado e surpreso o que me fez rir - eu não sou tola, Gustavo, já entendi os olhares e a forma como a tratas. Só precisas de ter paciência com ela.

Depois de algum tempo de conversa, despedi-me de Gustavo, tomei um banho e fui dormir.

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