vinte.

1.1K 112 23
                                    

Marília POV

Era uma sexta feira igual a tantas outras, em que por não ter nada que me motivasse a sair do escritório, fiquei a trabalhar até mais tarde. Grande parte do edifício estava vazio e jurava que restava apenas eu e os seguranças do lugar.

Apesar de não ser meu hábito, descer ao piso onde tínhamos cantina, a essa hora, já não havia ninguém e decidi pegar um café, porque a noite prometia ser longa. Ao descer, o elevador parou em outro dar e estranhei.

Marília: Maraisa? - não consegui conter a surpresa em vê-la ali

Maraisa: boa noite, doutora - disse ao entrar no elevador com aquele maldito sorriso

Marília: Maraisa, o que faz aqui a esta hora?

Maraisa: preciso de preparar os documentos para umas reuniões que vão acontecer segunda feira, como era muita coisa, optei por ficar até mais tarde - deu de ombros

Marília: não gosto que os meus funcionários trabalhem até tão tarde. Você tem direito ao seu descanso, e tem mesmo de descansar

Maraisa: eu já estou mesmo a terminar doutora, não se preocupe, eu quis ficar para estar tudo certinho - sorriu

Marília: muito bem, quando terminar vá descansar - falei séria - é uma ordem

Maraisa: fique descansada, doutora - sorriu de canto

Marília: também vai buscar café?

Maraisa: sim, também - deu uma risada - na realidade ia buscar chocolate, não bebo muito café

Marília: estou a ver, sim - sorri e saímos do elevador

Dirigi-me ao local onde estava o café e servi-me, ao voltar para o elevador, voltamos a subir juntas e ficar  num espaço tão pequeno com ela, testava o meu controle, confesso.

Marília: Maraisa, o que me diz de trazer as suas coisas e trabalhar comigo lá em cima?

Maraisa: mas, doutora, o meu local é aqui em baix...

Marília: eu sei, Maraisa. Mas está aqui a trabalhar, numa sexta feira à noite, sozinha, num edifício enorme, o mínimo que posso fazer é oferecer-lhe companhia

Maraisa: bem, sendo assim, vou buscar algumas coisas e já a encontro na sua sala - concordei com a cabeça e ela saiu do elevador, dando-me um sorriso que me desarmou.

Subi até ao último piso a pensar como aquela mulher conseguiu ter tanto efeito em mim. Não demorou muito a que voltasse a ouvir o elevador parar no último piso. Maraisa entrou com algumas pastas e um computador portátil, sentou-se do outro lado da minha mesa e continuamos o nosso trabalho.

Maraisa estava muito concentrada, tinha o cabelo apanhado num rabo de cavalo, uma camisa social, ligeiramente desapertada, e uma saia um pouco abaixo do joelhos, que ao sentar desvendava um pouco mais as suas pernas torneadas. Os óculos de descanso que usava ficavam-lhe muito bem e davam-lhe um ar demasiado sexy. Não estava a conseguir concentrar-me no trabalho.

Maraisa: doutora, está tudo bem?

Marília: está tudo ótimo, obrigada - sorri - falta muito para terminar?

Maraisa: não, já estou mesmo a finalizar tudo, mas se quiser posso retirar-me - sorriu

Marília: pode ficar, só quero que descanse depois - sorriu e voltou a concentrar-se nos documentos que tinha nas mãos

Já eu, continuei sem conseguir concentrar-me no meu trabalho, pois facilmente me perdia a admirá-la.

Maraisa: prontinho, acabei doutora - falei sorridente

IntençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora