quinze.

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Maraisa POV

Estava em mais uma noite de trabalho, com Gustavo, quando vi a Mai entrar no bar, mas não vinha sozinha, trazia Luísa e a poderosa Marília Mendonça consigo.

Maiara: como está a melhor irmã do mundo? - sorriu ao debruçar-se sobre o balcão para me beijar o rosto

Maraisa: para te responder a isso, tens de me dizer como estás - sorri e cumprimentei de volta - correu tudo bem com a advogada?

Maiara: sim, ela está confiante que vamos conseguir condenar o Fernando, e impedi-lo de se aproximar de mim.

Maraisa: espero que isso o faça deixar-te em paz - sorri - queres comer algo? - Maiara afirmou com a cabeça e entrei na cozinha e ouvi o meu nome - sim?

Luísa: boa noite - disse sorridente e simpática - seria possível arranjar uma refeição saborosa para duas pessoas cheias de fome?

Maraisa: claro que sim, podem sentar-se que já levo, doutoras - respondi a voltei a entrar na cozinha

Sai ao fim de algum tempo com os 3 pratos, deixei um a Maiara, que estava ao balcão e segui para a mesa onde estavam as empresárias, mas só vi Marília.

Maraisa: boa noite doutora - aproximei-me da mesa - tem aqui o pedido da doutora Luísa. O que desejam beber?

Marília: boa noite Maraisa - cumprimentou - obrigada, pode trazer o habitual

Assenti e assim fiz. A noite seguiu agitada, era sexta feira e eram sempre noites mais agitadas. Gustavo terminou o turno depois de algumas horas, foi substituído por outro colega, e avisou-me que iria levar Maiara a casa, mas que regressaria à hora do fecho para me levar. Continuei o meu trabalho, e Luísa e Marília continuavam na mesa, numa conversa animada. Luísa era a animação em pessoa, extrovertida, simpática e sorridente para toda a gente. Já Marília, apesar de sorrir abertamente à amiga, mantinha a pode de durona e imponente, para toda a gente que não a advogada.

Já passavam das 4 horas da manhã, e dentro do bar estava eu, Luísa e Marília, elas havia gostado mesmo do bar e pediram se podiam ficar até eu ir embora, seria uma forma de não ficar sozinha, e deixei.

Quando terminei de arrumar e limpar tudo, as mulheres saíram do bar e despediram-se de mim, seguindo em direção ao carro. Eu, segui sozinha para casa, Gustavo não havia voltado e decidi não lhe dizer nada, no fundo, tinha esperança que entre ele e a Mai acontecesse alguma coisa, e não quis interromper.

Já tinha caminhado um pouco quando me apercebi de um carro, a velocidade lenta atrás de mim. Rezei mentalmente para não ser ninguém com más intenções, até que o carro passou por mim e parou poucos metros à frente, continuei o meu caminho.

X: a menina não sabe que é perigoso andar sozinha à noite?

Maraisa: Luísa? Olá - respirei fundo de alívio

Marília: desculpe se a assustei, mas não tínhamos a certeza de ser a Maraisa

Maraisa: não há problema doutora - sorri

Luisa: entre, nós deixamo-la em casa. É perigoso

Maraisa: eu agradeço, mas não quero incomodar - sorri

Marília: não incomoda, entre - assim fiz - vive na mesma casa da Maiara? - confirmei que sim e ela iniciou a marcha

Luísa: não sei se é boa ideia ir para casa, Maraisa - arqueei a sobrancelha sem entender - talvez o Gustavo e a Maiara tenham finalmente dado um passo em frente - riu

Maraisa: seria bom, gostava muito de os ver juntos. Com certeza iam ser felizes juntos - sorri de canto

Luísa: e a Maraisa? - olhei para a mulher confusa - tem alguém que a faça feliz a si? Pergunto, se tem namorado

Maraisa: ah, não, não namoro. Ainda não encontrei a mulher certa, acho eu - sorri olhando para a janela do carro, e vi Marília olhar de canto para mim, pelo espelho

Luísa: não será por falta de pretendentes - sorriu - mas vai encontrar, tenho a certeza

A conversa rolou, sempre com Luísa a falar mais, até que as mulheres me deixaram à porta do prédio e seguiram.

No dia seguinte, por ser fim de semana não tinha de ir ao escritório, e também não trabalharia no bar. Assim sendo, poderia dormir à vontade. Quando entrei em casa, tentando fazer o mínimo de barulho possível, vi a luz da televisão na sala acesa, espreitei pela brecha da porta e não queria acreditar no que estava a ver, não podia ser verdade.

Maiara e Gustavo estavam aos beijos no sofá, e o meu coração saltou de felicidade. Tentei retirar-me sem fazer grande barulho, e passei só na cozinha para comer algo antes de dormir.

Maiara: podias ter avisado que tinhas chegado - disse ao entrar na cozinha

Maraisa: podia, sim, mas não quis interromper o casalzinho - brinquei

Maiara: para com isso - sorriu envergonhada - viste?

Maraisa: vi, mas vocês nem deram pela minha presença - brinquei novamente

Gustavo: Mara? - perguntou surpreso e envergonhado - estás em casa? Que horas são?

Maraisa: sim, eu ainda vivo aqui - dei uma risada - já é bem tarde, estou a ver que nem deram pelo tempo passar - eles trocaram um olhar cúmplice que me derreteu

Gustavo: e vieste sozinha? Mara, devias ter-me ligado

Maraisa: nada disso, estavas entretido com a outra gémea - dei uma risada que o fez corar - vim de boleia com a Luísa e a excelentíssima toda poderosa Marília Mendonça - eles deram uma gargalhada - eu só espero que ela não me despeça da empresa, quando souber que acumulo os dois empregos

Maiara: vais ver que não, irmã - abraçou-me - vai correr tudo bem

Maraisa: bom, eu vou dormir - sorri - juízo que eu quero dormir descansada, sim? - eles fintaram-me com os olhos abertos e sem reação - não me olhem assim, os vossos trajes denunciam-vos - dei uma risada - e aposto que vão repetir

Dei uma risada enquanto saia da cozinha, e fui em direção ao quarto, tomei um banho rápido e dormi tranquila.

IntençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora