trinta e sete.

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Maraisa POV

Marília queria conhecer os sítios que eu gostava de visitar, onde gostava de estar, e eu teria o maior prazer em levá-la lá. Estávamos no seu imponente carro, ela conduzia firme e segura, e não sei se eram os meus olhos, mas tudo o que esta mulher fazia era incrivelmente sexy.

Maraisa: chegámos- sorri

Marília: e onde estamos, senhorita?

Maraisa: estamos numa feira, há um pouco de tudo aqui, sítios para comer doces, cachorros quente, há pequenas bancadas que vende coisas artesanais, há diversões, enfim, há de tudo - sorri entusiasmada - foi má ideia? - fiquei apreensiva

Marília: uma ótima ideia, nunca visitei nenhuma, vamos - falou saindo do carro

Ainda não sabia como agir com Marília em público, nenhuma de nós tinha falado nisso, e confesso que tinha algum receio em ser eu, por isso, comecei a caminhar ao seu lado. Mas, Marília entrelaçou os nossos dedos, e enquanto caminhávamos fazia carinho na minha mão com o seu polegar, e isso deu-me uma felicidade muito grande.

Passamos o fim da manhã e grande parte da tarde ali. Visitamos todas as bancas que ali havia, compramos algodão doce e pipocas, comemos cachorro quente e refrigerante, andamos na roda gigante, e outras diversões.

Infelizmente estava a anoitecer, e eu teria de ir trabalhar para o bar.

Marília: custa-me tanto deixar-te - fez biquinho

Maraisa: não custa mais do que a mim deixar-te - falei beijando todo o seu rosto

Marília: queria poder ficar contigo sempre, coladas - puxou-me para o seu colo e beijou-me

Maraisa: eu também gostava muito de passar todas as horas contigo, mas eu preciso de trabalhar - sorri de canto - e amanhã tu voltas a ser a doutora Mendonça, e eu a funcionária

Marília: para ti, serei sempre a Marília, e tu serás sempre a Maraisa, e não uma simples funcionária. Não depois de teres entrado no meu coração chutando a porta, e agravado o teu nome nele - conseguia ver o brilho do seu olhar

Continuamos mais um pouco ali, trocando carinhos e beijos. Nessa noite não dormiríamos juntas, e mais uma vez, não sabia como agir com ela em público, mas não ia pensar nisso para já. Não tínhamos nada sério, apesar de eu querer.

Despedi-me de Marília e pedi que me dissesse quando chegasse a casa, ficava preocupada com ela. Entrei em casa, e Mai estava lá com Gustavo, cumprimentei os dois.

Maiara: essa roupa não é tua - sorriu

Maraisa: nem sei quanto tempo tinha de trabalhar para comprar uma coisa destas - brinquei - foi emprestado

Maiara: estou a ver - deu uma risada - é sério isso

Maraisa: não sei, não falamos sobre isso, sentei-me com eles na mesa - eu gostava que fosse, mas não conversamos sobre isso, e amanhã ela volta a ser minha chefe

Gustavo: pareces tão feliz quando estás com ela

Maraisa: e sou mesmo - sorri - apaixonei-me forte nela

Maiara: já deu para ver irmã - abraçou-me - se tu estás feliz, eu estou também

Deixei-os na cozinha e fui tomar um banho, iria trabalhar à noite. Quando sai da casa de banho, tinha uma mensagem de Marília a dizer que já estava em casa e que tinha saudades, não consegui conter o sorriso, e respondi que também estava com saudades e que iria para o bar. Não sabia quando voltaríamos a estar juntas, no dia seguinte ela iria estar com Luísa.

Trabalhei toda a noite, cheguei a casa troquei algumas mensagens com Marília e dormi.

No dia seguinte, entrei na empresa com Maiara, como sempre, e subimos no elevador. Quando chegamos a um dos andares, o elevador parou, e vi Marília com um homem, jovem e bonito, que eu nunca tinha visto. O homem, sorria perto dela e tinha a mão nas suas costas, fiquei furiosa com aquela imagem, ela só podia estar a brincar com a minha cara. Maiara segurou-me na mão e sorriu, e Marília ao encarar-me fechou a cara de preocupação. Parou bem ao meu lado, e o homem sempre colado a ela, dava para entender que eram bem íntimos.

X: bom dia, senhoritas

Maiara: bom dia, e bom dia, doutora Mendonça - disse olhando para Marília

Marília: bom dia Maiara, bom dia Maraisa - disse esforçando um sorriso

Maraisa: bom dia - respondi seca e grossa

O homem não parava de falar com Marília, ela tentou tocar-me na mão, mas eu desviei-me. Não queria ouvir nada, não queria saber de nada, se eu tinha sido um jogo para ela, então esse jogo tinha acabado. Finalmente, o elevador parou no meu andar, beijei Maiara na testa e despedi-me dela, ao sair dei apenas um bom dia seco, e não olhei para trás.

Sentei-me na minha mesa cheia de fúria, ela não podia ter feito isto comigo. Andar com outro na empresa, para eu ver? Eu tinha sido o quê, uma diversão de fim de semana? Pois então, o fim de semana tinha acabado e um possível nós também.

Decidi nesse momento que a minha história com Marília Mendonça tinha acabado!

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